14ª vitória de Stéphane Peterhansel no Dakar

Por a 15 Janeiro 2021 08:54

Stéphane Peterhansel venceu o Dakar! Assistido pelo seu novo co-piloto Édouard Boulanger, susteve com êxito os ataques da dupla de Nasser Al-Attiyah e Matthieu Baumel e obteve o seu oitavo triunfo no Dakar na categoria automóvel e o seu 14º entre autos e motos na mais prestigiada das corridas de ralis de todo-o-terreno. Além disso, este triunfo de “Mister Dakar” surge precisamente 30 anos após a sua primeira vitória, nas motos, em 1991.

Desde 2017 que Stéphane Peterhansel não acrescentava triunfos no Dakar ao seu longo palmarés, mas isso terminou agora com o seu 14º triunfo na grande maratona. Carlos Sainz, duas vezes (2018 e 2020), e Nasser al Attiyah, uma, em 2019, vinham dividindo entre si os triunfos, mas desta feita o francês foi buscar os seus melhores atributos e triunfou mais uma vez. Nasser al Attiyah foi segundo na frente de Carlos Sainz.

O momento-chave da prova deu-se na etapa 9. À entrada desta tirada, Nasser al Attiyah rodava 5m50s atrás de Stéphane Peterhansel, e no final da etapa 9 a margem subiu para 17m50s. Foi aí que o rali se decidiu apesar de duas complicadas etapas que ainda havia pela frente, entre elas a 11ª, que para o diretor de prova, David Castera, era a mais difícil deste Dakar, com cerca de 80 Km de difíceis dunas.

Na etapa 9, Stéphane Peterhansel viu Nasser Al-Attiyah sofrer dois furos, e com a margem entre ambos a mais do que triplicar, as hipóteses do piloto da Toyota repetir o triunfo de 2019, diminuíram drasticamente. A partir daqui o piloto da Toyota só poderia contar com a má sorte de Peterhansel, mas há um dado em que se tem de refletir. A Toyota teve até esse momento, 48 furos entre os três carros, e foi aí que se fez a diferença.

Independentemente do restritor do motor, entre o Mini Buggy da X-Raid e a Toyota Hilux, a verdadeira diferença fez-se na forma como os pneus dos Mini e das Toyota suportaram as dificuldades do percurso.

Como sempre, o Dakar ‘cai’ mais para um lado ou outro, entre os favoritos, dependendo do percurso que é escolhido, e este ano isso foi notório, com a agravante da questão das diferenças nos pneus. Este ano tivemos uma prova com diversas etapas de muito mau piso, pedra e trialeiras, e os buggy conseguem passar bem mais depressa, não só devido ao maior curso de suspensão mas também o tamanho dos pneus. Os Mini da X-Raid, têm um diâmetro maior e paredes laterais também maiores, por isso têm tendência a furar menos. O único contra é mesmo pesarem mais cerca de 10 kg.

E foi aí que se fez a diferença, só Nasser al Attiyah teve quase duas dezenas de furos. Stéphane Peterhansel teve quatro furos e Carlos Sainz, três. Uma diferença abismal para os 16 furos de al Attiyah.

Por outro lado, há também que não esquecer o fator navegação, e nesta edição um piloto que já tenha navegado em moto era uma ajuda enorme.

E quem já o fez dos três do pódio? Peterhansel!

Nos últimos anos, Carlos Sainz tem ganho ano sim, ano não. Este era ano ‘não’, e talvez para o ano a tradição se mantenha já que o triunfo foi para o seu colega de equipa. O espanhol não se entendeu com as dificuldades de navegação que a ASO impôs para este ano e perdeu a prova nesse particular, atrasando-se irremediavelmente nas etapas 3, quando se perdeu, e depois, definitivamente, na nove, quando teve problemas com os travões do Mini, ficando nesta altura demasiado longe para poder aspirar em vencer.

Para lá dos três homens da frente, exatamente aqueles que esperávamos poder terminar nos três lugares da frente, independentemente da ordem, o Dakar ficou ainda marcado pela estreia do BRX Hunter 4X4, de Sébastien Loeb, Nani Roma e da Prodrive e o quinto lugar do espanhol foi um bom prémio para uma prova em que a estrutura de David Richards provou que em poucos meses é capaz de construir um carro para uma prova tão difícil quanto esta e colocá-lo de imediato entre os melhores. Nunca o BRX deu quaisquer sinais de poder terminar no pódio, mas percebeu-se que há potencial para fazer mais e melhor no futuro. Dinheiro não vai faltar vindo do Bahrein.

Quanto a Sébastien Loeb, atrasou-se cedo depois de ter tido problemas. Durante a etapa sete, o camião de apoio, transportando peças sobressalentes vitais para ambos os carros, danificou o seu eixo traseiro, e ficou sem tempo para completar a etapa e estar em condições de fornecer rodas e peças sobressalentes a qualquer um dos Hunter. Como tal, foi tomada a decisão de fornecer a Nani Roma #311 Hunter a maioria dos pneus sobresselentes disponíveis da equipa, para assumir a etapa oito, e preservar a posição competitiva no rali. Nesse contexto, e na etapa 8 Sebastien Loeb e Daniel Elena sofreram dois furos no #305 Hunter. Sem pneus sobresselentes para poder continuar, foram forçados a retirar-se da prova.

Jakub Przygonski foi quarto classificado e repetiu a sua melhor classificação de sempre no Dakar. Fez uma prova muito consistente, só na etapa 9 as coisas lhe correram verdadeiramente mal, e mesmo assim não se atrasou demais, mantendo a quarta posição que já trazia da quinta etapa. Fez quatro quintos lugares e essa consistência valeu a posição, 50 minutos na frente de Nani Roma. Com grande tenacidade e uma estratégia inteligente, o polaco foi o “melhor dos outros”. O piloto da Orlen Team, de 35 anos, competiu no Dakar pela 12ª vez (sexta vez nos autos) e repetiu o melhor resultado de há dois anos, quando pilotava um Mini. Agora correu de Toyota Hilux Overdrive.

2021 Stéphane Peterhansel França Mini

2020 Carlos Sainz Espanha Mini

2019 Nasser Saleh Al Attiyah Qatar Toyota

2018 Carlos Sainz Espanha Peugeot

2017 Stéphane Peterhansel França Peugeot

2016 Stéphane Peterhansel França Peugeot

2015 Nasser Al-Attiyah Qatar Mini

2014 Nani Roma Espanha Mini

2013 Stéphane Peterhansel França Mini

2012 Stéphane Peterhansel França Mini

2011 Nasser Al-Attiyah Qatar Volkswagen

2010 Carlos Sainz Espanha Volkswagen

2009 Giniel de Villiers África do Sul Volkswagen

2008 Cancelado devido a ameças terroristas

2007 Stéphane Peterhansel França Mitsubishi

2006 Luc Alphand França Mitsubishi

2005 Stéphane Peterhansel França Mitsubishi

2004 Stéphane Peterhansel França Mitsubishi

2003 Hiroshi Masuoka Japão Mitsubishi

2002 Hiroshi Masuoka Japão Mitsubishi

2001 Jutta Kleinschmidt Alemanha Mitsubishi

2000 Jean Louis Schlesser França Schlesser

1999 Jean Louis Schlesser França Schlesser

1998 Jean Pierre Fontenay França Mitsubishi Pajero

1997 Kenjiro Shinozuka Japão Mitsubishi Pajero

1996 Pierre Lartigue França Citroën ZX Rallye Raid

1995 Pierre Lartigue França Citroën ZX Rallye Raid

1994 Pierre Lartigue França Citroën ZX Rallye Raid

1993 Bruno Saby França Mitsubishi Pajero

1992 Haubert Auriol França Mitsubishi Pajero

1991 Ari Vatanen Finlândia Citroen ZX Rallye Raid

1990 Ari Vatanen Finlândia Peugeot 405 Turbo 16

1989 Ari Vatanen Finlândia Peugeot 405 Turbo 16

1988 Juha Kankkunen Finlândia Peugeot 205 Turbo 16

1987 Ari Vatanen Finlândia Peugeot 205 Turbo 16

1986 René Metge França Porsche 959

1985 Patrick Zaniroli França Mitsubishi Pajero

1984 René Metge França Porsche 911 4×4

1983 Jacky Ickx Bélgica Mercedes 280 GE

1982 Claude Marreau França Renault 20 Turbo 4×4

1981 René Metge França Range Rover

1980 Freddy Kottulinsky Alemanha Volkswagen Ilits

1979 Alain Guenestier França Range Rover

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Tiago Rovy
Tiago Rovy
3 anos atrás

“só Nasser al Attiyah teve duas dezenas de furos”
“Uma diferença abismal para os 16 furos de al Attiyah”
“Nos últimos anos, Carlos Sainz tem ganho ano sim, ano não. Este era ano ‘sim’, mas a tradição quebra-se”
“2020 Carlos Sainz Espanha Mini”
Texto com algumas contradições.
Relativamente a Carlos Sainz sabemos que foi o vencedor de 2020.
Relativamente aos furos de Nasser vou ficar com a dúvida, 16 ou 2 dezenas?

Pitroleo
Pitroleo
Reply to  Tiago Rovy
3 anos atrás

2 dezenas de 8.

O nasser é o mais rápido, mas na gestão ninguém bate o francês.

JahRastaFari
JahRastaFari
Reply to  Tiago Rovy
3 anos atrás

16 é quase vinte…

Tiago Rovy
Tiago Rovy
Reply to  Tiago Rovy
3 anos atrás

O texto foi corrigido entretanto.
Podiam ter uma caixa de sugestões, para quando alguém deteta erros informar o AutoSport sem ser através dos comentários públicos.

vitor-m-luz
vitor-m-luz
3 anos atrás

EUROSPORT a pior reportagem do Dakkar que vi. Não cumprem horários. O comentador começa 10 minutos depois da reportagem começar. Não traduzem os concorrentes. A reportagem é interrompida e ainda o comentador está a falar. Perdem-se com amostragem de pseudo lugares turísticos em vez de darem a reportagem da prova. Tempo de anúncios de provas ciclísticas de há 5 anos Uma péssima reportagem

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