24h Le Mans: Os portugueses
Para a edição de 2025 das 24 de Le Mans, temos um forte contingente luso, que está pronto para lutar pelas vitórias nas suas respetivas classes e à geral. São três pilotos e uma equipa que representam a bandeira portuguesa.
Filipe Albuquerque – De volta à discussão pela geral
Filipe Albuquerque regressou finalmente ao topo do endurance em Le Mans. Depois de cimentar a sua posição como um dos melhores do mundo nas corridas de resistência, o projeto Cadillac apareceu na melhor altura, proporcionando o regresso à categoria de topo.
Albuquerque estreou-se na prestigiada 24 Horas de Le Mans em 2014, como piloto Audi Sport na categoria LMP1. Na sua primeira participação, impressionou o paddock e foi nomeado «Melhor Rookie do Ano», sinalizando a sua chegada como um talento sério nas corridas de resistência. Mesmo que tenha sido uma passagem fugaz, com um acidente logo na volta 25 (Albuquerque nem sequer pilotou na corrida), o português mostrou talento e capacidade para vencer.

Albuquerque competiu novamente em Le Mans em 2015 com a Audi Sport, ganhando experiência valiosa na altamente competitiva classe LMP1. Embora não tenha conquistado nenhum pódio durante a sua passagem pela LMP1, a exposição à competição de alto nível foi fundamental para ganhar experiência e destacar-se no mundo do endurance.
Após o término do programa LMP1 da Audi, Albuquerque fez a transição para a categoria LMP2 em 2017, juntando-se à United Autosports (após breve passagem pela RGR Sport by Morand). Lá, tornou-se líder da equipa, conhecido por sua velocidade, feedback técnico e consistência. Foram três anos com um pouco competitivo Ligier, mas a equipa conseguiu ainda assim dois quartos lugares em LMP2, um feito notável, dada a diferença de andamento. A United mudou para o Oreca 07 e logo no primeiro ano (2020), Albuquerque conquistou o triunfo em LMP2, no ano em que foi campeão no WEC (LMP2) e no ELMS.

Seguiram-se quatro anos em LMP2 que não sorriram ao piloto luso, que em 2025 regressa à classe principal, com a Wayne Taylor Racing, aos comandos do Cadillac V-Series.R n.º 101 ao lado de Ricky Taylor e Jordan Taylor. A probabilidade de Albuquerque fazer um brilharete este ano é relativamente baixa. Numa prova tão exigente e competitiva, não se pode pedir à WTR que esteja preparada para todos os cenários que vai encontrar, apesar de ter muita experiência no endurance americano. Mas Le Mans é… Le Mans e vermos o piloto de Coimbra na luta pelos primeiros lugares não é também um cenário demasiado rebuscado, olhando à performance geral dos Cadillac.
António Félix da Costa – A última dança em LMP2
António Félix da Costa está de regresso a Le Mans depois de um ano de ausência. O piloto português está inserido num projeto ambicioso para estas 24h de Le Mans, que lhe pode valer mais um triunfo em LMP2.
Félix da Costa estreou-se em Le Mans em 2018, competindo na classe GTE-Pro com a BMW Team MTEK, ao volante do BMW M8 GTE. Regressou em 2019, novamente na GTE-Pro com a BMW, como parte do esforço da fábrica do fabricante alemão. Embora não tenha sido candidato ao pódio durante estas primeiras participações, estes anos proporcionaram-lhe uma valiosa experiência em corridas de resistência.
Após a saída da BMW da GTE-Pro, da Costa mudou para a categoria LMP2, juntando-se à Team Jota, uma das principais equipas privadas. Adaptou-se rapidamente aos protótipos mais rápidos e teve um desempenho forte. Em 2020 ficou perto da vitória, com um segundo lugar, mas o triunfo chegou em 2022, vencendo a classe LMP2 com a Team Jota no Oreca 07 #38, num ano em que conseguiu igualmente o título mundial em LMP2.

Em 2023, AFC foi promovido à classe Hypercar, pilotando o Porsche 963 pela Team Jota, com o novo protótipo híbrido da marca germânica. Por imposição da Porsche, marca que representa no mundial de Fórmula E, não participou na edição de 2024 de Le Mans, marcando uma breve pausa na sua sequência de participações.
Para a corrida de 2025, o piloto de Cascais regressa a Le Mans na categoria LMP2 Pro-Am com a AF Corse, partilhando o carro com François Perrodo e Matthieu Vaxiviere, ambos pilotos experientes no WEC. O piloto de Cascais afirmou que esta poderá ser a sua última participação na LMP2, expressando o desejo de encerrar este capítulo com mais uma forte performance ou vitória na classe.

Bernardo Sousa – A estreia em Le Mans
Para Bernardo Sousa, esta é a primeira aventura em Le Mans. O piloto madeirense que fez praticamente toda a sua carreira nos ralis, regressou à velocidade, num regresso às origens, ele que começou a mostrar o seu talento nas pistas nacionais e internacionais. Depois de um ano no CPV, surgiu a oportunidade de fazer um teste com a Proton Competition, no Rookie Teste do WEC e convenceu imediatamente os responsáveis.

Assim, Sousa começou uma aventura completamente diferente e as 24h de Le Mans são igualmente um desafio diferente do que já fez. É a sua primeira vez em Le Mans, quer como piloto, quer com o espetador e, por isso, há muito a aprender e descobrir. Mas Sousa tem mostrado uma evolução significativa ao longo das duas primeiras corridas do ano, mesmo com os problemas que afetaram o Ford Mustang nos testes, agora resolvidos.
Bernardo Sousa iniciou uma das semanas mais marcantes da sua carreira. E todos desejam que seja bem-sucedido.

Algarve Pro Racing – Dois carros para voltar repetir o sucesso de 2022 e 2023
A Algarve Pro Racing, estrutura portuguesa que está cada vez mais forte no panorama da resistência mundial, estreou-se nas 24 Horas de Le Mans em 2016. Nesse ano, a equipa inscreveu um Ligier JS P2-Nissan e terminou em 12.º lugar na categoria LMP2 e em 17.º lugar na classificação geral, um resultado promissor para uma primeira participação. Nos anos seguintes, de 2017 a 2019, a equipa continuou a competir na LMP2, utilizando chassis Ligier e, mais tarde, Oreca. Estes anos foram marcados por resultados mistos, mas que deram à equipa experiência para se tornar cada vez mais competitiva.

Em 2020, a Algarve Pro Racing colocou em pista dois carros e mostrou progresso, com o #25 a terminar em 11.º lugar na classificação geral e em 7.º lugar na sua classe. Em 2021, a equipa alinhou LMP2 Pro-Am, entrando com o Aurus 01-Gibson.
Um dos grandes momentos da equipa aconteceu em 2022, quando venceu a classe LMP2 Pro-Am com os pilotos James Allen, René Binder e Steven Thomas. Seguiu-se outra vitória na classe Pro-Am em 2023, desta vez com James Allen, Colin Braun e George Kurtz. Estas vitórias consecutivas confirmaram o crescimento da equipa, que passou de estreante em Le Mans a concorrente consistente e de alto desempenho na sua categoria.

A Algarve Pro Racing alinhará mais uma vez com dois carros na edição de 2025 das 24 Horas de Le Mans. O Oreca nº25 terá aos comandos Matthias Kaiser , Lorenzo Fluxá e Théo Pourchaire. A segunda inscrição, na classe LMP2 Pro-Am, contará com George Kurtz , Nicky Catsburg e Alexander Quinn.
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