WTCR – Quem conseguirá levantar a Taça?

Por a 6 Abril 2019 09:31

Começa este fim de semana a segunda época do WTCR. Marrocos

recebe a jornada inaugural da Taça do Mundo de Turismos e o entusiasmo é grande.

Temos grandes nomes, grandes marcas e grandes máquinas, que percorrerão um

calendário com pistas interessantes. Os ingredientes necessários para que o

sucesso do ano passado se repita.

No ano passado o entusiasmo que reinava nos testes conjuntos que antecederam o campeonato justificou-se e tivemos um excelente campeonato. Tivemos 7 marcas diferentes representadas no primeiro lugar do pódio, em 7 marcas presentes na competição. Todos os diferentes modelos tiveram o seu momento de glória em 2018, o que diz muito do equilíbrio que se viveu, muito graças ao BoP que não deixou de ser criticado, mas que no final, fez o seu papel e evitou  (até certo ponto) um domínio excessivo de uma máquina em relação às outras. 14 pilotos festejaram a vitória em 2018. Ter 14 vencedores diferentes é algo pouco comum nas competições atuais, o que reforça o equilíbrio que se viveu no WTCR.

A luta pelo título durou até ao fim e sorriu a Gabriele

Tarquini que aproveitou a sua grande experiência e o conhecimento do carro para

regressar aos triunfos. Mas a luta com Yvan Muller durou até ao fim com os dois

veteranos a saírem da “reforma” e mostrarem a sua qualidade. Mas nem só de

experiência se fez o campeonato com muitos jovens a darem nas vistas.

O nível do campeonato era elevado mas a fasquia subiu ainda mais em 2019. O formato sofreu poucas alterações e as equipas reforçaram a sua aposta numa competição que atrai cada vez mais fãs e marcas. Para este ano temos um “Super Grid” recheado de estrelas, temos novos nomes, temos novas carros. E ninguém veio para “fazer número”.

Hyundai – O alvo a abater

A Hyundai apostou forte na sua máquina TCR. Depois da aposta nos ralis, a marca coreana viu os TCR como uma oportunidade de mostrar a sua força nas pistas e investiu no i30 N. Foi buscar Gabriele Tarquini para desenvolver a nova máquina e quando chegou ao WTCR, levou tudo à frente. Os Hyundai foram os melhores carros e apenas o BoP alterado permitiu que a concorrência lutasse até ao fim. Para este ano Yvan Muller e Thed Bjork não usarão máquinas coreana, mas a Hyundai foi buscar dois pilotos de qualidade inquestionável: Augusto Farfus e Nick Catsburg. Ambos ligados à BMW, têm fortes ligações com os turismos, com Farfus a ter participado no “velhinho” WTCC, também com a BMW e Catsburg a ter ingressado no tempo dos TC1, onde deu nas vistas nos Lada e na Volvo. Juntam-se ao campeão Tarquini e a Norbert Michelisz, um dos melhores pilotos do grid. As qualidades do carro que será apoiado pela BRC mantêm-se intactas e com mais um ano de experiência terá certamente evoluído. O BoP inicial que foi atribuído ao i30 N TCR é penalizador, mas será certamente alvo de mudanças ao longo do ano. Será uma surpresa se não estiverem na luta pelo título.

Honda – Ajustar contas com o passado

Os Honda terão sido, provavelmente, o carro mais constante ao longo de 2018. Enquanto a maioria da concorrência foi sendo afectada pelo BoP, os Honda pareceram o compromisso mais estável. Apesar da base ser boa, faltou trabalho de desenvolvimento para poderem estar na luta pelo título de forma mais inequívoca. Esse trabalho que faltou em 2018, foi feito para esta época. A Honda tentou corrigir os problemas do carro e os pilotos parecem estar felizes com as melhorias. Do ano passado apenas se mantém Esteban Guerrieri. O argentino, que esteve na luta pelo título, manteve o seu lugar e tem agora a companhia de Nestor Girolami, seu compatriota, que já foi piloto da Volvo no WTCC. A Münnich Motorsport será a casa desta dupla. Nos outros dois Honda teremos Attila Tassi e o regressado Tiago Monteiro. O piloto português faz assim um regresso muito aplaudido e pode ser um dos trunfos da Honda pois a sua experiência poderá fazer toda a diferença. Monteiro trabalhou muito durante o inverno para preparar a sua nova máquina e concluiu a sua recuperação. Um piloto “renascido” com vontade ajustar contas com o passado. Monteiro e Tassi competirão pela KCMG, uma novidade este ano.

VW – Aposta reforçada

No ano passado tivemos em pista dois VW Golf GTI TCR nas mãos de Rob Huff e Mehdi Bennani. Uma dupla com qualidade e experiência que deitou tudo a perder na ronda portuguesa, num dos acidentes mais dramáticos de 2018. A dupla mantém-se para esta época, mas a Sebastien Loeb Racing tem este ano mais dois pilotos. Benjamin Leuchter será um estreante neste campeonato, ele que tem muita experiência neste tipo de carros, tendo inclusive ajudado no desenvolvimento do Golf. A segunda novidade é Johan Kristoffersson. O homem que dominou por completo o WRX e que no ano passado venceu o STCC, também em TCR, chega agora à Taça do Mundo com vontade de mostrar o seu talento. É uma adição de luxo de um piloto habituado a este tipo de competição e que poderá dar que falar. Huff e Kristoffersson deverão ser (em teoria) as estrelas, mas que ninguém duvide que Bennani e Leuchter terão uma palavra a dizer.

Audi – corrigir erros do passado

A primeira metade da época 2018 foi difícil para os Audi. Se na WRT o trabalho foi bem feito e Jean-Karl Vernay esteve regularmente em luta pelos bons resultados (Shedden teve mais dificuldades), do lado da Comtoyou foi preciso mais trabalho para que os resultados chegassem. Vernay continua na WRT tal como Gordon Shedden e na Comtoyou Fréderic Vervisch também transita do ano passado. Uma tripla com qualidade a quem se junta Niels Langeveld. O piloto holandês foi escolhido pela Audi para fazer parte do alinhamento do WTCR, depois de ter dado nas vistas no campeonato alemão. Langeveld era um piloto privado, mas viu o seu esforço e qualidade recompensados pela marca alemã. Um sonho tornado realidade. Os Audi estiveram muito competitivos na segunda metade de 2018 e se mantiverem o nível, poderão discutir de forma mais séria o título.

Cupra – Mudança radical

Será uma época completamente diferente para a Cupra. Teremos quatro pilotos diferentes ao volante das máquinas espanholas, que também elas serão apoiadas por estruturas diferentes. A Comtoyou terá ao seu encargo dois carros, com Aurélien Panis e Tom Coronel. O piloto holandês troca de carro, depois de um ano fraco com o Honda da Boutsen. Panis também trocou o de carro (competiu com o Audi no ano passado) mas mantém-se na mesma equipa. Os outros dois carros estarão ao encargo da PWR, equipa sueca com provas dadas nos campeonatos nórdicos. Daniel Haglöf será chefe de equipa e piloto, e ao seu lado terá o campeão do TCR Europe, Mikel Azcona. No ano passado Pepe Oriola fez da regularidade o seu principal trunfo, sendo o único Cupra a lutar pelas primeiras posições. Apesar do investimento da marca ser menor em relação a outras concorrentes, este alinhamento tem nomes interessantes (especialmente no lado da PWR) que poderão conseguir bons resultados.

Alfa Romeo – Aposta no mercado chinês

2018 foi um ano de muita luta para a Team Mulsanne que coloca os Alfa Romeo Giulietta TCR em pista. A aposta numa dupla de pilotos mais experiente não resultou e a meio da época foi preciso reformular o alinhamento. E foi nessa reformulação que esteve a chave do sucesso nas últimas corridas. Kevin Ceccon conseguiu os melhores resultados para a equipa no ano passado e mantém-se na estrutura transalpina, agora com a companhia de Ma Qing Hua, piloto chinês que no ano passado fez algumas corridas com a Boutsen. O carro evoluiu bem e nas últimas provas do ano, com o BoP certo, foi competitivo.

Lynk & Co – Cuidado com eles!

A Lynk & Co vem mostrar-se ao mundo do desporto motorizado com um projeto ambicioso. Quatro carros, aparentemente bem desenvolvidos com quatro pilotos de topo. Yvan Muller e Thed Bjork foram as primeiras escolhas a quem se juntou Yann Ehrlacher e Andy Priaulx, outro grande nome dos turismos. Um quarteto de luxo apoiado para Cyan Racing que sabe bem como vencer num campeonato deste género. Serão provavelmente um dos destaques, pois o investimento feito e o trabalho realizado até agora terá forçosamente de dar frutos.

Os favoritos?

Não há! Num grid tão equilibrado e recheado de estrelas, é dificil apontar favoritos. Com tantas corridas, tantos pontos à disposição, apenas os mais regulares poderão ter uma hipótese. E aí a experiência poderá pesar, pelo que os pilotos mais velhos podem ter, tal como no ano passado, uma visão mais clara de quando arriscar e quando preservar os pontos que têm à disposição. 

Uma coisa é certa. O investimento das marcas, apesar de ser uma competição direccionada para os privados, é cada vez maior e há muito em jogo. Em pouco mais de um ano, o WTCR passou de solução de recurso para uma competição cada vez mais interessante. E os rumores apontam para novas entradas em breve, o que implica que o acordo que acaba no final desta época deverá ser renovado e o WTCR deverá manter-se com o actual formato por mais alguns anos. A aventura começa este fim de semana. 10 Jornadas, 10 países, três continentes e 30 corridas para decidir quem será o rei dos TCR.

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