‘Estórias do Rali de Portugal: Harri Rovanpera e a dureza do rali: “devias ter feito 10 anos antes…”


Telemóvel na mão, Harri Rovanpera dava a triste notícia a um familiar, na Finlândia. Fato de competição atado à cintura, camisola interior muito castanha, situação derivada do pó que ‘comeu’ nos últimos 1500 metros do troco, feitos a pé, na companhia do navegador, Voitto Silander.

Estávamos no final da primeira classificativa da terceira etapa, Alvôco das Várzeas e a equipa do Seat lbiza oficial com Nº22, tinha acabado de deixar o carro espanhol em pleno troco: “O motor começou a falhar na ligação após o parque de Oliveira do Hospital, mas fizemos os primeiros quilómetros sem problemas. Quando faltavam 3 Km, parou pela primeira vez. Ainda conseguimos colocá-lo de novo a trabalhar e fizemos mais quilómetro e meio, quase ao ralenti. Aí, parou e não andou mais…”, afirmava o piloto nórdico, contratado pela Seat. “Já tínhamos tido dois pequenos problemas, agora foi de vez”, continuou Rovanpera, antes de falar sobre o rali, onde começou por dar nas vistas, liderando a F2 desde a primeira classificativa. Depois aconteceu o furo em Mortágua 2, onde perdeu um minuto. “Para além do furo, ficámos sem direção assistida. Uma situação que voltou a repetir-se em Vieira-Cabeceiras, desta vez devido a uma pedra ter partido a correia de assistência. Fiz mais dois troços assim e perdi qualquer esperança de lutar pela vitória da F2. Contudo, já ficava contente se tivesse chegado ao pódio”, lugar que ocupava, quando desistiu.

Mesmo assim, o finlandês, uma das nossa surpresas da edição de 1997 do TAP, adorou o rali: “É fantástico. Alguns do troços são muito difíceis pois variam muito de ritmo, facto que a maioria dos finlandeses não estão habituados.

É duro para as mecânicas mas quando falo nisso o Voitto diz sempre “devias ter feito a prova dez anos antes ou mais, ‘então sim verias o que era dureza”. Se era assim não sei como os carros aguentavam…”

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