LMP2: Dallara e a Multimatic fora da nova regulamentação

A Dallara e a Multimatic, duas das mais proeminentes fabricantes de chassis para carros desportivos, decidiram não apresentar propostas para o conjunto de regras da próxima geração da LMP2, que deverá estrear em 2028. A decisão surge num contexto de preocupações com a contração do mercado da categoria, especialmente porque a LMP2 já não faz parte do Campeonato Mundial de Resistência e tem menos inscrições em Le Mans devido ao aumento dos Hypercars.

As regras atuais da LMP2, em vigor desde 2017, tornaram-se efetivamente uma categoria específica dominada pelo ORECA 07. Inicialmente, quatro fabricantes — Dallara, Ligier, ORECA e Riley/Multimatic — eram elegíveis. No entanto, as novas regras propõem apenas dois fabricantes de chassis e um único fornecedor de motores, com o carro a apresentar uma posição de condução central, peso de 980 kg, velocidade máxima de 315 km/h e um custo máximo de 450 000 euros.

Segundo a The Race, a ORECA e a Ligier apresentaram propostas, mas a Dallara e a Multimatic resolveram ficar fora deste concurso. Entretanto, outras empresas, como a Lola, a Tatuus e a Podium Technology, também manifestaram interesse, embora a sua falta de experiência recente em carros desportivos torne a ORECA e a Ligier as claras favoritas.

Para o fornecimento de motores, a Gibson Technology, atual fornecedora de motores LMP2, candidatou-se, juntamente com a Autotecnica e, potencialmente, outras empresas. A FIA e a ACO pretendem selecionar um motor turboalimentado com 420 cv e menos de 160 kg, com consumo de combustível eficiente. As decisões finais serão tomadas até 10 de junho e anunciadas antes das 24 Horas de Le Mans de 2025.

Os LMP2, que durante muito tempo garantiram o espetáculo nas corridas de endurance perderam muito palco devido ao crescimento dos Hypercars. A saída do WEC remeteu os protótipos apenas o ELMS e para o IMSA. O desinteresse de alguns fabricantes pode ser um primeiro sinal de que no futuro os LMP2 podem perder força, algo arriscado, pois sabemos que o quão volátil pode ser a presença das marcas. No entanto, é preciso também aproveitar o interesse das marcas e, por isso retirar os LMP2 do WEC, mantendo em Le Mans parece ser o compromisso possível, dadas as circunstâncias.

Foto: Philippe Nanchino /MPSA