IMSA, Filipe Albuquerque: “Foi uma vitória muito dura”

Quem tem os melhores arrisca-se a vencer mais vezes. É o caso da Action Express (AXR) que delineou a melhor estratégia para terceira prova do IMSA Weathertech Sportscar Championship. Uma das provas de menor duração do ano (100 minutos) percorreu as ruas de Long Beach e mais uma vez os homens da AXR foram os melhores. Pipo Derani e Felipe Nasr estavam bem lançados para a vitória, mas erros nas boxes abriram as portas da vitória à dupla portuguesa Filipe Albuquerque e João Barbosa. Apesar do azar no arranque por parte de Barbosa, a equipa nunca perdeu o norte e conseguiu gizar a melhor estratégia, colocada em prática de forma imaculada pelos nossos compatriotas.

Filipe Albuquerque falou ao AutoSport sobre as emoções da prova em que a bandeira portuguesa voltou a voar mais alto:

“Foi um final feliz. Sabemos que nos EUA, o importante é como a corrida se desenrola e estar fora dos problemas, como é normal na resistência, mas tem muito a ver também com a estratégia da equipa e mais uma vez a AXR a diferença. Infelizmente tivemos azar com o carro 31, e eles mereciam ter vencido, pois estavam com mais andamento. É algo que temos de analisar, pois eles estão com bom andamento, em relação ao nosso, e temos de entender porquê.”

Foi a terceira vitória consecutiva da Cadillac este ano, numa altura em que o domínio das máquinas americanas se acentua no IMSA. O “Caddy” apesar do BoP desfavorável voltou ao primeiro lugar, mesmo com uma estratégia arrojada:

“O Cadillac é um carro muito bom em pistas mais irregulares e com ressaltos. Os Mazda e os Penske, apesar o BoP, têm um desgaste de pneus maior… são muito rápidos numa volta só, mas tem de trabalhar mais a gestão de pneus. Os Cadillac são muito bons nisso, e na forma como colocam a potência em pista.”

“A minha falta de andamento no fim foi por ter trocado apenas um pneu [devido a um furo lento], enquanto os outros trocaram pelo menos dois pneus. Eu fiz dois stints praticamente com o mesmo jogo de pneus. Na fase inicial em que fui para a pista e comecei a recuperar, os Penske não tinham andamento para mim. Quando me disseram que tinha 5 seg de avanço,

achei que a vitória estava praticamente assegurada. Mas a verdade é que eles trocaram de pneus traseiros e isso deu-lhes mais tração e mais aderência, algo que a partir de certo ponto deixei de ter, porque os pneus já estavam muito gastos e com isso, eles conseguiram pressionar mais mas sem assustar.”

Uma vitória muito dura

Foi uma vitória difícil para a dupla lusa. Albuquerque chegou ao fim da prova esgotado tal a exigência que lhe foi colocada em cima, com gestão do andamento, dos pneus, do combustível sempre com atenção aos ataques do Acura de Ricky Taylor:

“Não foi nada fácil e só queria que a corrida acabasse pois estavam a ser demasiadas coisas para gerir. Ele [R. Taylor] estava em cima de mim, tinha mais velocidade de ponta, os meus pneus estavam a escorregar demasiado de traseira. Quando me pediram para poupar gasolina, perguntei ‘o que é que vocês querem mais de mim?’ As coisas correram bem e acabamos a

corrida com apenas meio galão no carro… foi perfeito. Lembrei-me de Petit Le Mans especialmente na fase em que tinha de poupar e não estava a conseguir porque tinha de acelerar, mas desta vez tivemos aquela meia chávena de café para chegar ao fim.”

Apesar da primeira vitória do ano, Albuquerque e Barbosa querem mais e o piloto de Coimbra admitiu que a equipa está a tentar entender o que se passa com o #5, que não tem apresentado o mesmo andamento do #31. Apesar disso, a dupla está de volta ao top 3 do campeonato e pronta para a luta:

“Não é que esteja insatisfeito com o carro, mas estamos com alguma falta de andamento em comparação com o 31. Vamos analisar isso nas próximas duas semanas. Sinto que somos competitivos numa volta, mas temos algum desgaste de pneu e falta andamento ao fim de algum tempo. É um resultado que dá ânimo e que nos permitiu ganhar 10 pontos ao 31 e ao 10 por isso, deu-nos uma ajuda muito grande.”