Há 20 anos: WRC estreava-se na América central com o Rali do México

Por a 29 Setembro 2024 10:23

Os factos dizem que esta foi a primeira vez que o Corona Rali do México integrou o ‘circo’ do Campeonato do Mundo de Ralis. A história diz que os únicos pilotos que tinham uma noção do tipo de piso e de troços que iriam encontrar na prova mexicana eram… Harri Rovenpera (que venceu a prova em 2000) e Sebastien Loeb (que tinha participado nos reconhecimentos da edição de 2003).

O Corona Rali do México reunia todos os ingredientes para ser um dos mais bem disputados ralis do ano, quanto mais não seja porque era também a primeira vez, em 2004, que as equipas medirão forças numa prova totalmente de terra e em condições ditas ‘normais’.

Foi o arranque de uma nova era, pois não foi só a primeira vez que os concorrentes pisaram o solo da América Central para disputar uma prova do “Mundial”, como também experimentaram uma série de regras novas que a FIA decidiu implementar para 2004, mas que, já se sabia na altura, tinha o seu futuro comprometido. A principal mudança era um rali muito mais concentrado: um evento que se disputava em seis dias (entre reconhecimentos e prova), passou a disputar-se em cinco. Houve dois tipos de Parque de Assistência, sendo a novidade a que se refere aos Parques Flexíveis (de 20 minutos e 45 minutos no último Parque do dia), onde apenas dois mecânicos podiam assistir os dois carros da equipa em sequência, numa tentativa da FIA em reduzir o número de elementos por cada equipa. Para a maior parte das equipas foi também no Rali do México que se colocou, pela primeira vez, o problema da nova regra que limitava o número de pneus. Com um total de seis parques de para mudar pneus, cada piloto tinha 60 pneus à sua disposição. Hoje, em 2024, são 28… como sempre, o problema residia no facto das equipas terem que escolher o tipo de pneus que queriam utilizar até cerca de um mês antes, o que tornava quase dramática, a escolha, pois muitas delas não sabiam sequer qual o tipo de terreno que iam encontrar.

Novas regras entre o sim e o não

Dias depois já com a prova terminada, três comandantes diferentes e uma liderança de campeonato dividida foi o balanço final do Corona Rali do México, onde Markko Martin e a Ford riram por último. De resto, a equipa de Malcolm Wilson chegou mesmo à dobradinha, com uma mãozinha de Solberg e Loeb!

De resto, quanto às novas regras, excluindo as direcionadas para a limitação dos pneus, a que praticamente todas as marcas se mostraram desfavoráveis, a estreia do sistema “Mil Pistas” não reuniu consenso entre as principais equipas oficiais. Se é certo que os cinco dias de prova (entre reconhecimentos, “shakedown” e rali propriamente dito) tiveram a vantagem de comprimir a prova, isso significou também mais trabalho para as equipas e menos descanso. Por exemplo, ao nível do sistema de reconhecimentos de manhã e rali à

tarde, a Ford foi a única marca a mostrar-se completamente a favor. Enquanto a Subaru se mostrou indiferente, a Peugeot e Citroën expressaram algum criticísmo. No primeiro caso, porque a equipa de Provera acha que perde tempo para fazer ações promocionais

complementares; e no segundo porque Fréquelin pensa que o trabalho dos navegadores é mais sobrecarregado, logo mais sujeito a erros.

Quanto aos Parques de Assistência Flexíveis, mesmo sem o acordo de todas as equipas, a FIA conseguiu, à primeira vista, os seus intentos já que todas as formações reduziram o número de mecânicos, nalguns casos em seis elementos (como aconteceu no caso da Mitsubishi).

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