Filipe Palmeiro: “O Mini é melhor e a rapidez do Nasser não os conseguiu travar”

Por a 2 Fevereiro 2020 15:28

Foi diferente este ano o Dakar para Filipe Palmeiro, já que com Boris Garafulic a ficar no Chile devido à situação política no Chile, ao navegador luso surgiu-lhe uma oportunidade diferente, já que o piloto lituano Benediktas Vanagas ficou sem navegador, devido a doença, poucos dias antes da prova começar e Filipe Palmeiro estava ali à mão de semear. Ultrapassadas todas as questões burocráticas, a dupla fez um bom Dakar até ter problemas.

Chegou ao top 10 na etapa 5, mas na sétima etapa, a primeira após o dia de descanso, perderam mais de três horas depois de um grave problema de suspensão. Estavam na luta pelo top 10, mas o azar bateu-lhes à porta, caíram para a 20ª posição da geral. Até aí, tinham sabido fugir de problemas e estavam a ser regulares. Mas com o tempo perdido, as esperanças de uma boa classificação foram-se. Depois da forte queda na geral após a sétima etapa, a dupla ganhou posições quase todos os dias, terminando no 15º lugar.

Pensavas que ias ver o Dakar a partir de Portalegre…

“Depois do Boris (Garafulic) ter decidido não fazer o Dakar muito perto do início da prova e depois de todas as equipas da X-Raid estarem fechadas estive em risco de ficar em casa, mas devido a um problema de saúde do navegador do Benediktas Vanagas surgiu a possibilidade de irmos juntos três ou quatro dias antes da partida da prova. Tivemos que ultrapassar algumas questões contratuais mas foi possível já que se tratava de um piloto que corre de Toyota, mas numa equipa privada.”

Como correram as coisas?

“Como se pode calcular, tudo foi novo para mim no final foi uma experiência positiva e serviu para conhecer outro carro. A primeira semana foi mais interessante em termos pistas e navegação, na minha opinião na segunda semana fizemos muitos quilómetros pouco interessantes, com muitos ‘fora de pista’ em linha reta, muito rápidos e por vezes perigosos. Tivemos também poucas dunas a sério e sem grandes dificuldades. Quanto à navegação, penso que foi positiva a entrega dos road books antes das partidas e penso que será sempre assim daqui para a frente. Por fim, sou de opinião que a Arábia Saudita tem um potencial enorme para este tipo de provas mas provavelmente a organização tem que fazer alguns ajustes no traçado”.

Achas que eles têm zonas para poder fazer um Dakar ainda muito mais seletivo e duro?

“A Arábia Saudita tem um potencial enorme para este tipo de provas mas provavelmente a organização tem que fazer alguns ajustes no traçado.

Penso que é possível, no entanto pode a própria Arábia Saudita não permitir que o Dakar passe em certos locais, mas também será uma possibilidade colocar outros países vizinhos na rota do próximo ano, aliás como já se fala publicamente…”

Falava-se em dunas enormes, mas viu-se pouco disso na TV. O que viste por lá?

“Na realidade, dunas só na 11ª etapa e não considero que tenham sido muito difíceis nem grandes como na América do Sul…”

Houve um dia em que os três da frente se perderam. Coincidência ou eles andam a marcar-se uns aos outros e foi assim que se perderam os três. Consegues explicar?

“Acho que normalmente acontece nos mesmo locais onde as motos se perdem também, isso torna mais difícil reconhecer algumas referências físicas do road book”.

Depois de tanto tempo a X-Raid voltou a ganhar, achas que o Mini Buggy é melhor que a Toyota Hilux?

“Acho que o Mini é melhor e a prova foi que o Nasser sendo provavelmente mais rápido não conseguiu que travar a performance dos Mini”.

O tipo de percurso era equilibrado ou melhor para um conceito ou outro? (buggy/4X4)

“Penso que estando muito equilibrado em termos de velocidade de ponta os Buggys são mais eficazes no fora de pista”.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Autosport Exclusivo
últimas Autosport
autosport-exclusivo
últimas Automais
autosport-exclusivo
Ativar notificações? Sim Não, obrigado