CPV: Finalmente no rumo certo? – Balanço final (parte 6)

Por a 20 Agosto 2022 14:45

Por Fábio Mendes e Pedro André Mendes

(Este artigo é composto por várias partes. Pode ler aqui a parte 1, parte 2, parte 3, parte 4 e parte 5).

Fazendo um resumo do que foi dito, há alguns motivos para otimismo, mas sempre de forma refreada. Parece claro que a opção GT4/TCR é a que agrada mais e que este regulamento pode ser mais viável que os anteriores. Basta ver o número de inscritos até agora, sempre com médias de 15 carros na grelha, para ver que temos um começo positivo desta nova era. Mas é preciso paciência, é preciso que o trabalho seja feito e é preciso união. A união que tem faltado é agora fundamental para fazer crescer o CPV e nos prepararmos para um campeonato ibérico que parece ser o caminho do futuro.

É preciso também que a FPAK defenda as suas competições. Portugal tem um mercado demasiado pequeno para termos tantas competições. Nuno Batista resumiu bem a situação atual:

“Creio que se devia ter apostado numa união de esforços entre o troféu monomarca da Porsche [GT3 Cup], algo que já no ano passado devia ser feito, com a junção do GT3 Cup, do CPV e dos Supercars. Se houvesse a fusão destes campeonatos tínhamos um dos melhores da Europa. Infelizmente não houve entendimentos e nós não temos dimensão para ter três competições assim e a lei da oferta e da procura vai ditar que um ou dois campeonatos dos que referi morram.”

Se houvesse entendimentos e união, poderíamos já ter um campeonato interessante de seguir. Assim continuamos a marcar passo.

O que é preciso também que os promotores e os pilotos pensem, é que a competição automóvel, para ter sucesso tem de ter gente nas bancadas. E para que haja público é preciso um motivo de interesse e a competição tem de ser o verdadeiro chamariz. Sim, quem é apaixonado pelas corridas vai até um autódromo e gosta de ver os carros a passar. Mas é preciso lutas. É preciso batalhas ferozes em pista. É preciso um vencedor claro e não uma dúzia de vencedores na sua categoria. A F1 conseguiu crescer e voltar a ser indiscutivelmente a competição automóvel mais vista no mundo, porque se abriu ao público, porque apostou nas redes sociais, apostou em mostrar o seu mundo de uma forma moderna e apelativa, mas o crescimento maior surgiu quando tivemos um verdadeiro duelo em pista. No final venceu um, para alegria de uns e tristeza de outros. É esta necessidade de rivalidade que faz do futebol o sucesso que é. Foi isso que fez crescer a F1 exponencialmente. É disso que a velocidade nacional precisa. Nos ralis temos confrontos a cada prova, com três ou quatro pilotos com reais hipóteses de vencer. No final ganha 1. Na velocidade precisamos do mesmo. Precisamos de encontrar um campeão absoluto, precisamos de duelos rasgados em pista. A velocidade já nos deu isso no passado, nos chamados tempos de ouro. É disso que precisamos agora.

O caminho parece estar traçado e, pelo que ouvimos, parece haver bases para que finalmente consigamos a velocidade que queremos e precisamos. Que os erros do passado não se voltem a cometer.

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