F1: 2019 com uma grelha de luxo

Por a 17 Outubro 2018 15:13

Ainda não temos a grelha completamente definida para 2019, mas temos já motivos para estar muito contentes com as opções que as equipas tomaram. A F1 sempre foi considerada como a modalidade rainha do desporto motorizado embora nem sempre os pilotos escolhidos conseguissem ter o nível exigido. Os interesses económicos e a necessidade de dinheiro obrigou algumas equipas a escolher pilotos menos capazes, compensando com maiores apoios.

Essa questão dos pilotos pagantes sempre existiu e se nalguns casos o pagantes mostraram qualidade para estar ao mais alto nível, noutros casos vimos pilotos com qualidade mas sem a capacidade para brilhar, roubando o lugar a talentos que ficaram às portas do Grande Circo, por terem bolsos menos fundos. 2019 parece estar com uma tendência saudável e o talento tem prevalecido em detrimento do dinheiro. Mais ainda, assiste-se a uma renovação na F1, com a entrada de pilotos jovens que mostram ter potencial para grandes voos. Como fã de F1, não posso deixar de estar entusiasmado com o rumo que o campeonato está a tomar.

Nas equipas de topo temos uma mistura de experiência e juventude, com muito talento à mistura. A Mercedes mantém obviamente Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, que apesar de criticado, é inegavelmente um bom piloto. A Ferrari mantém Sebastian Vettel e foi buscar Charles Leclerc. Esta é a primeira mudança que entusiasma os fãs do grande circo, pois o jovem monegasco chegou de forma discreta, depois de ter muito sucesso nas categorias de iniciação e conseguiu impor-se de forma gradual e sólida. É um piloto com maturidade acima da média e com um potencial tremendo, que poderá dar dores de cabeça a Vettel. Uma lufada de ar fresco na Ferrari que muito raramente aposta em jovens talentos.

A Red Bull, mantém-se fiel a si própria com a irreverência em destaque. É a dupla mais jovem e menos experiente das equipas de topo, mas nem por isso com menos potencial. Max Verstappen já dispensa apresentações, mas terá como missão, pela primeira vez, levar a Red Bull ao topo enquanto se defende de Pierre Gasly, seu novo colega de equipa que mostrou também grande potencial e que promete dar lutar ao holandês. Um novo equilíbrio na Red Bull, onde em teoria Verstappen é o “chefe”, mas que na prática poderá dar-nos um Gasly a lutar por algo mais do que um lugar de “fiel escudeiro”.

Na Renault há talento de sobra com Nico Hulkenberg e Daniel Ricciardo. Um dá consistência outro dá chama e irreverência. Uma dupla muito experiente mas ainda com muitos anos de F1 pela frente. Será curioso ver como Ricciardo se vai adaptar num ambiente completamente diferente do que estava habituado, depois de muitos anos na Red Bull. Uma jogada fantástica da Renault.

Na Haas apostou-se na continuidade tal como em 2018, o que deu bons resultados. Kevin Magnussen está a fazer o seu melhor ano na F1 e fez por merecer o novo contrato, enquanto Romain Grosjean, apesar do arranque fraco conseguiu encontrar a força mental suficiente para regressar às boas exibições. A dupla ideal para os objectivos da equipa.  A única equipa, a par da Mercedes que manteve a dupla de pilotos.

A Force India ainda não anunciou os pilotos, mas tudo aponta para Sergio Pérez e Lance Stroll e se tal não acontecer será uma enorme surpresa. A confirmar-se, a Force India perde no imediato, pois Stroll ainda não mostrou ainda o nível de Ocon, mas já mostrou que tem potencial para mais. Será um teste interessante para o canadiano mostrar a sua valia, depois de sair de uma Williams em queda livre, tendo finalmente um carro com qualidade à disposição. Pérez é o garante de estabilidade, pontos e bons resultados. Um excelente piloto que se mantém numa estrutura que conhece bem e lhe pode permitir brilhar… se os interesses internos não esbarrarem na sua vontade. Se Checo voltar a ter encontros do primeiro grau com o colega, veremos como a equipa reage… afinal do outro lado estará o filho do patrão.

A McLaren nunca teve problemas com os pilotos escolhidos e na grande maioria das vezes teve sempre os melhores do seu lado. Para 2019 terá Lando Norris, outro jovem cheio de talento e potencial, que a confirmar tudo o que se pensa dele, irá ser das grandes estrelas do futuro. Carlos Sainz foi a escolha para substituir Alonso, mas aqui reside uma das minhas grandes dúvidas. Se nos tempos da Toro Rosso, Sainz mostrou que nada ficava a dever a Verstappen, na Renault eclipsou-se um pouco e não mostrou o que se esperava. É assim um ponto de interrogação para 2019, apesar de ser indubitavelmente um piloto de grande valia. É uma dupla jovem e relativamente inexperiente, o que na conjuntura actual da equipa não é o ideal, quer para a estrutura de Woking quer até para os pilotos. Mas os fãs terão especial curiosidade em ver como Lando Norris se dará na F1 e se Sainz se assume como nº1.

A Toro Rosso é ainda o grande ponto de interrogação, mas para já anunciou Daniil Kvyat, talvez das escolhas menos entusiasmantes deste mercado, mas com qualidade. O russo, além de ter sido vítima do “fenómeno Verstappen”, mostrou pouca capacidade mental para aguentar o choque tremendo que sofreu com a despromoção. Agora tem a hipótese de começar do zero e mostrar a qualidade que lhe era reconhecida. A segunda escolha da Toro Rosso ainda não é conhecida, mas os últimos rumores apontam para Alexander Albon, um piloto que tem mostrado um potencial interessante na F2. A confirmar-se é uma escolha surpreendente, mas ainda assim interessante com um jovem em fase ascendente a dar o passo certo, talvez na fase certa.

A Sauber também mudou a sua dupla e de forma radical. Kimi Raikkonen vai continuar na F1 e a sua qualidade é ainda evidente apesar da idade e António Giovinazzi trará de volta a bandeira italiana às pistas da F1 depois de vários anos sem um piloto transalpino na grelha. Giovinazzi é também um jovem que parecia ter perdido o comboio da F1, mas que dá o tão desejado passo. Já mostrou talento na F2 e entusiasmou na sua estreia pela Sauber na Austrália. Tem uma oportunidade de ouro de mostrar que tem valor para estar na F1.

A Williams atravessa uma fase menos boas mas já mostrou arrojo na escolha do primeiro piloto. George Russell é outro jovem prodígio que chega por mérito próprio à F1. Terá de se adaptar a nova realidade numa equipa em dificuldades, mas com vontade e capacidade para crescer a curto prazo. Ainda não se sabe quem será o colega de equipa, mas pessoalmente espero que seja Esteban Ocon. A Williams ficaria com uma dupla muito interessante, jovem, mas com um potencial tremendo. Os outros candidatos são Robert Kubica (seria a história do ano e o regresso do génio polaco, mesmo limitado faria sorrir a grande maioria) e Sergey Sirotkin (a opção menos entusiasmante, mas talvez mais vantajosa financeiramente).

Assim, temos em perspectiva uma grelha recheada de talentos, em que até os pilotos menos entusiasmantes tem qualidade. Considero que 2019 poderá dar o grid mais interessante e com mais qualidade dos últimos anos, e não há um piloto que se possa dizer que não mereça estar na F1. Dos possíveis rookies (Russell, Norris, Albon) para a próxima época, temos 3 pilotos que ocupam neste momento o topo da tabela de F2, com prestações condizentes. Os jovens como Leclerc, Gasly, Verstappen são vistos com estrelas do futuro e nomes como Kvyat, Giovinazzi, Stroll são também pilotos de qualidade e com um potencial deveras interessante. Os mais experientes serão provavelmente os melhores da sua geração. As equipas de topo têm  os melhores, e as restantes equipas têm uma mistura de experiência e talento notável, de tal forma que é difícil escolher de foram imediata qual a dupla mais interessante. 2019 será mais um ano de mudança com novos regulamentos, mas a maior mudança será talvez nos homens do volante, numa colheita que tem tudo para se tornar num dos melhores vintages de sempre.  Se Ocon ficar, temos motivos para estar muito felizes.

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