ELMS: Quem tem um Albuquerque, tem tudo

Por a 26 Setembro 2018 19:13

Foi um fim de semana complicado para todos os pilotos do ELMS, uma vez que a meteorologia resolveu dificultar a tarefa de quem foi até Spa para a penúltima jornada do europeu de endurance.

Filipe Albuquerque, um dos habituais na lista de inscritos, tinha como missão continuar a guiar a United Autosport, rumo ao caminho do sucesso e tinha em Spa uma prova importante… a equipa trocou de pneus e era hora de entender qual era o problema desta época. As condições atmosféricas não permitiram tirar conclusões profundas, mas as primeiras ilações foram positivas e as novas borrachas surtiram efeito.

“Queremos sempre ganhar as corridas, mas creio que o que fez a diferença neste fim de semana, foi analisarmos friamente a nossa falta de competitividade deste ano e conseguirmos encontrar a solução.  Foi um fim de semana atípico, mas o que é certo é que fiquei muito mais contente com esta afinação e o carro fazia muito mais sentido assim, do que alguma vez senti nesta época. Estávamos muito mais competitivos numa pista que habitualmente não nos favorece muito. Estou ansioso por Portimão para entender se a mudança para os Michelin é de facto uma mais valia ou se o que aconteceu foi apenas uma corrida onde encontramos um bom compromisso.” 

A verdade é que United mostrou logo que estava mais forte e na qualificação foi por pouco que Albquerque não era o mais rápido:

“Nos treinos Livres 1 à chuva fiz o melhor tempo e estávamos muito rápidos, mas como a pista começou a secar os últimos tempos a serem feitos seriam sempre os melhores. Nos cronometrados confirmou-se a tendência e consegui fazer uma volta muito boa. Não somos ainda o carro mais rápido da grelha, mas o carro faz agora muito mais sentido e estamos mais próximos dos da frente.”

A corrida foi difícil para todos mas a United soube jogar bem as cartas e aproveitar a capacidade de Albuquerque para fazer o assalto à liderança:

“Não foi nada fácil, mas a minha equipa gizou uma estratégia espectacular, um pouco motivada pela falta de confiança do Phil no início, mas a decisão do engenheiro foi óptima. Quando entrei tive algumas voltas em que consegui ter as minhas referências e colocar o meu ritmo, que me permitiu abrir a distância para os adversários, conseguindo assim ficar em primeiro depois das paragens.  A partir daí foi preciso também improvisar um pouco pois havia momentos em que a pista estava muito boa para andar à chuva e havia outros em que não se via nada e chegou ao ponto de não conseguir ir a fundo nas rectas por causa do “aquaplaning”. Estava a fazer tudo para o Phil entrar com uma margem confortável, mas depois entrou o Safety Car e a corrida terminou e bem pois as condições estavam muito difíceis para todos. Tivemos alguma sorte e a bandeira vermelha permitiu que acabássemos na frente.”

No final da corrida, a voz do piloto luso parecia trémula, com muita emoção à mistura. A responsabilidade de levar a equipa a bom porto foi do português, que mais uma vez não falhou e mostrou o caminho do sucesso:

“Foi uma corrida muito intensa, muito exigente eu ia muito tenso nas rectas, onde normalmente aproveitamos para descansar um pouco e como se ponderou voltar a andar depois da interrupção, tinha de estar pronto para voltar para o carro, mas no final foi um alívio e um extravasar de emoções. Tive um papel importante na tomada desta decisão da troca de fornecedor de pneus e tive a responsabilidade de guiar a equipa para o rumo que eu achava ser o melhor, assim como continuar a motivar a equipa para não desanimar e continuarmos na luta neste campeonato, que está mais competitivo que o WEC. No final, juntar a volta de qualificação à corrida e conseguir a vitória foi espectacular e foi um alívio ver que o nosso esforço deu resultado e que conseguimos encontrar o caminho certo. “

 

O futuro? Zak Brown já falou na possível entrada no WEC, numa altura que a sua outra equipa, a McLaren, pondera aproveitar a nova regulamentação para fazer entrar a marca no mundial de endurance. Para os fãs portugueses, é fácil fazer o 1+1, mas para já nada está definido e nem do futuro a curto prazo o piloto de Coimbra quer falar:

 “A United já falou da possibilidade de ir para o WEC, mas para já ainda é muito cedo. Já começo a planear a minha época de 2019, mas ainda tenho Petit Le Mans e Portimão onde queremos acabar em grande e só depois então pensarei mais a sério na próxima época.  Eu sei que eles me querem no carro, mas para já é prematuro dizer o que quer que seja.”

Para já teremos Portimão. O ELMS vem encerrar as contas a Portugal e Albuquerque vai fazer de tudo para finalmente vencer “em casa”:

“Em Portimão será novamente um fim de semana difícil pois a G-Drive tem um andamento muito forte.  Na volta da qualificação estava à espera de fazer a pole, mas o Vergne ainda conseguiu fazer melhor e deu meio segundo ao segundo Oreca, o que é incrível. Estou muito curioso para ver o nosso andamento, que normalmente é melhor do que em Spa e claro quero quebrar este enguiço e do nosso lado não vai faltar nada, pois não temos nada a perder e vamos para lá para dar tudo pela vitória. Temos de ver a questão da durabilidade dos Michelin, que me parecem ser menos duráveis que os Dunlop, mas precisávamos da corrida para perceber melhor e gostava de ter feito dois stints com os mesmos pneus para ver o que poderia acontecer. Vamos ter de esperar por Portimão para tirar conclusões. E tivemos muita gente a olhar para nós e a ver que a mudança de pneus resultou, por isso talvez haja mais equipas a fazer o tudo ou nada para a última corrida e fazer a troca de pneus. “

 

Albuquerque é considerado um dos  melhores do mundo do endurance por algum motivo. A sua importância na United é a prova disso. O português é o farol da equipa, e é ele que dá a direcção para a evolução do carro. O seu trabalho é muito elogiado e a prova da sua qualidade está na importância que teve na decisão na troca de pneus, que para já se revela acertada. Tem também a missão de motivar a equipa com a sua postura positiva e de guiar jovens pilotos como fez no ano passado a Hugo de Sadeleer que se tornou no mais jovem piloto a vencer no ELMS, para se destronado este ano por Phil Hanson, também companheiro de equipa de Albuquerque. Ou seja temos o barómetro da evolução do carro, o homem que dá o rumo, o motivador, o formador e o piloto que nas situações difíceis não falha e traz para casa os resultados. Um caso de grande sucesso, que cada vez mais vai deixando a sua marca no endurance.

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