F1: As batalhas internas (Parte II)

Por a 7 Setembro 2018 12:02

Segunda parte da breve análise aos números dos confrontos entre colegas de equipa na F1. Depois de termos falado das equipas do Top5, terminamos esta análise com as restantes equipas.

 

McLaren

A vida é feita de ciclos e a vida de uma equipa de F1 não foge a esta regra. A McLaren passou por uma fase difícil, até que um tal de Ron Dennis pegou nas rédeas da equipa e a transformou numa máquina vencedora. Entretanto já passou por fases menos boas e outras mais vitoriosas, mas desde 2013 que a estrutura de Woking iniciou uma espiral descendente, por vezes assustadora.  Desde então tem feito carros fracos, tem-se desorganizado cada vez mais e tem desperdiçado talento de forma quase criminosa. Sergio Pérez, Kevin Magnussen, Jenson Button e Fernando Alonso, homens a quem o destino entregou um talento inegável, não foram capazes de colocar a McLaren no topo. Alonso é o último dos resistente, mas já está de saída, tal como Stoffel Vandoorne. O belga tem sido completamente abafado pelo talento do mágico espanhol,e os números não enganam. Alonso tem 44 pontos marcados contra 8 de Vandoorne. O espanhol elogiou o seu colega e disse que era um dos melhores que já tinha tido, mas na prática os resultados deixam muito a desejar. Nas 14 corridas feitas até agora, Alonso tem clara vantagem sobre Vandoorne (8-6), que não pontua desde…a corrida em Baku, o que significa 10 corridas fora dos pontos. A série mais longa de Alonso sem pontuar incluiu as corridas do Mónaco, Canadá e França. Tem seis desistências, todas elas sem culpa própria enquanto Vandoorne tem 3. Era dificil a um jovem vingar, frente a Alonso numa McLaren assim. Mas esperava-se mais.

 

Force India

Um dos confrontos mais equilibrados deste ano, com dois excelentes pilotos em acção. A Force India passou por momentos complicados, mas os pilotos sempre mostraram qualidade em pista, embora já tenham passado por altos e baixos este ano. Neste momento o “score” dá vantagem a Esteban Ocon (8-6) em relação a Sergio Pérez. Ocon teve um inicio de ano fraco , tal como Pérez que compensou com um pódio em Baku. Seguiu-se outra série sem pontuar do Mónaco até à Áustria para o mexicano, fase em que Ocon se reaproximou. O GP da Grã-Bretanha permitiu a Ocon ficar pela primeira vez à frente do colega na classificação do campeonato e desde então têm estado numa luta renhida que, para já, a nível pontual dá vantagem a Pérez (46), embora Ocon esteja apenas a… um ponto de distância (45). Até nas desistência há equilíbrio com três para Ocon e duas para Pérez, que parece ter já o lugar reservado para 2019 enquanto Ocon procura ainda assento. A bem da F1, esperemos que Ocon consiga um lugar que bem merece.

 

Toro Rosso

O primeiro ano de parceria com a Honda serviu para convencer a Red Bull que valia a pena mudar para as unidades motrizes japonesas em 2019. Para já  a Toro Rosso conseguiu alguns resultados interessantes, todos graças a Pierre Gasly, enquanto Brendon Hartley teima em não justificar a segunda oportunidade que lhe foi dada. O placard é de 9-5 a favor do francês e a nível pontual o jovem que se vai mudar para a Red Bull em 2019 está noutra liga. Gasly tem 28 pontos na sua primeira época na F1 contra 2 de Hartley. As seis desistências de Hartley contra as três de Gasly podem ser um factor que atenue a falta de pontos do neozelandês (que claramente não tem a sorte do seu lado), mas o andamento de Gasly é claramente superior e neste confronto não há grandes dúvidas… um foi promovido e o outro está na porta de saída.

 

Sauber

2018 é o primeiro ano de uma nova era para a Sauber. Novas parcerias, novas perspectivas para o futuro, num ano que era considerado “zero”, mas que afinal se está a revelar bem mais positivo do que se poderia pensar à partida. O positivismo todos é, em grande parte, por culpa de Charles Leclerc. O jovem talento da Scuderia Ferrari demorou quatro corridas a mostrar o seu valor mas quando o fez… deixou todos de olhos arregalados. O sexto lugar conquistado em Baku fez esquecer que Marcus Ericsson foi o primeiro a marcar um ponto pela regressada Alfa Romeo (2 neste caso). Leclerc foi brilhando a cada corrida e em seis corridas ficou cinco vezes no top 10. Desde a Áustria que não pontua e tem permitido um tímido reaproximar de Ericsson. Na batalha interna temos um empate (7-7) mas no que diz respeito a pontos, a diferença é grande (13-6 a favor de Leclerc). Também nas desistências Leclerc leva o dobro do seu colega de equipa (4-2) e são essas desistências que justificam em parte o facto do monegasco estar arredado dos pontos há tanto tempo.

 

Williams

Provavelmente um dos piores anos da história da equipa, com um chassis muito fraco e uma dupla de pilotos com potencial, mas demasiado inexperiente para guiar a equipa a bom porto de forma rápida e eficaz. Lance Stroll vinha do ano passado (demorou a convencer apesar do pódio em Baku) e era olhado como o nº1. Já Sergey Sirotkin fez uma aparição surpresa na F1, quando já nada o fazia prever e enfrentou muitas dúvidas. A Williams mostra sinais de se estar a recompor com o carro a aproximar-se do que se pode considerar um andamento decente, mas o caminho até ao lugar que é da Williams ainda é longo. Stroll é o piloto mais experiente e leva vantagem no confronto directo (8-6) e nos pontos (6-1). Nas desistências há um equilíbrio (3-3) e no geral Stroll tem sido melhor embora Sirotkin tenha convencido a Williams e as suas prestações tenham melhorado. Pode não ser um sobre-dotado, mas tem dado mostras que não é tão mau quanto o pintaram e que pode dar algumas coisas boas à equipa. Já Stroll parecia que andava a arrastar-se e à espera da mudança para a Force India mas em Monza mostrou já algo mais. Mas devia ter mostrado algo mais dadas as esperanças que se depositam nele.

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