Entrevista a Sébastien Ogier: “Lutaremos forte para vencer”

Por a 22 Janeiro 2020 07:54

Por José Luís Abreu

Sébastien Ogier arranca hoje oficialmente para mais uma capítulo na sua vida de piloto de ralis. E depois de ter perdido o título de 2019 para Ott Tanak, depois de seis anos em que foi sempre Campeão, o francês está com ‘fome’ de mais vitórias. Agora na Toyota, espera recuperar o título do WRC de volta. A equipa japonesa tem uma rica história nos ralis, por exemplo com o recente vencedor do Dakar de 2020, Carlos Sainz, com Juha Kankkunen ou Didier Auriol, para além de quatro títulos de construtores. E Ogier quer juntar-se a este grupo…

A Toyota tem uma história rica no WRC com carros e pilotos icónicos, como é fazer parte dessa história?

“É definitivamente algo especial, competir pela Toyota, com o que conseguiram no passado. A Toyota é uma marca icónica e definitivamente esperamos escrever um pouco de história juntos. Além disso, é ainda mais especial para mim, pessoalmente, porque quando comecei a seguir os ralis era fã do Tommi (director da equipa, Mäkinen), por isso é realmente um sonho tornado realidade poder trabalhar com ele agora”.

Quais são as tuas primeiras impressões sobre o Yaris WRC?

Tenho um bom feeling com o carro. Acabámos de fazer nosso último teste antes do início da temporada e tenho uma boa sensação à partida deste Monte Carlo. Obviamente, não sabemos onde estamos, em comparação com as outras equipas, antes dos dois primeiros troços do Monte Carlo, mas estou confiante.

Já faz algum tempo desde que tu começaste uma época sem seres o campeão. Como te preparaste mentalmente para 2020?

Para ser honesto, tenho-me preparado da mesma forma que antes. Nada mudou, mas obviamente lutaremos muito para recuperar o campeonato.

Tu e o Julien (Ingrassia) mudaram a vossa abordagem para esta temporada?

Como eu disse, nada mudou para nós. Ainda estamos a fazer tudo como dantes e, se alguma coisa pode ter mudado, pelo facto de não termos vencido no ano passado isso só nos dá ainda mais fome de sucesso.

Como é ter o Elfyn Evans como companheiro de equipa?

Conheço o Elfyn do meu tempo na M-Sport e estou muito feliz por tê-lo na equipa. Ele é realmente um bom piloto e pode dar muito feedback à equipa sobre o carro e, portanto, ajudar a impulsionar o desenvolvimento, também.

Como o teu novo companheiro, o Kalle Rovanperä se encaixa nos planos da equipa?

Kalle é um grande talento, mas também é muito jovem ainda, pelo que acho que todos nós precisamos de lhe dar algum tempo para aprender e adaptar-se a tudo, sem esperar demasiado. Ele será rápido, tenho a certeza disso, mas por enquanto acredito que se trata de adquirir alguma experiência e aprender.

Qual a tua opinião sobre as novas provas no Quénia, Japão e Nova Zelândia?

Sinceramente, estou muito entusiasmado com o novo calendário. Eu gosto de coisas novas e os eventos parecem muito promissores até agora. Eu acho que será ótimo voltar ao Japão e também à Nova Zelândia. O Quénia também, mas acho que ninguém sabe realmente o que esperar, para já, pelo que será um desafio emocionante.

Esta será a tua primeira vez no Japão?

Não, eu já estive no Japão antes. Na verdade, pouco antes do início da temporada, visitámos o Salão Automóvel de Tóquio para apresentar o nosso novo carro ao público, no que foi realmente um evento fantástico. Para além disso já ganhei o rali lá em 2010, por isso só tenho boas recordações deste país.

Como será correr para uma equipa japonesa no Japão?

Eu tive uma pequena amostra de como será quando estivemos em Tóquio há pouco, e acho que será uma sensação incrível. As pessoas são tão apaixonadas e também muito amáveis. Sou um grande fã da cultura japonesa, por isso vai ser especial, com certeza.

Quão importante é voltar a África, um continente com tanta história nos ralis?

Será definitivamente interessante e, se olharmos para os velhos tempos do Rali Safari, espero muita ação. Mas é também um evento novo, então teremos que ver como é.

Será mais complicado uma prova desconhecida como o Japão, caso o título esteja por decidir?

Não penso muito sobre isso, para ser honesto. É um evento de asfalto, pelo que será diferente e talvez dê a todos uma chance mais uniforme em comparação com a lotaria de uma prova de terra como tem acontecido na Austrália nos últimos anos. Estou ansioso pela luta e também pelo apoio dos adeptos japoneses. Será um bom sentimento, tenho certeza.

Disseste que esta temporada será a tua última de competição no WRC. O Dakar, o WRX, ou as corridas de circuito, estão nos teus planos futuros?

De momento, não tenho planos. É verdade que sempre tive o desejo de dar uma oportunidade às corridas de circuito, especialmente Le Mans, mas neste momento estou totalmente focado na próxima temporada do WRC e nesta nova aventura com a Toyota.

Vais mesmo parar no final de 2020?

Esse é o plano (sorrisos).

Fonte: Red Bull

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