ELMS / IMSA: Filipe Albuquerque fez retrospectiva do ano

Por a 30 Outubro 2018 14:00

Foi um fim de semana em grande para Filipe Albuquerque. O piloto da United Autosports conseguiu a tão desejada vitória em solo nacional e fechou assim em beleza uma época de altos e baixos. Antes da prova das 4h de Portimão, o piloto dispensou algum do seu tempo para falar com o AutoSport e fazer o balanço da época.  A conversa começou com o IMSA, onde venceu as míticas 24h de Daytona. O piloto fez o balanço da sua primeira participação a tempo inteiro nos EUA:

“O balanço do IMSA, no fundo, é positivo. Fiquei a conhecer muitas pistas novas, as pistas todas dos Estados Unidos, que são espetaculares. Acho muito diferente do que temos aqui na Europa e não há estas coisas dos limites de pista, que para mim não tem piada nenhuma. Por isso estou a gostar muito no Estados Unidos, onde se travamos um bocadinho tarde, vamos a relva e acabou-se. Andar em circuitos citadinos com estes carros é fantástico, mais ainda com GT´s em pista, onde o risco é eminente.”

“Acho que foi positivo porque ganhamos o Daytona e há sempre aquela dúvida de o que é melhor… ganhar Daytona ou o campeonato. É um pouco como ganhar Le Mans ou o campeonato do mundo. Mas a partir do meio do ano começamos a ter alguns azares, como o João ter partido um pulso, ele que nunca faltou a uma corrida na carreira, e aquele incidente em que não pontuamos (Laguna Seca) por termos sido abalroados por um carro.  É até injusto porque tivemos carros que desistiram de várias corridas como a Nissan e a Penske e pontuaram. Nós, que nunca tivemos um problema e que desistimos sem culpa própria, fizemos zero pontos. Fiquei atrás dos Penske de uma forma injusta, pois fomos mais consistentes, temos um carro melhor, uma equipa melhor e ficamos atrás deles porque houve alguém que nos atirou para fora. Foi um azar, porque eu tava na box não podia fazer nada, o João leva aquele toque, parte uma costela e não pode correr na última.”

“Na última prova, fizemos uma grande recuperação e estávamos ali na frente com um andamento inacreditável, pois a poupar gasolina, estávamos mais rápidos que o Renger van der Zande a fundo. Pensava mesmo que ia dar pois tínhamos ainda 0.9 galões e estávamos a consumir 0.5/ volta. Mas na última recta, o carro começou a falhar perto da travagem, e eu não estava a acreditar pois ainda faltavam 0.4 galões. Em Detroit tivemos uma situação semelhante pois nos EUA arriscamos muito mais na estratégia. Vamos ter de fazer testes para saber qual o limite e não sermos apanhados novamente neste tipo de situação.” 

Albuquerque continua a adorar a experiência do outro lado do atlântico. Lá encontrou novos desafios, novas exigências, algo que tem sido do seu agrado:

“O desafio nos EUA é maior por vários fatores.  Temos pensar no andamento, no trânsito e estamos constantemente em luta com outros carros, o que exige muito mais atenção por parte do piloto. Aqui no ELMS quando temos uma luta com um carro já é uma corrida excelente. Os diferentes desafios que encontrei no IMSA fizeram-me melhorar como piloto. Em Road America estava em segundo a estratégia correu um bocadinho mal e foi o suficiente para cair para sétimo, o que não acontece na Europa. É uma forma diferente de ver as corridas e que agarra as pessoas a TV até a última hora. “

O piloto já tem a próxima época confirmada no IMSA onde se manterá com a Action Express, que ficou satisfeita com o trabalho feito por Albuquerque que, como sempre, continua ambicioso e quer mais e melhor:

“Estou muito contente, pois a equipa quer continuar comigo e estão contentes com o meu trabalho. Mas desta vez queremos ganhar Daytona e o campeonato.”

Filipe é conhecido pela sua velocidade e regularidade a toda a prova. Em Petit Le Mans teve um pequeno erro que fez questão de compensar com uma recuperação fantástica:

“Cometi um erro em Petit Le Mans a lutar com o Hélio Castroneves, em que toquei nuns pneus e acabei por perder uma volta. Mas fiquei a sentir-me mal porque foi a primeira vez que bati em toda a minha vida, numa corrida de resistência (desde 2014) e tive de me redimir. Era suposto fazer mais um turno, mas fiz mais dois e quando faltava mais de duas horas para acabar e houve uma situação de bandeiras amarelas, pedi para ir para o carro para dar a volta à situação, pois na altura estávamos em oitavos ou décimos. Meti o capacete mentalizado que tinha de dar e que ia chegar à frente e consegui. Foi pena não termos conseguido a vitória. “

Quanto ao ELMS, as conversações com a United Autosports decorrem a bom ritmo e poderá haver novidades em breve:

“Acho que a United está muito contente comigo, querem que eu continue e estamos só a definir os últimos pormenores, mas à partida deverá ficar tudo acertado nas próximas semanas e depois nessa altura veremos. “

Quanto ao futuro da United, o fim de semana passado serviu para a equipa entender a valia do Ligier com pneus Michelin. Albuquerque teve um papel decisivo na troca de fornecedor de pneus, mas a primeira corrida, embora tenha resultado numa vitória, não permitiu entender o real potencial do carro com as novas borrachas. Portimão era o grande teste para ver o real andamento do carro:

” Desde que mudamos para Michelin mostramos mais andamento. Este fim de semana estive nos primeiros lugares em todas as sessões com facilidade, ou seja, com muita gasolina e por vezes sem pneus novos. O que é certo é que os Ligier neste momento, com pneus Michelin estão muito competitivos. Basta ver que na qualificação o meu carro e o do Will Stevens ficaram muito perto da pole. “

Para felicidade de todos os portugueses, o teste correu da melhor forma possivel. Albuquerque venceu a corrida, com a ajuda do seu colega Phill Hanson que esteve também em grande nível. O carro mostrou-se competitivo e teve de segurar no fim Will Stevens, em Ligier, com Michelin. Parece assim que a United terá encontrado a formula do sucesso para o futuro.

Para Albuquerque, se a permanência na United se confirmar, o desfio de Le Mans estará de novo na calha:

“Se fizer o ELMS com a United eles também fazem Le Mans. Se virmos o que aconteceu, o carro da Panis – Barthez, se não tivesse o problema de embraiagem tinha ganho Le Mans, com um Ligier. O andamento estava lá embora não seja o carro mais rápido, pois quem fez a pole foi um Oreca, mas o que é certo é que eles estiveram perto da vitória. “

Albuquerque é um piloto especial. Quando subiu ao pódio foi dificil não ver um sorriso em todos os que estavam presentes. É respeitado e acarinhado por muitos e a sua postura sorridente e muito acessível faz a diferença. Basta ver a forma como os membros da equipa se relacionam com ele para entender isso. É um excelente embaixador das nossas cores lá fora e por certo veremos mais momentos como o de Portimão no futuro.

 

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