WTCR – Macau é a jogada final do título

Por a 14 Novembro 2018 13:11

Os organizadores do WTCR terão imaginado uma final deste género quando delinearam a competição que este ano se estreou. A fórmula parecia ter potencial e o entusiasmo no arranque da taça do mundo de turismos era genuíno, quer por parte de equipas e pilotos, quer por parte da comunicação social que via este WTCR como um ressurgir do “velho” WTCC, anterior à classe TC1.

É agora chegada a hora do grande final e o próximo fim de semana terá os ingredientes todos para prender os fãs pela madrugada dentro. Temos uma pista fantástica, considerada por alguns a melhor e mais difícil pista citadina do mundo e temos sete candidatos ao título. Um cartaz de luxo num palco de eleição.

 

Os candidatos ao título

As contas do título são difíceis de fazer tendo em conta os 87 pontos em disputa para este fim de semana. Gabriele Tarquini é talvez o principal favorito por ser líder, com 291. O veterano piloto da Hyundai esteve implacável nas primeiras corridas do ano, onde a supremacia da máquina coreana se evidenciou, e conseguiu manter-se sempre perto do topo mesmo nas fases de menor fulgor, como era esperado dada as variações do BoP e dos pesos de compensação. O seu principal rival é outro piloto experiente… Yvan Muller.

Se alguém viajasse numa máquina do tempo ficaria, por certo, confuso por ver Tarquini e Muller em luta pelo título quando um foi dispensado pela Lada e parecia estar a caminho de pendurar o capacete e outro anunciou a reforma depois de uma passagem não tão bem-sucedida quanto quereria pela Citroen. Muller sempre assumiu o desejo de manter-se fora de pista e foi a contragosto que assumiu o volante de um dos carros da sua equipa, fortemente apoiada pela Cyan Racing (que irá estar responsável pelos novos carros da Lynk & Co, marca chinesa que se estreia no TCR em 2019).  Apesar da pouca vontade, Muller voltou aos velhos tempos conseguindo bons resultados e é agora vice-líder com 252 pontos, à frente do seu colega de equipa e campeão do mundo de turismos, Thed Bjork. Bjork teve um ano onde alternou momentos de puro brilhantismo com corridas mais apagadas, mas a natureza desta competição permitiu que chegasse a Macau ainda com hipóteses de juntar mais um título à sua coleção, tendo 238 pontos no bolso, para já.

Pepe Oriola é talvez uma das surpresas deste ano. A qualidade do espanhol era já bem conhecida, mas havia algumas dúvidas se o Cupra TCR poderia ter capacidade de acompanhar as novas máquinas. Oriola é a prova que o BoP e os pesos de compensação funcionam e o espanhol está novamente da discussão de um título, em representação de uma marca espanhola. É fácil adivinhar por quem os fãs do outro lado da fronteira estarão a torcer.

Jean-Karl Vernay o campeão em título do TCR International Series foi o piloto mais regular aos comandos de um Audi. Enquanto os restantes pilotos tiveram problemas na primeira metade da época, Vernay mostrou a sua qualidade e desde cedo se tentou intrometer na luta pelo título. Com 216 pontos conquistados, chegar ao topo será uma tarefa complicada, mas as ruas de Macau já viram muitas surpresas acontecerem.

Na mesma situação está Esteban Guerrieri. Se no início do ano passado tinha apenas um programa a meio tempo no WTCC, foi o maior beneficiado pelo acidente de Tiago Monteiro, tendo convencido a Honda de forma rápida. Foi promovido a piloto da marca e tem mostrado qualidade, bem ao estilo latino, de forma aguerrida (que faz jus ao nome) e vistosa. É o único Honda ainda em disputa pelo título, contra quatro Hyundai, um Audi e um Cupra (por aqui se vê também o excelente trabalho que a Hyundai fez, havendo também uma certa desilusão do lado da Honda). Com 213 pontos, o título parecerá certamente distante e apenas uma possibilidade matemática, mas podemos esperar de Guerrieri animação em pista e muita luta.

Por fim, do lote de candidatos temos Norbert Michelisz. O azar passou a ser companhia frequente do piloto húngaro, que no ano passado ficou arredado da luta pelo título por uma infelicidade (problema nos travões do seu Honda). Mudou de ares juntando-se à BRC, fortemente apoiada pela Hyundai, mas o azar parece ter acompanhado Norbi. Não mostrou a mesma qualidade de 2017, mas sem grande culpa, pois foi dos pilotos da Hyundai aquele que mais problemas técnicos enfrentou. Se conquistar o título será uma enorme surpresa, mas ainda assim seria merecido por tudo o que ele já mostrou.

 

O Favorito?

Não é fácil escolher um favorito. Primeiro temos de olhar para a pista. Macau é um misto, com dois sectores sempre a fundo, onde a potência e a eficiência aerodinâmica jogam um papel fundamental. Nesse campo os Audi poderão ser os beneficiados, mas a nova tabela de pesos de compensação mostra que as máquinas germânicas terão 60kg de peso extra, o que dificultará a vida a Vernay. A travagem para Lisboa poderá ser problemática e lidar com a secção sinuosa do Circuito da Guia será difícil assim. Os favoritos são os três homens da frente do campeonato. Têm a melhor máquina da atualidade, com o melhor chassis e com menos lastro de compensação que os Audi e os Honda. Um cenário quase perfeito para os pilotos dos i30 N TCR. Tarquini é claramente favorito, até pela vantagem que tem, mas o piloto italiano tem mostrado ao longo do tempo um menor à-vontade em pistas mais perigosas. Tem sido assim em Nordshleife, em Vila Real também não é hábito vermos o Tarquini dominante que vimos este ano noutros circuitos e Macau é também uma pista onde é preciso talento e coração. Tem uma boa margem para gerir e tem a experiência necessária para lidar com esta situação. Muller será o grande adversário. Está perto na classificação, tem o mesmo carro e no fundo deverá estar sedento de mostrar que ainda é o Muller que todos conhecem e talvez queira assim sair em grande, com um título no bolso. Vernay, Guerrieri e Michelisz estão a uma distância considerável pelo que as grandes surpresas podem vir de Thed Bjork e Pepe Oriola.

Bjork alternou momentos fantásticos com outros menos vistosos, mas tem brilhado mais nas pistas mais exigentes. Foi assim em Nordshleife, foi assim em Vila Real e chega a Macau já com conhecimento de causa. Oriola é um especialista em citadinos (este ano provo-o) e Macau é um traçado que conhece bem e que gosta. Tem o carro mais leve de todos os candidatos e tem assim uma vantagem que não se pode ignorar. Serão dois nomes que poderão ser uma ameaça mais real do que pode parecer à primeira vista.

 

E os outros?

Não podemos esquecer que teremos 31 carros em pista no fim de semana que se aproxima. E num campeonato que já viu 14 vencedores diferentes e que viu todas as marcas representadas subirem ao primeiro lugar do pódio, há nomes que não poderemos colocar de parte para complicarem as contas. O primeiro destaque vai obviamente para Rob Huff. O Sr. Macau chega com nove vitórias nesta pista e quer certamente conquistar a décima (e quem sabe mais uma). Tem carro para isso, o lastro é favorável e Huff é fortíssimo em Macau (basta relembrar a pouco esperada vitória com um Lada). Será por isso outro nome a estar debaixo dos holofotes. Yann Ehrlacher devia estar na luta, mas uma péssima segunda metade do ano colocou-o num lugar secundário, mas quererá por certo mostrar-se em Macau. Não podemos esquecer também dos Peugeot. Fortes em linha reta, e ágeis o suficiente em traçados sinuosos, têm pouco lastro e têm dois pilotos que já mostraram potencial. Podem ser também destaque neste fim de semana.

Teremos muitos Wildcards, mas merece destaque André Couto, um especialista de Macau, assim como Filipe Souza. 31 carros em Macau é promessa de trabalho redobrado para os mecânicos.

 

Um fim de semana de sonho em que tudo poderá ficar para a corrida 3. O entusiasmo será tanto nas madrugadas do próximo fim de semana que talvez se possa dar descanso à maquina de café.

 

O Horário

Quinta 15 novembro

01:05 – Treino Livre 1

05:30 – Treino Livre 2

Sexto 16 novembro

00:50 – Qualificação 1

05:35 – Qualificação 2

Sábado 17 novembro

06:25 – Corrida 1 (8 voltas)

Domingo 18 novembro

00:20 – Corrida  2 (8 voltas)

03:00 – Corrida  3 (11 voltas)

 

Lista de Inscritos:

5 – Norbert Michelisz – HUN – BRC Racing Team – Hyundai i30 N TCR

6 – Rui Valente – MAC – PCT Racing Team – Volkswagen Golf GTI TCR

7 – Aurélien Comte – FRA – DG Sport Compétition – Peugeot 308TCR

8 – Norbert Nagy – HUN – Zengo Motorsport – Cupra TCR

9 – Tom Coronel – Hol – Boutsen Ginion Racing – Honda Civic Type R FK8 TCR

11 – Thed Bjork – SUE – Yvan Muller Racing – Hyundai i30 N TCR

12 – Rob Huff – GBR – Sébastien Loeb Racing – Volkswagen Golf GTI TCR

16 – Luigi Ferrara – ITA – Team Mulsanne – Alfa Romeo Giulietta TCR

20 – Denis Dupont – BEL – Comtoyou Racing – Audi RS 3 LMS

21 – Aurélien Panis – FRA – Comtoyou Racing – Audi RS 3 LMS

22 – Frédéric Vervisch – BEL – Comtoyou Racing – Audi RS 3 LMS

23 – Nathanaël Berthon – FRA – Comtoyou Racing – Audi RS 3 LMS

25 – Mehdi Bennani – MAR – Sébastien Loeb Racing – Volkswagen Golf GTI TCR

27 – John Filippi – FRA – Campos Racing – Cupra TCR

28 – Kevin Wing Kin Tse – MAC – Teamwork Motorsport – Audi RS 3 LMS

30 – Gabriele Tarquini – ITA – BRC Racing Team – Hyundai i30 N TCR

31 – Kevin Ceccon – ITA – Team Mulsanne – Alfa Romeo Giulietta TCR

36 – Lo Kai Fung – MAC – TSRT Zuver Team – Audi RS 3 LMS

42 – Timo Scheider – AUS – Münnich Motorsport – Honda Civic Type R FK8 TCR

48 – Yvan Muller – FRA – Yvan Muller Racing – Hyundai i30 N TCR

52 – Gordon Shedden – GBR – Team WRT – Audi RS 3 LMS

55 – Ma Qing Hua – CHN – Boutsen Ginion Racing – Honda Civic Type R FK8 TCR

60 – Filipe Souza – MAC – Champ Motorsport – Audi RS 3 LMS

66 – Zsolt Szabo – HUN – Zengo Motorsport – Cupra TCR

68 – Yann Ehrlacher – FRA – Münnich Motorsport – Honda Civic Type R FK8 TCR

69 – Jean-Karl Vernay – FRA – Team WRT – Audi RS 3 LMS

70 – Mat’o Homola – ESL – DG Sport Compétition – Peugeot 308TCR

74 – Pepe Oriola – ITA – Campos Racing – Cupra TCR

77 – Lam Kam San – MAC – Champ Motorsport – Audi RS 3 LMS

86 – Esteban Guerrieri – ARG – Münnich Motorsport – Honda Civic Type R FK8 TCR

99 – André Couto – MAC – MacPro Racing Team – Honda Civic Type R FK8 TCR

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