WRC: O caminho da Toyota

A recuperar de várias decepções, sobretudo da última catástrofe de Tanak na Sardenha na última especial, quando liderava, o diretor da Toyota Gazoo Racing, Tommi Makinen, deu algumas ideias sobre o trabalho actual e as aspirações. Esta entrevista foi feita na véspera dos esforços dramáticos no Neste Rally que terminaram com uma vitória para Ott Tanak. Apesar de várias decepções, estará o desenvolvimento do Yaris WRC a ir na direcção certa?
TM: Eu diria que fizemos um trabalho de desenvolvimento muito constante. Acabámos de analisar, depois de todas as diferentes condições, o que precisamos melhorar e foi o que fizemos. E tem sido, diria eu, o melhor trabalho de equipa que já vi, baseado na informação dos pilotos e nos comentários do grupo que trabalha em conjunto com a sua experiência e as suas ideias. Tem sido muito regular desde que começámos a construir o carro em 2016. Já fizemos uma quantidade enorme de testes aqui na Finlândia e é por isso que agora está tudo praticamente como é exigido para o Neste Rally. Ainda temos mais trabalho para fazer em condições difíceis. Temos estado a concentrar-nos mais nos pisos difíceis e sabemos que precisamos de trabalhar nessa área.
MH: Qual tem sido o ponto fraco nos pisos mais duros?
TM: Eu diria que é uma questão de fazer com que o carro tenha um bom desempenho em circunstâncias em que temos de aumentar a altura ao solo, porque o design foi feito para que o carro funcione melhor quando está um pouco mais baixo. Penso que já estamos a começar a melhorar nessa área.
MH: Qual foi a melhoria mais importante feita no carro?
TM: Claro que são pequenas coisas aqui e ali. É a unidade propulsora a trabalhar em conjunto com a suspensão e a geometria, esses pequenos itens. Mas o desempenho vem da aerodinâmica que, uma vez homologado o design, não se pode mudar muito. É sempre necessário ter jokers e o número de jokers disponíveis é limitado. Eu diria que a maior parte do trabalho que fizemos com a transmissão e suspensão.
MH: Qual será a próxima melhoria?
TM: Estamos sempre a procurar algo novo para melhorar. Fizemos alguns testes com os novos amortecedores, um amortecedor completamente novo que é mais leve, mas essa é uma área que leva sempre tempo, temos de ter a certeza de que está realmente a funcionar até conseguirmos essa mudança. Será do mesmo fornecedor, mas com um novo design.
MH: Qual é a esperança de vida do Yaris WRC, quanto tempo vai durar este carro – até à nova fórmula em 2020?
TM: Sabemos que em 2022 teremos novos sistemas (híbridos) e existem muitas regras mais recentes, bem como a oportunidade de ter carros base maiores, mas de tamanho reduzido. Não sei muito sobre isso. Claro, é evidente que em 2022 teremos carros completamente novos. Continuaremos a usar o mesmo design atual? Talvez, veremos! Para 2022 estamos à espera que o regulamento seja finalmente decidido, mas já fizemos alguma preparação com base no que sabemos. O que estaremos a fazer em 2021 – essa é a questão, mas não deverá haver grandes alterações.
MH: E em relação a 2020, quando espera decidir os seus condutores?
TM: Neste momento estamos a negociar com o Ott Tanak e quando ficar resolvido, analisaremos o resto da equipa e o que fazemos, mas penso que chegou o momento de começarmos a pensar nisso mais seriamente.
MH: O que está a acontecer com o novo Toyota R5?
TM: Já Trabalhamos muito, estudámos muito e já fizemos uma preparação muito, muito cuidadosa para estarmos prontos para começar o projeto. Eu diria que em breve devemos tomar uma decisão ou vamos para o R5 ou não.
MH: Da última vez que lhe perguntei sobre isso, disse que o motor que gostaria de usar no R5 ainda não está em produção. Está (ainda?) à espera que o motor entre em produção?
TM: Sim, deve começar em breve, sem dúvida e, em termos de regulamentação, também deve estar bem. Todas estas áreas foram resolvidas.
Martin Holmes
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