Fórmula E, Félix da Costa: “Estou no melhor sítio para tentar ganhar o campeonato”

Por a 22 Outubro 2025 12:30

Para António Félix da Costa, inicia-se um novo capítulo de uma profícua história na Fórmula E. A sua entrada na Jaguar chega depois de uma passagem dura pela Porsche. Depois de três anos de altos e baixos, Félix da Costa aposta tudo nesta nova parceria que, até agora, apenas tem dado sinais positivos.

O português é um dos pilotos mais experientes da competição, com 144 corridas realizadas — apenas quatro a menos do que Lucas di Grassi, o homem presente desde o início da Fórmula E. Com 12 vitórias, está no top 4 dos mais vitoriosos da categoria (o mesmo número de triunfos de Sam Bird) e, a par de Sébastien Buemi, é o único a ter conseguido três vitórias consecutivas numa temporada (por duas vezes: 2019/2020 e 2023/2024).

Com oito pole positions no currículo, é também um dos poucos pilotos a ter conquistado três consecutivas (2019/2020). Tem também no seu CV 27 pódios, números que fazem dele uma das grandes referências da competição.

Depois de três anos na Porsche, o piloto de Cascais segue agora para a sua quinta equipa na competição 100% elétrica, tendo representado anteriormente a Team Aguri (2014–2016), Andretti/BMW i Andretti Motorsport (2016–2019), DS Techeetah (2019–2022) e Porsche.

“Acho que é o melhor sítio onde eu podia estar”

Numa conferência de imprensa, onde o AutoSport / E-Auto marcaram presença, Félix da Costa começou evidenciar o seu entusiasmo e otimismo nesta nova aventura, considerando que a Jaguar é o “melhor lugar para lutar novamente por um título mundial”.

“Acho que estou no sítio certo, senão não teria tomado esta decisão. A Jaguar tem sido a minha maior concorrente nos últimos anos e poder juntar-me a eles, ainda por cima de forma natural e tão boa, é algo que faz cada vez mais sentido. Ter um colega de equipa que gosto muito, com uma boa relação e com muito respeito é fantástico. O dia a dia tem sido ótimo. Tivemos 2 dias a testar e só tenho as primeiras sensações, mas para já, tudo corre muito bem. Acho que é o melhor sítio onde eu podia estar para tentar novamente ganhar um campeonato do mundo na Fórmula E”

Uma decisão bem ponderada

A decisão da mudança para a Jaguar acabou por ser feita de forma muito ponderada e bem analisada, como explicou o português:

“Tive bastante tempo para pensar bem antes de tomar a decisão, e foi um conjunto de fatores que me levou a escolher a Jaguar. Quando assinei, a equipa não atravessava o seu melhor momento na Fórmula E, mas isso não teve qualquer influência negativa na minha escolha. O que me convenceu foi o conjunto — o colega de equipa, a gestão, o espírito e a mentalidade da estrutura.

A verdade é que, nos últimos seis anos, a Jaguar esteve sempre na luta pelos títulos e, quando uma equipa assim tem um ano menos bom, sabemos que é algo temporário. Para ser uma equipa vencedora na Fórmula E, é preciso ter uma mentalidade de trabalho muito forte — e eu vi isso aqui. Além disso, com a chegada da nova geração Gen4, acredito que a Jaguar vai ser uma das equipas mais importantes e competitivas. Tudo isso deu-me confiança de que este era o lugar certo para mim”.

Porta do WEC abriu-se naturalmente

Depois de ter deixado a Porsche, Félix da Costa ingressa em duas novas aventuras: além da Jaguar, volta ao Mundial de Resistência com a Alpine, onde pretende conciliar o programa com a sua carreira na Fórmula E — algo que considera “essencial”.

“Tinha a presença no WEC como um ‘must’ para mim. Vim de 3 anos onde tinha que bater o pé com muita força para conseguir coisas simples que eram importantes para mim. Aqui, achei que ia ter que chegar com a mesma atitude e basicamente foi tudo muito natural: ‘Queres fazer o WEC? Claro que sim! Queremos ver-te feliz’ “.

“Para mim é importante que as equipas onde estou inserido entendam que o meu trabalho, sendo um piloto de corridas, é competir. Não posso correr até aos 60 anos. Até aos 50, se calhar, vamos ver. Mas enquanto estou no meu ‘prime’, conseguindo encontrar bons lugares, em campeonatos competitivos, quero espremer todo esse sumo que tenho. E o que aconteceu foi tanto na Fórmula E como no WEC, as duas equipas foram muito abertas e mostraram vontade de ajudar em cumprir esse desejo de fazer as duas competições da forma mais natural. Isso foi logo uma lufada de ar fresco que adorei”.

Prioridade na Fórmula E

O piloto destaca ainda que, apesar das agendas exigentes, há uma boa coordenação entre os campeonatos para evitar sobreposições de datas. No entanto, ressalvou que a prioridade está na Fórmula E:

“A prioridade está na Jaguar e na Fórmula E. Há um esforço grande entre a Fórmula E e o WEC para não haver sobreposições. Mas, acima de tudo, é uma questão de bom senso, quando tens três pilotos num carro e no outro és o único, a decisão é óbvia. Felizmente, não há choques de calendário”.

Apesar de sem sobreposições, há datas da Fórmula E e do WEC que estão muito próximas, como o E-Prix de Madrir e o Prólogo do WEC que acontece logo no dia seguinte. Félix da Costa encara isso com a alegria típica do piloto de Cascais:

“Acho que somos uns quantos na mesma situação e havemos de certamente alinhar o itinerário de viagem. Sinceramente, olho para isso e penso: que sorte a minha, poder correr em dois campeonatos. Não vejo isso como um problema, vejo isso como uma coisa muito boa. Sou um sortudo e nunca vou olhar para isso de outra maneira. Espero poder vencer nos dois. Sei que é colocar a fasquia bem alto, mas é isso que me motiva”.

Pouco tempo para assimilar muita informação

Com os testes de Valência já à porta, Félix da Costa tem muito trabalho pela frente. Seguem-se sessões de simulação onde vai ser feito o trabalho de base antes dos testes em pista:

“Acho que vai ser uma época ainda mais renhida. Com quase todas as equipas a lutarem por vitórias na época passada. É ainda mais importante trabalhar em equipa, é ainda mais importante fazer fins de semana onde não há erros, onde não há problemas técnicos. Tudo tem de ser bem-feito e começa no trabalho de casa. Vamos ter 2 dias de simulador esta semana, para semana estamos em Valência a testar e a começar aqui o processo para, se Deus quiser, esse caminho ser bem-feito.

O tempo é curto. Há muitas coisas novas, um manual com 70 páginas para aprender, ou formas diferentes de afinar o carro. Vou ter 4 dias de testes com o carro antes de chegar a São Paulo.”

Confiança evidente

António Félix da Costa é um otimista por natureza, mas encara os próximos meses com a confiança que encontrou nas primeiras sensações:

“Acho que todos vão melhorar e tenho a certeza que a Jaguar continua a melhorar. Estamos a melhorar o carro, também entendemos uma série de coisas e há coisas que estou a trazer da minha passagem na Porsche, que fazíamos lá e vão funcionar aqui também. Por isso, eu espero que o que o package seja muito competitivo. Estou muito confiante”.

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