GP Azerbaijão F1: Pirelli (outra vez) em maus lençóis?

Por a 6 Junho 2021 18:18

A Pirelli sai do Azerbaijão com muito trabalho de casa e com pressão dos media e das equipas. Os pneus que supostamente teriam uma construção mais forte falharam em Baku. É preciso entender as causas e as implicações.

Em agosto de 2020, Lewis Hamilton venceu a corrida de Silverstone apenas com três pneus, sendo que o dianteiro esquerdo claudicou no fim da prova, tal como aconteceu a Carlos Sainz, Valtteri Bottas e Daniil Kvyat. A marca italiana tratou de desenvolver e colocar em pista pneus com uma construção diferente e reforçada para que cenas como as que vimos em Silverstone não se repetissem. A mudança de pneus não foi do agrado das equipas pois implicou um aumento no peso total dos pneus, além de uma aderência menor, sendo que os carros sofreram alterações a pensar na diminuição de apoio aerodinâmico para que os pneus da Pirelli aguentassem a exigência dos carros. Apesar das mudanças nos carros, a Pirelli introduziu os novos pneus para este ano.

Em Baku a aposta nas borrachas mais macias da gama disponível fez todo o sentido pois em 2019 foram escolhidos os pneus intermédios da gama e as borrachas mais duras praticamente não foram usadas. Olhando à aderência e ao asfalto do traçado citadino parecia uma boa escolha e abriu oportunidade para estratégias diferentes. Mas a falha no pneu de Lance Stroll e Max Verstappen irá certamente relançar uma discussão que já se torna repetitiva. Não é a primeira vez que vemos os Pirelli falharem em pista e as desconfianças são neste momento evidentes. Mas é preciso saber o que causou a falha de dois pneus de forma tão similar. Terão sido pedaços de carbono na pista a provocar a falha? Terá sido um corretor mais afiado que provocou um corte e consequente falha? Ou terão sido os pneus a falhar do nada, colocando em causa a construção dos mesmos.

A Red Bull afirmou que não viu qualquer sinal de que o pneu iria ceder da forma que cedeu. O que é certo é que a Pirelli estará outra vez sob escrutínio e que as respostas não poderão tardar, para que se possam tomar medidas para evitar novos acidentes.

A Pirelli reuniu restos dos pneus para conduzir uma investigação exaustiva, mas Mario Isola, excluiu a possibilidade de uma falha relacionada com o desgaste.

Isto por várias razões, incluindo a falta de aviso antes de uma súbita perda de pressão, o facto de ainda haver uma banda de rodagem adequada nos restos de ambos os pneus. Foram descobertos cortes noutros pneus, incluindo o de Lewis Hamilton na traseira esquerda a partir do segundo stint.

Isola disse que o corte no pneu de Hamilton “veio claramente de detritos” dada a sua forma, mas não era suficientemente profundo para causar uma perda de pressão.

“Creio poder-se excluir que as falhas se deveram ao desgaste do pneu”, disse Isola. “Encontrámos um corte no pneu traseiro esquerdo utilizado por Lewis Hamilton no mesmo período de tempo. O corte é bastante profundo, provavelmente 6-7cm, mas não cortou a construção. Portanto, o pneu ainda estava inteiro, é apenas a banda de rodagem cortada. Quando houve a bandeira vermelha e Lewis veio ao pitlane e mudou o conjunto de pneus, encontrámos o corte. O pneu traseiro-esquerdo não é o pneu mais stressado em Baku, porque falando dos pneus traseiros, é obviamente o pneu traseiro direito.”

“Outro elemento é que não houve nenhum sinal ou qualquer aviso, de acordo com as equipas. Temos de receber deles a telemetria, mas o que nos disseram foi que não houve aviso, não houve vibração. Estes são os principais elementos recolhidos neste curto período de tempo”.

Isola também apontou o facto de que o pneu do lado direito é o que mais sofre no circuito de Baku, e o facto de outros – incluindo o Lando Norris da McLaren que fez 40 voltas – completarem mais tempo com os pneus duros apoiando a crença de que as falhas se resumiam a destroços.

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