WRC50, Rali da Suécia 1981: do despontar à primeira vitória do Audi Quattro

Em Setembro de 1979, a Audi perguntou aos fabricantes existentes no WRC e aos legisladores do desporto se alguém tinha alguma objeção quanto à remoção da regra que impedia a utilização de carros com tração às quatro rodas na competição.

O mundo estava ciente de que a Audi estava a trabalhar numa evolução do Volkswagen Iltis – um veículo utilitário todo-o-terreno de orientação militar – para um possível programa de desporto motorizado no todo-o-terreno.

Mas ninguém viu o que estava realmente para vir, até 3 de março de 1980.

Naquela segunda-feira de manhã, o Salão Automóvel de Genebra abriu e o mundo ficou ‘avisado’ para a palavra italiana para quatro: ‘Quattro’.

O primeiro carro de estrada com tração às quatro rodas da Audi, desportivo, estava exposto para todos verem. E já tinha sido assinado em Ingolstadt um programa de desenvolvimento e competição com a duração prevista de três anos.

A nova década não poderia ter começado com um estrondo maior.

Mas mesmo assim, muitos não estavam convencidos. Os fabricantes rivais descartaram os planos de colocar um eixo de transmissão nos quatro cantos e um turbocompressor por baixo do capot.

Assim, a Audi fechou-se na oficina durante 1980 e fez grande parte do seu desenvolvimento em privado. Homologado a 1 de Janeiro de 1981, Franz Wittmann deu ao Quattro a sua primeira vitória no Rally Janner da Áustria 10 dias mais tarde.

Em condições de neve, ganhou todas as 31 especiais construindo uma vantagem de 20 minutos sobre o seu rival mais próximo.

Dias depois, na sua estreia na WRC em Monte-Carlo, o Audi de Hannu Mikkola ficou seis minutos afastado na frente de toda a gente após seis troços e 150 quilómetros competitivos. Infelizmente, um par de falhas – uma das quais causou repetidas falhas na correia do alternador e outra que levou à falha total dos travões – impediu a vitória.

No entanto, quando os Quattro de fábrica chegaram à Suécia em 1981, ambas as falhas já tinham sido corrigidas. Nas mãos de Mikkola e do navegador Arne Hertz, a prova correu sem falhas, e o primeiro lugar esteve inalcançável…

Era o alvorecer de uma nova era – a primeira vitória no WRC de um carro com tracção às quatro rodas. E de repente, o mais convencional Ascona 400 da Opel ou o 131 Abarth da Fiat pareciam muito menos impressionantes…