GT3 Cup – Vieira e Carvalho dividem triunfos

Por a 25 Outubro 2021 17:06

A GT3 Cup viajou até Espanha para a sua estreia internacional. O Circuito de Jerez foi palco da penúltima ronda do troféu monomarca que se tem estabelecido de forma muito interessante na sua primeira época, ganhando um peso cada vez mais relevante na competição nacional.

No menu estavam mais duas corridas. Carlos Vieira e José Rodrigues eram os principais protagonistas à entrada para o fim de semana, disputando o título absoluto (e também o da categoria Pro). A luta seria intensa, por vezes até demais, como vimos na corrida dois.

Vieira começou melhor

Carlos Vieira foi o piloto mais rápido nos treinos livres ao averbar o tempo de 1:49.605, batendo por 336 centésimas o registo de José Rodrigues. Nas duas sessões de treinos, a superioridade foi repartida entre os dois primeiros classificados. Na primeira saída para a pista, Rodrigues conseguiu 1.49.941, contra 1.51.088 do líder, com Vasco Barros, um estreante em Jerez, a conquistar o terceiro melhor registo (1.55,246). Vieira manteve-se na frente no segundo treino, com Francisco Carvalho a ser o autor do terceiro melhor “crono” da sessão. Na categoria AM, Luís Rocha e Francisco Cruz dividiram o primeiro lugar, enquanto na categoria GD Jorge Areia foi sempre o mais veloz, primeiro face a Rui Silva e depois em relação a João Parreira.

Honras repartidas nas qualificações

Vieira e Rodrigues dividiram as poles para as duas corridas. Na primeira qualificação, Vieira e Rodrigues, os únicos a baixarem do segundo 50, ficaram separados por 0.144s e se o primeiro, autor da “pole”, lamentava, por ultrapassar os limites da pista, terem-lhe anulado o tempo de uma volta ainda abaixo de 1.49.50, o seu rival confessava ter sido prejudicado por Luís Rocha (“ele até já me pediu desculpa…”, referia) naquela que seria a “volta perfeita”. O terceiro mais rápido foi o estreante em Jerez, Vasco Barros, enquanto Alexandre Martins, quarto a nível absoluto, se afirmava como o mais rápido entre os pilotos da categoria AM. Pelo meio surgiam o “consagrado” Francisco Carvalho (5º), que lamentava ter “cometido uma série de erros” e ainda Jorge Areia, o melhor da categoria GD. E ainda no “top 10”, em termos absolutos, qualificou-se o jovem (16 anos) José Barros, a revelar uma crescente adaptação ao Porsche 911.

Na segunda sessão, tudo se passou de forma distinta, com três interrupções (bandeira vermelha) – duas para retirar carros das escapatórias e uma para limpeza de óleo na pista – e ainda da anulação de alguns “cronos” para quem excedeu os limites da pista. Neste capítulo, o mais penalizado acabaria por ser Vieira que assinou a sua volta mais rápida (pole) mesmo no final, passando para a frente de José Rodrigues. Ambos viram as suas voltas apagadas, só que Rodrigues ainda dispôs de tempo para conseguir outro bom registo (1.51.488), exatamente o que lhe garantiu a pole para a segunda corrida. Privado da sua melhor (e única) volta rápida (1.51.347), Vieira acabou por cair, para 15º, o que o levou a partir da oitava fila da grelha.

Corrida 1 – Vieira dominou, Rodrigues e Carvalho animaram

Carlos Vieira esteve imparável na primeira corrida, ao deixar para trás toda a concorrência no final da primeira volta e concluir as restantes em jeito de “passeio rápido”.

A animação estava reservada para os dois restantes lugares do pódio, num duelo que de início teve Francisco Carvalho, José Rodrigues e Vasco Barros como protagonistas. Barros foi o primeiro a ficar para trás, mas, Carvalho e Rodrigues deram espetáculo ao ultrapassarem-se mutuamente mais do que uma vez, para esse tira-teimas se desfazer com a meta à vista. Rodrigues passou Carvalho nas últimas curvas e conseguiu um importante segundo lugar.

Na categoria GD, Jorge Areia destacou-se dos adversários para segurar um triunfo tranquilo. Luís Rocha dominou a categoria AM, ao assumir o comando na primeira volta, altura em que Alexandre Martins fez um “pião” e caiu para os últimos lugares.

No final, Rodrigues estava feliz com as lutas que travou em pista:

“Passei o Francisco Carvalho na última volta, por fora, na chicane, conquistando um segundo lugar muito importante para as contas do troféu. Mas não foi uma corrida fácil, dada a luta travada também com o Vasco Barros, o que me levou a perder tempo para o Carlos Vieira, cada vez a destacar-se mais lá na frente”. Francisco Carvalho também se dava por satisfeito, face às circunstâncias da corrida: “Consegui chegar a segundo e depois fui-me embora, mas na terceira volta cometi um erro, tive uma pequena saída e o José Rodrigues aproveitou para se chegar perto. Travamos uma luta interessante e ele passou-me na última volta. Parabéns!”. Já Vieira comentou de forma simples a sua prestação: “Andei sempre a dar gás e claro que o objetivo era vencer a corrida”.

Corrida 2 – Carvalho aproveita desentendimento dos líderes

Francisco Carvalho levou de vencida a segunda corrida, que ficou marcada por diversas penalizações (drive through), na sequência de “toques”, deixando caminho livre ao piloto da Guarda, sendo que Vasco Barros ainda foi segundo e Carlos Vieira terceiro. Fora dos pontos, na sequência de um desses episódios, ficou José Rodrigues.

Foi uma corrida confusa, que logo no arranque ficou marcada pelo toque entre Vieira e Rodrigues. Vieira tentou passar Rodrigues por dentro, numa manobra agressiva que acabou com ambos na caixa de gravilha. Se Vieira conseguiu continuar, já Rodrigues ficou preso e terminou ali a sua corrida. Seguiu-se um período de Safety Car algo confuso, sem um reagrupamento claro do pelotão e quando se voltaram a ver bandeiras verdes em pista, Barros e Carvalho continuavam na frente, com Vieira a passar pelas boxes para cumprir um Drive Through. No entanto, já perto do fim Carvalho apareceu isolado na liderança, com Barros a ter de entrar também para um Drive Through. Com toda esta confusão, quem aproveitou foi Carvalho que se limitou a gerir o andamento até o final. Barros ainda conseguiu terminar em segundo e Vieira completou o pódio à geral. Na categoria AM, Francisco Cruz esteve sempre muito tranquilo na liderança, para confirmar uma vitória indiscutível. Mais uma vez, Jorge Areia dominou a categoria GD, fazendo o pleno em Jerez.

O que disseram os pilotos

No final da prova Francisco Carvalho estava satisfeito com o resultado, mas admitiu que não era o desfecho que esperava:

“Esta vitória caiu-me nas mãos, pois o meu carro, em termos de afinação, até estava inferior ao da primeira corrida. Lá na frente vi um toque entre o Vieira [Carlos] e o Rodrigues [José], o Barros [Vasco] destacou-se na liderança e de um momento para o outro só o vi entrar nas boxes. E eu lá segui à minha vida…”, comentava, no final, Carvalho ainda sem saber o que acontecera ao jovem piloto da VLB Racing. E este, pouco depois, antes de subir ao pódio pela conquista do segundo lugar final, interrogava-se: “Não faço a mínima ideia do motivo pelo qual levei um ‘drive through’”.

Muito antes, logo na segunda das 14 voltas, já o “toque” de que foram protagonistas Carlos Vieira e José Rodrigues fizera “mossa”. Vieira largou do fim da grelha e rapidamente chegou aos lugares da frente. E foi quando tentou superar o líder José Rodrigues: “Eu estava por dentro, ele [Rodrigues] tocou-me e fizemos os dois ‘pião’. Só que ele ficou lá e eu continuei, mas levei um ‘drive through’. A partir daí fiz a corrida possível”, explicava Carlos Vieira, terceiro classificado em termos absolutos.

José Rodrigues do seu lado usou as redes sociais para mostrar o seu desagrado afirmando que “Fui atirado para fora de pista quando seguia na liderança. Não há muito mais a dizer….”

A quinta e última jornada (5ª) da GT3 Cup está agendada para 27 de novembro próximo, no Autódromo do Estoril.

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