CPVT – Que futuro?

Por a 20 Setembro 2018 12:23

Foi notória em Braga a pequena lista de inscritos para o CPVT. Tivemos apenas 6 carros em pista, e apenas 5 TCR, com João Sousa que corajosamente mantém a sua aposta nos TCC, que muitos apontam como uma solução interessante. Cinco carros é manifestamente pouco para aquilo que se pretende do campeonato e para o potencial que existe.

O nacional de velocidade sempre viveu um pouco de modas. A regulamentação mudava, as equipas e pilotos mostravam interesse, e tínhamos um par de anos em bom nível para depois o interesse desvanecer. Com o TCR aconteceu a mesma coisa. Os primeiros dois anos mostraram que havia potencial e que o campeonato nestes moldes poderia ser interessante, numa espécie de regresso ao PTCC, Mas as listas de inscritos foram diminuindo ao invés de aumentar.

Ainda assim, os poucos carros em pista iam dando espectáculo e em Braga, no ano, passado. além de termos tido uma boa moldura humana, apesar do Red Bull Air Race, tivemos  corridas muito boas, tal como aconteceu ao longo de todo o ano. Em 2018 por algum motivo o desânimo apoderou-se de vez e apesar do regresso de alguns grandes nomes, o campeonato teve dificuldade  em arrancar. A prova do Estoril teve de ser cancelada e um campeonato que já era curto passou a ser mais curto ainda. A jornada inaugural de Braga viu boas corridas e um lote de carros que permitiu espectáculo em pista, com a ajuda dos Supercars. Vila Real é um caso aparte e a tradição, tal como a exposição mediática tornam a prova transmontana o ponto mais alto da época.

Em Braga o balão de oxigénio parece ter-se esvaziado completamente. Apenas cinco TCR inscritos é manifestamente pouco para ter um campeonato atractivo quer para pilotos como para os fãs. Apesar disso o publico não faltou à chamada e marcou presença em Braga.

Em conversa com o AutoSport, Nuno Couceiro, responsável pela Full Eventos, admitiu que há um problema que tem de ser resolvido. Apesar do fim de semana ter corrido bem a nível organizativo e desportivo, admitiu que a campeonato nacional de velocidade não pode continuar assim e que estão a ser tomadas medidas para rectificar a situação. Couceiro recusa a ideia que a promoção do campeonato estar mal feita e que o problema vai mais além disso. No que diz respeito a soluções, estão a ser estudadas para serem implementadas o mais brevemente possível, embora não tenha referido qualquer via em especifico. São vários os cenários possíveis, pelo que o promotor não quis especificar o que poderá ser o futuro, apenas afirmando de forma convicta que qualquer decisão que seja tomada irá ser sempre em concordância com as estruturas que estiveram presentes em Braga, a quem endereçou um elogio e uma palavra de apreço e reconhecimento pelo esforço feito ao longo destes anos, em que nunca viraram as costas ao campeonato, apesar das várias mudanças operadas, com os investimentos que tal implicou.

A solução que está a ganhar mais força parece ser a de uma competição ibérica que permita que as estruturas portuguesas e espanholas possam encontrar uma base comum para competirem e darem grelhas mais preenchidas. No ano passado foi feita uma tentativa nesse sentido, mas apenas na primeira prova do Estoril pudemos ver algum interesse de pilotos espanhóis. Do outro lado da fronteira está muito bem estabelecido o conceito de resistência que neste momento consegue ter mais de dezena e meia de carros TCR em prova o que é um número assinalável e o modelo apresentado em 2017 não seduziu os pilotos espanhóis, sem esquecer que o CER tem muita força.

Para já não passa de uma hipótese, como outra qualquer, mas que parece estar a ganhar força. A confirmar-se é um passo lógico. O mercado português é pequeno e não parece sair do marasmo que se instalou. Os TCR continuam a ser a melhor solução e permitem que equipas e pilotos possam dar o salto para outros campeonatos internacionais já com experiência nesse tipo de carros, sem acréscimo desmesurado de investimentos e temos visto vários exemplos disso.

Há algo que é preciso potenciar em Portugal. Talento e qualidade. As estruturas nacionais trabalham ao nível das melhores e os pilotos nacionais não precisam de provar nada a ninguém. Todos os pilotos que em 2018 fizeram provas noutros campeonatos tiveram excelentes prestações contra concorrência forte. O nível em Portugal é elevado e o potencial humano enorme. Se não é possível potenciar esse talento apenas dentro de portas então a solução ibérica pode ser o ideal.

Seja qual for a decisão, o promotor, a FPAK e todos os envolvidos no campeonato têm uma responsabilidade e as decisões que se tomarem deverão ser acertadas pois o nacional de velocidade não pode sobreviver assim.

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