Estreia difícil da Audi

Por a 10 Janeiro 2022 08:13

A Audi arrancou para a segunda semana de prova com Mattias Ekstrom e Emil Bergkvist na 13ª posição a 2h50m38s da frente, Carlos Sainz e Lucas Cruz, na 21ª a 3h58m38s e Stéphane Peterhansel e Edouard Boulanger na 65ª a 68h35m34s. Calculava-se que a estreia poderia ser complicada, mas não se imaginava um cenário destes. 

Ainda assim, há pontos positivos: Carlos Sainz e o RS Q e-tron conquistaram para a Audi a primeira vitória de um carro eletrificado em etapas no Dakar. Depois do brilho do e dos êxitos do Audi Quattro no Mundial de Ralis, nos anos 80, mais recentemente o primeiro triunfo de um híbrido nas 24 Horas de Le Mans, o R18 e-tron, para o Dakar, foi o que se arranjou.  

Este foi o regresso às vitórias da Audi numa etapa do Dakar, o que não acontecia há 37 anos, desde que Bernard Darniche se impusera na sexta da edição da prova, em 1985 com um Audi Quattro V10.

Como se sabe, a Audi é o primeiro construtor a enfrentar o Dakar com um conceito inovador que combina um motor TFSI com uma transmissão elétrica ligada a uma bateria de alta voltagem e um conversor de energia. Curiosamente, as fraquezas do carro nada têm a ver com a parte elétrica.

Curiosamente, os problemas começaram logo antes do Dakar, com os responsáveis da Audi e Carlos Sainz com queixas sobre uma alegada desvantagem da Audi no Dakar. O espanhol alega que não houve paridade com os T1+, mas a FIA rejeitou as queixas. 

É verdade que o carro é 200 Kg mais pesado que os T1+, mas isso deve-se ao facto da Audi não ter conseguido baixar o peso ao carro, que tem como peso mínimo exatamente o mesmo dos T1+.

Jutta Kleinschmidt, da Comissão de TT da FIA, entende que carro revelou-se rápido na  primeira semana do rali e destaca que o peso extra nada tem a ver com os regulamentos, mas adverte que depois do Dakar, os ‘Data Loggers’ serão analisados e eventuais disparidades serão corrigidas. 

A verdade é que os Audi tiveram vários problemas que justificam os atrasos na classificação.

Tanto Sainz, quanto Peterhansel e Ekstrom tiveram problemas. O espanhol perdeu-se ‘violentamente’ logo a abrir a prova, teve problemas de suspensão no carro, tal como sucedeu a Ekstrom e Peterhansel.

Olhando para o que foi a prova dos Audi, Al-Attiyah até começou pressionado pelos três Audi, mas cedo Peterhansel teve um acidente, danificando o eixo traseiro e a suspensão traseira esquerda. Esperou mais de quatro horas pela chegada dos camiões de assistência para reparar os danos. Mas os problemas da Audi não acabaram aí, pois Carlos Sainz  perdeu mais de duas horas à procura de um waypoint.

Na Etapa 2 já não havia qualquer Audi no top 20. Após a etapa 3, Ekstrom passou a ser 18º e Sainz colocava-se na 21ª posição. Peterhansel já só corria em ‘Dakar Experience’.

Na etapa 4, Peterhansel voltou a ter que esperar pelo camião de assistência depois de partir um amortecedor, e Mattias Ekstrom perdeu quase 40 minutos na tirada. Carlos Sainz era 16º. No dia seguinte, passou a ser Ekstrom o melhor Audi, em 16º enquanto Sainz caiu para o 21º lugar, após perder uma hora com mais problemas mecânicos. Novamente a suspensão, tendo que pedir ajuda ao ‘mochileiro’, Peterhansel.No dia seguinte, Ekstrom colocou o seu Audi em 13º e Sainz caía novamente para a 21ª posição após outra etapa difícil, em que perdeu mais de 40 minutos. Na etapa 7, Ekstrom, aproximou-se do top 10, em 12º lugar, enquanto Sainz saltava para o 18º lugar.

Como se percebe, esteve longe de se tratar somente de ajustes de BoP: os Audi têm imensos problemas de juventude, mas ninguém pode dizer que são lentos. Se a fiabilidade melhorar, são carros para andar na luta, mas como se calcula, poucos esperavam que chegasse ao Dakar e vencesse logo no primeiro ano. As outras equipas não andam lá a ver passar os comboios…

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
2 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
SlowInFastOut
SlowInFastOut
2 anos atrás

V10 ou 10 válvulas?

alexis
alexis
2 anos atrás

Os motores dos Audi Quattro eram de 5 (cinco) cilindros em linha, nunca foram V10.

últimas DAKAR
últimas Autosport
dakar
últimas Automais
dakar