IMSA, Road América: Filipe Albuquerque faz magia, vence e aproxima-se do título

Por a 7 Agosto 2022 19:24

Dissemos uma vez no passado que quem tem um Albuquerque, tem tudo e hoje o piloto português voltou a mostrar toda a sua qualidade. Numa corrida atribulada e difícil, Albuquerque destacou-se e graças a uma manobra espetacular, conquistou o primeiro lugar já na segunda metade da corrida, que lhe permitiu vencer a corrida e aproximar-se do tão desejado título. Para João Barbosa, a corrida acabou mais cedo, com o seu colega de equipa a acabar fora de pista. Road América deu novamente um grande espetáculo.

A corrida começou com ameaça de chuva a pairar sobre a mítica pista americana e a chuva acabaria mesmo por complicar a tarefa dos pilotos. Filipe Albuquerque (Konica Minolta Acura ARX-05) teve um excelente arranque e afastou-se da concorrência de Alex Lynn (#02 Cadillac Racing), Richard Westbrook (#5, JDC Miller MotorSports) e o Sebastien Bourdais  (#01 Cadillac Racing), com Tom Blomqvist (#60, Meyer Shank Racing) e Pipo Derani (#31 Whelen Engineering Racing) a completar o top 6. Bourdais largou bem e pouco depois era segundo, atrás do líder, com Albuquerque a manter um distanciamento social saudável.

Mas a corrida complicou-se, faltavam 2 horas e 13 minutos para o final, com o carro #11 (PR1 Mathiasen Motorsports) a fazer um pião e a ficar preso na caixa de gravilha, motivando um Full Course Yellow (FCY). Nessa altura a meteorologia começou a complicar a tarefa e se já caiam umas pingas de água no arranque da prova, a chuva começou a intensificar-se, mas não o suficiente para obrigar as equipas a colocar pneus de chuva. Quando os DPi entraram para as boxes, apenas um carro apostou em pneus de chuva, o #5 de Westbrook. A aposta acabou por se revelar acertada e Westbrook acabou por ganhar muito tempo ao resto da concorrência. Ricky Taylor, colega de Albuquerque, acabou por cair para o quarto lugar, não conseguindo ser competitivo com a pista tão molhada. Com aquelas condições de pista, o #5 estava numa posição confortável, até porque algumas equipas como a Wayne Taylor Racing de Albuquerque, tiveram de entrar para colocar pneus de chuva caindo para os últimos lugares da sua classe. 

Quando faltava 1 hora e 27 minutos para o fim da prova, tivemos o segundo período de FCY. Albuquerque acabou por regressar ao volante do Acura #10 e no recomeço da prova saltou para o terceiro lugar, ganhando duas posições. O Cadillac #5 mantinha-se na frente, mas os Acura começavam a aproximar-se, uma aproximação que se tornou mais clara ainda quando faltavam 53 minutos para o fim quando tivemos o penúltimo período de FCY desta corrida, num acidente que envolveu o carro #33 de João Barbosa, que estava a fazer uma boa corrida até então. O seu colega Malthe Jakobsen foi obrigado a fugir de um carro que perdeu o controlo e acabou contra as proteções da pista, num final prematuro da prova. Com o regresso às boxes dos carros, o #60 de Oliver Jarvis assumiu a liderança da prova, perseguido de perto por Albuquerque. 

Iniciou-se então o jogo do gato e do rato entre os dois carros candidatos ao título. Jarvis conseguiu gerir bem o andamento e o tráfego, mas a 23 minutos do fim da prova, Albuquerque fez magia. O piloto de Coimbra já tinha ameaçado a ultrapassagem um par de vezes, mas naquele instante foi de faca nos dentes, aproveitando um GTD mais lento que atrapalhou Jarvis. O britânico foi pelo lado direito do GT, Albuquerque foi pelo lado esquerdo com duas rodas na relva. O português não perdeu o controlo do carro, manteve a posição em pista e concluiu a ultrapassagem na curva seguinte. Um momento espetacular que acabaria por ser a chave do sucesso desta tarde. Albuquerque conseguiu afastar-se de Jarvis e conseguiu uma vantagem de dois segundos enquanto mais atrás o Cadillac #5 e o #01 envolveram-se numa luta mais acesa pelo terceiro lugar, com o #02 a aproveitar e a passar para o lugar do pódio. A luta era intensa nesta fase e a pouco mais de sete minutos do fim, o tráfego tramou Albuquerque, que viu a vantagem de dois segundos esfumar-se. Jarvis pressionou, mas o piloto luso manteve o sangue frio e colocou o seu protótipo com mestria, deixando Jarvis à mercê de Earl Bamber que ainda lhe deu um toque, pouco antes do britânico ir fora de pista, perdendo o controlo do seu Acura e embatendo com violência nas proteções da pista. Miraculosamente o carro manteve-se em andamento, com Jarvis a cair para o quarto lugar. Mas os detritos na pista era demasiados e a corrida foi novamente interrompida e não havia mais tempo para recomeçar, pelo que Filipe Albuquerque viu assim a sua vitória confirmada, tendo como companhia no pódio Earl Bamber e Alex Lynn do Cadillac #02 e de Renger Van der Zande e Sebastien Bourdais no Cadillac #01.

Foi mais uma prova de que Albuquerque está no topo das corridas de endurance em protótipos. A equipa errou na estratégia ao lançar Taylor com pneus slicks para uma pista molhada, mas os FCY ajudaram a equipa a recuperar. Taylor admitiu no final que Albuquerque estava demasiado forte e que pediu à equipa para lhe entregarem o carro. O resultado está à vista. Uma manobra espetacular e um triunfo que volta a colocar a dupla do Acura #10 na liderança do campeonato quando falta apenas uma corrida para o fim da época. Vai ser mais um final alucinante.

LMP2 – Era Motorsport vence “no braço”

Quando a corrida começou, parecia que a PR1 Mathiasen Motorsports iria ter boas condições para vencer, pois os carros #52 e #11 da equipa estavam na frente do pelotão.Mas o # 11 ficou cedo fora de combate com um pião que deixou Steven Thomas preso na caixa de gravilha. Com o andar da corrida dois carros começaram a destacar-se: o #8 da Tower Motorsport (J. Farano / L. Deletraz) e o #18 (D. Merriman / R. Dalziel) da Era Motorsport. A luta durou até aos últimos minutos da corrida com Louis Delatraz a tentar segurar Ryan Dalziel. Mas Dalziel acabou por ser mais forte e passar para a frente da corrida pouco antes do último FCY que ditou o fim da prova. Assim, o #18 venceu, seguido do #8 e com o #20 ( D. Andersen / F. Scherer) no pódio (depois de um péssimo começo de corrida). 

Em LMP3 foi o #74 da Riley Motorsports (G. Robinson / F. Fraga) a levar a melhor. O #33 de Barbosa ainda rodou nos primeiros lugares e parecia bem encaminhado para um bom resultado, mas o incidente acabou por deitar por terra as esperanças da equipa. Felipe Fraga destacou-se e levou o seu #74 à vitória.

GTD Pro – VasserSullivan em grande

O Lexus #14 da VasserSullivan (. Hawksworth / B. Barnicoat) foi o grande destaque da corrida em GTD. Andou sempre na frente da prova e foi aguentando os ataques e os Full Course Yellow, apesar da pressão do #9 da Pfaff Motorsports (M. Campbell / M. Jaminet) que andou sempre por perto, assim como o #3 da Corvette Racing (A. Garcia / J. Taylor), que completaram os lugares do pódio final. 

Em GTD a história foi mais atribulada. O BMW #96 (R. Foley / B. Auberlen) andou na frente a maior parte do tempo, mas o Mercedes #79 da WeatherTech Racing colocou-se em posição de liderança e parecia estar com via aberta para um bom resultado. Mas num dos FCY, Daniel Juncadella acabou por passar o sinal vermelho no final do pit lane, acabando por ser penalizado. O #96 voltou para a liderança, mas perto do final foi passado Mercedes #57 da Winward Racing (R. Ward / P. Ellis) que acabou por vencer, com a companhia no pódio do Lamborghini #39 da CarBahn with Peregrine Racing (R. Megennis / J. Westphal) e do Lexus #12 da VasserSullivan ( F. Montecalvo / A. Telitz) que subiu ao pódio depois de uma manobra musculada no #96. 

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2 Comentários
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#99
#99
1 ano atrás

Felizmente que não era o Masi o Director de Corrida, senão parava tudo e teríamos uma última volta de faca nos dentes “para apimentar a corrida e não se acabar em FCY”

#99
#99
Reply to  #99
1 ano atrás

Ah desportivamente falando um grande bravo ao FA!

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