Ricardo Teodósio e Paulo Primaz estrearam-se no Neste Oil Rali da Finlândia em 2006 com uma prestação bastante positiva que se saldou por um 31º lugar, correspondente à 13ª posição entre os carros de Produção. Na prova, não faltaram à equipa que estreou o Mitsubishi Lancer Evo IX preparado pela Gatmo peripécias e momentos de aflição, mas depois de um rali feito de trás para a frente, onde Teodósio recuperou 61 lugares, o sentimento de dever cumprido só podia deixar o piloto muito satisfeito: «penso que fizemos um bom rali e aprendemos muito, o que era o nosso principal objetivo. No final só posso dizer que tive pena que o rali não tivesse mais dois dias ou então que os reconhecimentos tivessem
sido feitos com três passagens e não apenas com duas pois, penso, que em qualquer desses casos, o resultado teria sido ainda melhor. Na verdade fomos apenas três segundos por quilómetro mais lento que os vencedores da Produção e nos últimos troços apenas dois, o que é bastante bom pois, por exemplo, a primeira vez que o Xavi Pons guiou aqui essa diferença era de quatro segundos!».
Na primeira etapa, a equipa Teodósio Competições começou por enfrentar diversos problemas, depois de fazer o “brilharete” de obter o quarto tempo entre os carros de Grupo N na superespecial de abertura. Primeiro foi uma ficha de um dos injetores do motor que se soltou, depois partiu-se um tubo de óleo dos travões o que obrigou o português a fazer dois troços praticamente sem travões e a penalizar dois minutos, o que
não o impediu de terminar na 52ª posição e 22º do Grupo N.
Na segunda etapa, o piloto algarvio já se mostrou muito mais confiante, subindo 17 posições apesar de não ter evitado uma saída de estrada que afetou a direção do Mitsubishi. Felizmente, a terceira etapa acabou por ser totalmente pacífica, com o Teodósio a aproveitar para conhecer ainda melhor o Lancer. Para a história fica também a multa por excesso de velocidade (cerca de 115 euros) que a equipa não conseguiu evitar numa das muitas ligações que teve que percorrer. Mas, com um resultado tão positivo, quem é que guardará más recordações?
Um dos maiores problemas que Ricardo Teodósio enfrentou na sua estreia foi a adaptação às notas de navegação. Com velocidades nos
reconhecimentos muito baixas e com um controle efetivo por parte das autoridades, o piloto não deixou de destacar que «às vezes chega a ser
assustador passar em determinadas zonas pois num sítio que nos reconhecimentos passamos a 80 km/h na prova passamos a 160 km/h, o que acaba por significar que curvas que temos nas notas como sendo de terceira, se transformem depois em curvas de quinta. Por isso é que das primeiras para as segundas passagens foi possível melhorar muito os tempos já que, por exemplo, num local onde na primeira passagem atingi os 168 km/h, na segunda passei já a 183 km/h!». Difícil é também avaliar «a velocidade de ataque de cada curva porque nunca sabemos bem se não vamos entrar demasiado depressa. O problema é que se travamos demasiado perdemos 20 km/h de velocidade de ponta na reta seguinte”.