IMSA, 12h de Sebring: Cadillac #5 vence corrida louca

Por a 21 Março 2021 03:08

Uma corrida fantástica que teve tantas reviravoltas e surpresas. 12h de corrida de endurance que teve de tudo. Uma vitória inesperada que se materializou apenas no fim da prova. O Cadillac #5 da Mustang Sampling / JDC-Miller Motorsport de Tristan Vautier Loic Duval e Sebastien Bourdais venceu em Sebring.

DPi – um vencedor inesperado

Na largada o #31 (Whelen Engineering Racing) de Pipo Derani manteve a liderança com o Cadillac #01 (Chip Ganassi Racing) a subir para a segunda posição. Renger Van der Zande passou pelo Acura #10 (Konica Minolta) de Ricky Taylor e este trio manteve-se na frente da corrida nos primeiros minutos.

O holandês aproximou-se então do pole-sitter Derani antes de passar o brasileiro, aproveitando o tráfego para fazer a manobra.

Van der Zande manteve-se na frente depois do primeiro  período de Full Course Yellow, que foi causado pela necessidade de limpar os destroços na Curva 17 depois de Jimmie Johnson ter feito um pião com o seu Cadillac #48 da Action Express que tocou no Cadillac #5 da JDC-Miller Motorsports de Loic Duval. Ambos os carros sofreram danos, mas apenas o #48 foi para as boxes para reparações rápidas.

A luta pelo primeiro lugar manteve-se acesa e Derani tentou passar Van der Zande antes da última curva de Sebring, mas o brasileiro foi entalado pelo #01, que teve de se desviar de um GTD. Isso levou a um impacto violento do #31 contra o muro, que entrou nas boxes logo de seguida e perdeu quatro voltas com a equipa a ter de reparar as suspensões do lado direito do carro.

A luta pela liderança ficava entregue a Van der Zande e Taylor e Olivier Pla terceiro no Acura #60 da Meyer Shank Racing.

Taylor acabou por passar por Van der Zande e o Acura #10 instalou-se na liderança com Filipe Albuquerque a entrar no carro e a estender essa liderança. No final da terceira hora, Filipe Albuquerque estava à frente de Scott Dixon, da Chip Ganassi Racing, mas o segundo FCY da prova baralhou as contas, com muitas equipas a entrarem para as boxes, enquanto Simon Pagenaud ficou em pista e assumiu o primeiro lugar no Cadillac DPi-V.R #48 até à frente. Harry Tincknell no Mazda #55, aproximou-se da frente, após ter inicialmente estado em quinto.

O recomeço da prova foi breve com um terceiro FCY originado por um acidente violento. Franck Perera perdeu o controlo do Lamborghini Huracan GT3 Evo da Grasser Racing Team e atingiu o Mercedes-AMG GT3 Evo da Alegra Motorsports de Billy Johnson. O impacto deslocou as barreiras que demoraram meia hora a serem reparadas.

Pagenaud manteve-se pouco tempo na frente da corrida no recomeço, tendo de ir para as boxes para uma paragem planeada e Tincknell (Mazda #55) assumiu a liderança. Juan Pablo Montoya no Acura #60 ultrapassou Albuquerque e Dixon estava em quarto lugar no Cadillac #01.

No entanto, a Chip Ganassi voltou a colocar o seu carro na frente e Van der Zande reassumiu a liderança da corrida no final da quinta hora. O holandês do #01 passou por Oliver Jarvis e alargou a vantagem para quase 20 segundos sobre o Mazda com seis horas completadas. Olivier Pla estava em terceiro no Meyer Shank Racing Acura ARX-05 #60, seguido do #10 de Alexander Rossi. Rossi teve um começo de stint péssimo, com uma saída das boxes que foi penalizada com um Drive Through, por ter arrancado ainda com a mangueira do combustível ligada ao carro. Além de ter perdido duas posições, perdeu mais tempo com a nova passagem pelo pit lane que o atirou para quinto, tendo recuperado uma posição. Vida complicada para Albuquerque e a sua equipa.

O #55 Mazda, com Jonathan Bomarito a bordo, liderava a corrida com quatro horas para o fim, após outro período de Safety Car. O Mazda manteve-se na frente apesar dos ataques do #01 e da recuperação de Filipe Albuquerque que levou o seu Acura #10 até ao segundo lugar. Este trio mantinha-se na luta pela vitória com os restantes Cadillac a terem problemas. Kamui Kobayashi, apanhou um susto mas nada que se compare ao que aconteceu a Felipe Nasr, que perdeu momentaneamente o controlo do #31 depois de um ressalto da pista e bateu no #5 ao sair das boxes. Ambos os carros acabaram fora da pista por alguns instantes com o #31 a ir para a box para uma paragem curta.

A corrida complicou-se ainda mais para o #10 com Filipe Albuquerque a ser penalizado com um Drive Through por ter provocado um incidente com o Lexus #14 que levou a um FCY, o que deitou por terra o bom esforço do português que caiu para o quinto posto. Quando faltavam três horas para o final, o Mazda mantinha-se na frente da corrida com o #01 e o Acura #60 por perto.

O Oreca #8 da Tower teve um violento acidente quando faltavam 2h e 45 minutos para o fim da corrida. O protótipo ficou muito danificado, mas felizmente o piloto Timothé Buret saiu ileso. Albuquerque ficou na liderança do pelotão no recomeço após FCY, mas Scott Dixon tratou de passar pelo português logo nos primeiro metros, que não evitou a ultrapassagem de Pla ficando logo à mercê do #55 de Jarvis.

A corrida do #48 ficou arruinada por não terem cumprido os tempos de condução regulamentados (Simon Pagenaud só poderia fazer 4h de pilotagem num intervalo de 6 e esteve 50 seg a mais na pista o que resultou na penalização que seria atribuída no final da prova). Mesmo assim o carro manteve-se em pista a lutar pelo melhor lugar possível.

Albuquerque saiu do carro quando faltavam duas horas para o final, tendo mantido o terceiro lugar, passando o volante a Alex Rossi. A corrida, que já estava a correr mal para o #31 piorou ainda mais com Mike Conway a ficar parado na pista com problemas no seu Cadillac o que provocou um FCY. Pouco depois a desistência foi oficial e o carro que tanto prometeu ficou de fora.

No recomeço Dixon (#01) arrancou bem e ganhou logo vantagem para Pla (#60) e Jarvis (#55), com Alex Rossi em quarto, que mais uma vez começou mal o seu stint e caiu para sexto. Mas a corrida continuou a dar surpresas e Dixon, quando se preparava para entrar nas boxes sofreu um toque de GTLM o que obrigou a uma paragem demorada para reparações na direção e suspensão atirando o Cadillac #01 para fora da luta pela vitória.

Surpreendentemente quem passou para a frente foi o Cadillac #5 de Sebastien Bourdais, que depois de vários toques conseguiu recuperar e passou para a frente da prova.

A meia hora do fim surgiu o oitavo FCY com uma roda do Mercedes #75 GTD a soltar-se e a provocar o último reagrupamento que daria um Grande Final com uma corrida sprint de 20 minutos. No recomeço, Bourdais largou bem enquanto Rossi (que entretanto subiu para terceiro) não evitou a ultrapassagem de Dane Cameron no Acura #60. Bourdais queixava-se que o seu carro tinha problemas o que o poderiam deixar à mercê da concorrência. Rossi perdeu mais uma posição para Kobayashi e caía para quinto. Já Kobayashi continuava com grande ritmo e passava Cameron subindo ao terceiro lugar, enquanto Tincknell se aproximava de Bourdais. O Mazda atacava forte mas não conseguia passar o #5 ficando com o #48 por perto.

Foi a última tentativa do Mazda de roubar a vitória ao #5 que conquistou assim uma improvável vitória. Em segundo lugar ficou o Mazda #55 (O. Jarvis / H. Tincknell / J. Bomarito) e a fechar o pódio o Cadillac #48 (J. Johnson / K. Kobayashi / S. Pagenaud) que devido à penalização irá cair para último da sua classe. Em terceiro lugar ficou o Acura #60 (D. Cameron / O. Pla /J.Montoya) e em quarto o Acura #10 da WTR ( R. Taylor / F. Albuquerque / A. Rossi).

GTLM – A montanha russa da Corvette

Em GTLM o Corvette #3 largou da liderança, mantendo- se na frente durante praticamente toda a corrida a primeira metade da corrida, apesar de estar sempre pressionado pelos BMW #25 e #24. O #25 chegou a estar na frente da corrida, mas o #3 regressou aos comandos da prova. O Chevrolet Corvette C8.R nº 4 teve um arranque problemático, com Tommy Milner a receber primeiro um drive-through por irregularidade no procedimento de partida, seguido rapidamente por uma paragem nas boxes não programada devido a um problema de motor.

A corrida da Corvette parecia bem encaminhada mas passou a correr mal com problemas de comunicação nas duas paragens de Nick Catsburg no #3, que atiraram o então líder da classe para o fim da fila, colocando o BMW #25 de Bruno Spengler na frente. Para piorar a situação, Catsburg fez um pião num recomeço da corrida após o FCY o que o fez perder ainda mais tempo. Na frente os BMW começaram a ter a companhia do Porsche #79 que passou para a liderança da corrida na nona hora de prova. Mas a luta aqueceu e o #25 de Phillipp Eng a passar para frente. O #24 de John Edwards aproveitou novo recomeço de prova para subir para segundo com uma potencial dobradinha da BMW em vista, com o Corvette #3 a recuperar tempo graças à interrupção. Mas a noite piorou para a BMW com uma paragem a correr mal provocando um incêndio no #24 que ficou assim arredado das contas da vitória.

A Corvette regressou à frente da prova com uma excelente recuperação e António Garcia fez grande parte da última hora no primeiro lugar, à frente do Porsche #79 e do BMW#25. No recomeço após o último FCY Connor de Philippi (#25) passou por Mathieu Jaminet (#79) e assumiu a segunda posição. O top 3 envolveu-se em vários toques, com Garcia a ficar para trás indo para as boxes sem hipóteses de reparação, ficando Jaminet à frente de De Philippi que foi considerado culpado pelo incidente. A única equipa privada em GTLM conseguiu assim a vitória e o Porsche da WeatherTech Racing (C. MacNeil / M. Jaminet/ M. Campbell) venceu, seguido do BMW #25 (C. De Phillippi / P. Eng/B. Spengler) e do BMW #24 (J. Edwards / J. Krohn / A. Farfus).

GTD – Porsche levou a melhor

Do lado dos GTD a primeira hora foi de liderança do Lexus #14 mas com o decorrer da prova a liderança passou os Porsche 911 GT3 R. Primeiro, Patrick Long ultrapassou o condutor Lexus Kyle Kirkwood na curva 16 à direita para colocar o #16 Wright Motorsport à frente.

O #9 Porsche da Pfaff Motorsports pilotado por  Laurens Vanthoor foi o inclino seguinte no topo da tabela em luta com o Porsche #16. O Aston Martin Vantage GT3 #23 The Heart of Racing surgiu no top 3 já na segunda metade da prova. O Lamborghini #1 da Paul Miller Racing complicou ainda mais as contas e subiu até à segunda posição quando faltavam quatro horas para o fim. Mas o azar bateu à porta do #1 com problemas na caixa de velocidade (que levou à desistência) o que permitiu que o Porsche #16 da Wright Motorsports subisse ao segundo posto, seguido do Lexus #12 no top3. No entanto uma infração do regulamento (demasiadas pessoas a trabalhar no muro das boxes) levou a um Drive Through para o Porsche #16, o que promoveu o #12 ao segundo lugar. Mas também o #12 teve problemas no recomeço da prova após FCY quando faltavam 90 minutos para o fim da prova com um toque a levar à entrada do Lexus às boxes. Mas na frente o Porsche #9 (Z. Robichon / L. Vanthoor / L. Kern) foi gerindo as operações e manteve-se na frente do pelotão até ao fim. Mesmo após a penalização o #16 (P. Long / T. Hindman / J. Heylen) conseguiu subir até ao segundo lugar e a fechar o pódio o #23 (I. James / R. De Angelis / R. Gunn).

LMP2 – Pouca história

Em LMP2 as mudanças na frente da prova não foram numerosas. A PR1/Mathisen Motorsports (B. Keating / M. Jensen / S. Huffaker) liderou a grande maioria da corrida e apenas no final foi ameaçado pelo #18 da Era Motorsport que não teve argumentos para levar a melhor sobre os favoritos.

LMP3 – Grande recuperação

O #38 da Performance Tech Motorsports’ liderou no começo da prova, com o #33 de João Barbosa a fazer uma corrida positiva, subindo do sexto até ao terceiro lugar. No entanto o #74 da Riley Motorsport assumiu a liderança já no último terço da corrida em luta com o #91 também da Riley Motorsport. No entanto, a surpresa estava reservada para o fim. Colin Braun no #54 Core Autosport fez uma excelente recuperação colocando o carro que andou sempre afastado dos primeiros lugares na luta pela vitória e quando faltavam uma hora e meia para o final e chegou a liderança da prova. O #54 (J. Bennett / G. Kurtz / C. Braun) venceu de forma surpreendente e João Barbosa teve de se contentar com o quinto lugar.

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Scb2
Scb2
3 anos atrás

Foi pena a colisão do Filipe Albuquerque. Ter perdido a posição ali não seria importante, como se veio a verificar.
Pista bastante estreita e com piso bastante ondulante a tornar muito difíceis as dobragens, aproximando os líderes e gerando muitos toques. Será interessante ver o WEC nesta pista que não perdoa erros completamente old school e que proporcionou um corridaço (nunca pensei que o #5 fosse ganhar).

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