Carlos Sainz: Parabéns, ‘El Matador’:

Por a 12 Abril 2023 17:53

No dia em que faz 61 anos, e depois de ter sido considerado por 80.000 adeptos do WRC como o Melhor Piloto de sempre da história do Mundial de Ralis, recordamos a carreira de Carlos Sainz, El Matador, uma expressão que reflete bem um homem que nunca baixa os braços, que utiliza em permanência um ‘killer instinct’ natural e absoluto.

Estranhamente para um piloto de ralis, Carlos Sainz deu os seus primeiros passos como piloto nas pistas de velocidade. Mas, antes disso, afirmou-se como um desportista de elite e deveras eclético: jogou futebol e ‘squash’, sagrando-se mesmo campeão nacional nesta modalidade. Foi então que começou a fazer Fórmula Ford. Mais tarde, sagrou-se mesmo vencedor da Copa Renault 5 (1982) e da Copa Nacional Renault (1983, com um R5 Turbo). A partir deste ano, dedicou-se por inteiro aos ralis, que tinha começado a fazer aos 18 anos, vencendo a Campeonato nacional de SEAT Panda Rally, em 1981. Neste ano, já era piloto oficial da SEAT – e tinha deixado os estudos em Direito, após dois anos, para se dedicar a uma carreira de piloto profissional.

Em 1987 e 1988 venceu o campeonato espanhol de Ralis, com um Ford Sierra RS Cosworth, iniciando-se então no WRC. Piloto oficial da Toyota Team Europe em 1989, arrancou então de forma decisiva para uma carreira onde, embora terminada em 2005, deteve durante muito tempo o recorde de piloto com maior número de participações no campeonato – 196, só batido por Jari-Matti Latvala que tem agora 209.

No final de 1992, a rutura de contrato entre a Repsol, seu patrocinador pessoal e a Toyota leva-o a abandonar a marca japonesa, assinando com a Jolly Club, que inscrevia os Lancia Delta Integrale 16V. Desencantado com o facto de não estar numa equipa de fábrica, deixou-a no final desse ano, assinando com a Prodrive e passando a pilotar um bem mais competitivo Subaru Impreza 555.

Em 1996, assinou de novo coma TTE – exatamente no ano em que a equipa foi castigada pela FIA e proibida de participar no WRC, depois da ‘falcatrua’ da Catalunha 1995. Então, Carlos Sainz decidiu-se pela Ford Motorsport. Finalmente, em 1998 regressou à Toyota e, nesse ano, sofreu a sua pior desilusão como piloto, ao perder o título de campeão do Mundo a 300 metros do final a temporada! Ficou aqui até a Toyota deixar o WRC e, em 2000, foi de novo com a Ford, onde se manteve até ser contratado pela Citroën em 2003.

Carlos Sainz nunca teve uma carreira em descendo e, quando decidiu deixar o WRC, em 2005, ainda estava de posse de todas as suas melhores faculdades de piloto – o suficiente para abraçar de corpo e (muita!) alma novos desafios: o TT e, claro, o Dakar. Na verdade, foi ele quem ajudou a desenvolver o DS3 WRC e, mais tarde, o Polo R WRC. E, na sua nova faceta de piloto de TT, foi um dos que testaram o Race Touareg e, mais tarde o Peugeot 2008 DKR. Verdadeiro ‘Matador’, aos 58 anos dele continuou sempre a esperar-se o melhor – o que fez com três triunfos no Dakar. Carlos Sainz é casado desde 1992 com Reyes Vázquez de Castro e tem três filhos: Blanca (1993), Carlos Jr. (1994) e Ana (1998). Desportista completo, para lá do futebol e do ‘squash’, pratica ainda ténis, motocross, golfe e esqui.

1000 Lagos 1990: Um latino na terra do gelo

O Rali dos 1000 Lagos (hoje, Rali da Finlândia) sempre foi uma das provas mais emblemáticas e ‘sui generis’ do mundo dos ralis – já o era, mesmo antes de ser do WRC. Ganhar nos 1000 Lagos equivalia quase tanto a vencer um Campeonato do Mundo – mesmo numa época caraterizada por pilotos especialistas – uns na terra, outro no asfalto e, claro, outros na neve.

Mas, em 1990, Carlos Sainz atirou às ortigas todas estas considerações, ao tornar-se o primeiro piloto não-nórdico a ganhar na terra dos (muito mais que…) mil lagos. Na altura, o feito foi apregoado como uma façanha hercúlea: nesse ano, ele ainda não tinha ganho nenhum título mundial e os analistas garantiam que, ali, “muitos Campeões do Mundo nunca conseguiram andar depressa.”

Ora, Carlos Sainz não apenas soube e conseguiu andar depressa, como o fez em inferioridade de condições físicas, em relação aos eus adversários: durante os reconhecimentos, ao volante do muleto da equipa, encontrou-se de frente com o carro de um espectador, que estava parado… logo a seguir a uma lomba! O embate foi forte e, nele, Sainz magoou o pé esquerdo. Uma lesão que quase o fez estar ausente da prova, coisa apenas possível depois do fisioterapeuta da Toyota ter feito um verdadeiro milagre.

Apesar das dores constantes, Sainz não apenas foi quem maior número de troços venceu (23, contra 17 de Ari Vatanen), como liderou a prova desde a 10ª PEC (Kalliokoski), vencendo com 19 segundo de vantagem siorbe Vatanen. Mas, na subida ao pódio, percebeu-se as dificuldades por que passou o piloto, além de que calçava duas botas diferentes, uma nitidamente a proteger o pé, ainda bastante inchado… Por isso, houve quem se interrogasse se o espanhol não teria três pés, dois deles esquerdos!

Rali do RAC 1998: “Trata de arrancarlo, Carlos!”

Foi a 23 de novembro de 1998, parece que foi ontem: imagens de desespero, Sainz em volta do Toyota Corolla parado, a meros 300 metros do final a derradeira classificativa do RAC, numa altura em que tinha garantido o 3º lugar e o 3º título mundial – para o qual teria bastado o 4º lugar! Uma biela do motor entregou a alma ao Criador, deixando incapaz de continuar Sainz e Moya – e permitindo que Tommi Makinen recebesse, quando já estava no hotel a preparar-se para rumar ao aeroporto para viajar para a Finlândia, o telefonema mais improvável do mundo – com a notícia de que tinha sido Campeão, mesmo depois de abandonar muito cedo, com uma roda arrancada no seu Mitsubishi Lancer (outra imagem eterna, o carro a fazer as rotundas inglesas, com a roda a arrastar por baixo… deixando faúlhas cintilantes e fumo de borracha para trás).

“Trata de arrancarlo, Carlos! Trata de arrancarlo!… Trata de arrancarlo, por Díos!” – eram assim os gritos, angustiados de Luis Moya. Impotente, o madrileno nada podia fazer: o motor do Corolla WRC tinha dado as últimas, com a meta à vista. Por isso, o seu gesto de raiva total, ao lançar contra o óculo traseiro do carro o seu capacete, estilhaçando o vidro em mil pedaços. Para a história, ficou, intacto parta sempre na nossa memória, este que foi um dos momentos mais trágicos da carreira de qualquer desportista: “Foi o pior dia da minha vida” – recordou mais tarde Luís Moya. “O Carlos tinha-me dito pouco depois de parar que sabia que o motor do Toyota estava partido. Mas pensava que desse para chegar ao fim… Faz parte do desporto, uns dias ganhas, outros dias perdes. Mas perder da forma como perdemos, não o desejo a ninguém!

Carlos Sainz e Luís Moya estavam em 3º lugar – numa prova em que teria bastado ser 4º para se tornarem pela terceira vez Campeões do Mundo de Ralis!”

Pior situação viveram os homens da Toyota, a mulher de Carlos, Reyes e Juanjo Lacalle, seu ‘manager’ e amigo chegado, que estavam à espera, a poucos quilómetros dali: “Não sabíamos o que se passava. Escutávamos os gritos pelo ‘walkie talkie’, mas nem de longe podíamos imaginar que o carro tinha parado!” – recorda Lacalle. O mesmo sucedia na tenda da Toyota: “Eles também de nada suspeitavam. Até que o Carlos lhes disse que a biela tinha quebrado e tudo foi por água abaixo…”

Rali da Argentina 1991: ‘El Gaúcho’ voador

O Rali da Argentina de 1991 foi, se não ‘A’, de certeza uma das mais vibrantes vitórias de Carlos Sainz no WRC. Para lá das estatísticas – que garantem, por exemplo, que 8 segundos ficaram a separar os dois primeiros clássicos (Sainz e Biasion) e que Sainz e Auriol, o homem que mais tempo passou na frente da prova, que acabou em 3º lugar, venceram o mesmo número de PEC (13) – há a reter a forma ousada com Sainz pilotou o Toyota Celica GT-4.

A prova gaúcha foi uma longa luta a três. O primeiro líder foi Miki Biasion, chamado à última hora pela Lancia, mas, entre a 2ª e a 16º PE (La Cumbre), que liderou a caravana foi Didier Auriol. Até que, em El Alamo, o francês abrandou quando se soltou um tubo do turbo, obrigando Biasion a ter que rodar no seu pó, permitindo a Sainz subir ao comando, embora empatado com o italiano. Até ao final, ambos protagonizaram um duelo cerrado, ora ganhando um num troço, ora o outro, para gáudio dos milhares de espetadores que bordejavam as estradas. E se, a partir da 25ª PE (Santa Rosa de la Calamuchita), quem a candeia que iluminou sempre o caminho foi a de Sainz, o certo é que a sua chama esteve sempre em risco por causa do italiano, com nenhum deles a baixar a guarda por uma vez que fosse. E, embora o triunfo na derradeira classificativa (Bosque Alegre) tenha sido de Biasion, isso não impediu que fosse Sainz a subir a rampa do pódio no primeiro lugar, com 8 segundos de avanço sobre o homem da Lancia. Mais: ele, sozinho e em inferioridade numérica, ousou lutar contra e bater uma armada bem organizada e ambiciosa – a Lancia. Atrás de si, ficaram sucessivamente, Biasion, Auriol, Kankkunen e o herói local, Jorge Recalde, todos eles em Delta Integrale 16V. E, para que se perceba melhor a sua extraordinária performance, Sainz ainda teve que ultrapassar o azar da segunda etapa, quando perdeu 1m30s com um furo, antes de se partir o turbo do Toyota… felizmente a um quilómetro do final da última classificativa do dia!

“O meu irmão Luís”: Uma parceria eterna e vencedora

É praticamente impossível dissociar os nomes Sainz e Moya. Juntos, fizeram a parceria mais longa e mais vencedora do WRC. A sua ligação foi tão profunda, na vida e nos ralis, que mais pareciam irmãos. Percebiam-se na perfeição, um sabia exatamente aquilo que o outro queira – e, juntos, eram o ‘terror’ dos outros adversários. Juntos, venceram 24 ralis – apenas Loeb/Elena os bateriam, anos mais tarde… Ainda hoje resulta empolgante ouvi-los, dentro do habitáculo de um Corolla ou Focus, em ação – um a dominar o volante com mestria; o outro, a cantar notas que nem um Pavarotti dos ralis.

Mas, afinal, quem é Luís Rodríguez Moya, de seu nome completo e nascido na Coruña, a 23 de setembro de 1960? Antes de mais, foi atleta de natação (vulgo, nadador): uma das provas que fez foi a travessia do Canal da Mancha, em homenagem a seu pai.

Iniciou-se no banco de lado direito em 1983, ao lado de José Mariñas, com um Renault 5 Copa – a prova era, claro, o ‘seu’ Rali de Rias Bajas. Pouco depois, faz equipa com José Mora, com quem conquista dois títulos seguidos de Campeão Galego de Ralis (1985 e 1986). Em 1987, na equipa oficial da Renault, foi co-piloto de Guillermo Barraras.

A sua parceria com Carlos Sainz começou em 1988. E com ele ficou nos 15 anos seguintes, ganhando 26 provas e dois títulos no WRC. O seu último rali com Sainz foi o RAC, em 2002. Juntos, fizeram 161 ralis do WRC. Depois disso, foi ‘manager’ da equipa Subaru, levando Petter Solberg ao título mundial em 2003.

A partir de 2007, regressou ocasionalmente ao banco do lado direito – reencontrando, logo nesse ano, Carlos Sainz, no XVII Rally Shalymar, em Madrid e regressando juntos ao sabor da vitória, a bordo de um Skoda Fabia WRC.

Diretor desportivo da equipa Nupel Golobal Racing, este por trás do título mundial de S2000 conquistado, em 2010, por Xevi Pons. Hoje, Moya organiza várias provas de rlais na sua Galiza natal e é Presidente de Honra do Campeonato de Espanha de Clássicos desde 2012.

“Ostia! La oveja!”

Ano: 1997. Local: Rali da Nova Zelândia. Troço: Te Koraha, início da etapa decisiva. Tudo parecia bem encaminhado para o segundo triunfo de Carlos Sainz na temporada. Estava na frente da prova e, depois de uma lomba, feita a fundo, encontrou uma ovelha no meio da estrada. O Ford Focus WRC seguia a 181 km/h nessa ocasião e o impacto, fortíssimo, desintegrou o animal, provando danos nos travões e no ‘intercooler’, que fizeram o espanhol perder 30 segundos e cair de primeiro para terceiro, atrás de Juha Kankkunen, o seu colega de equipa, e de Kenneth Eriksson, que acabou por ganhar a prova. Ainda conseguiu recuperar até ao segundo lugar, mas bem que se pode dizer que foi por culpa do animal que Sainz não conseguiu ser de novo Campeão do Mundo.

Na altura, Sainz comentou: “Incrível, o que nos aconteceu desta vez! Foi impossível evitá-la, seguíamos a 181 km/h e ela estava no meio da estrada!”

O momento ficou eternizado em vídeo, que depressa se tornou num dos mais vistos do You Tube, com mais de um milhão de visualizações. Mas não são os números que o tornam famoso, mas sim a exclamação surpreendida de Luís Moya, ouvida a meio das notas freneticamente cantadas: “Ostia! La oveja!”

Refira-se que esta não foi a primeira vez que Sainz teve um encontro fatal com um animal, numa prova do WRC: pouco antes, no Safari, teve que desistir, depois de acertar numa impala…não assinalada pelo helicóptero que o acompanhava e que funcionava, nas perigosas picadas quenianas, com o seu ‘anjo da guarda’ dos perigos que estavam à sua frente. E, durante a Córsega de 1998, Luís Moya avisou-o de repente da presença de uma vaca, do lado esquerdo da estrada e que já tinha sido vista por outros pilotos: “Cuidado! Vaca!”. Felizmente, desta vez não acertou…

https://youtu.be/aVHKicsxNts?t=400

“La cagamos, Luís!”

A trajetória de Carlos Sainz está também ligada a muitos momentos de azar. Não foi só o azar do RAC de 1998, que o impediu de ser Campeão do Mundo pela terceira vez. Em 1989, o espanhol esteve quase a vencer a sua primeira prova no Mundial – mas a quebra de uma transmissão do Toyota Celica, a dois troços do final do RAC, adiaram o sonho até ao Acrópole do ano seguinte.

Dois anos mais tarde, outra vez no RAC, a junta de cabeça do Toyota Celica partiu-se e, desta feita, não conseguiu revalidar o título conquistado no ano anterior…

Em 1994, o mesmo cenário, e outra vez no RAC: Sainz saiu de estrada na última etapa, deixando o título para Didier Auriol: “La cagamos, Luís!” – exclamou para Luís Moya, referindo-se à sorte de ambos. Mais tarde, ainda e sempre no RAC, logo na terceira classificativa, um curto-circuito no cabo da câmara portátil de televisão desconcentrou o piloto, que saiu de estrada!

Mas a má sorte de Carlos Sainz começou muito antes – e até está ligada ao Rali de Portugal. A edição e 1987 foi a sua estreia no WRC e foi nela que, pela primeira vez, ganhou um troço e liderou uma prova, depois de vencer a Super Especial do Autódromo do Estoril. Porém, todas as esperanças de desvaneceram literalmente em fumo, quando rebentou o turbo do Ford Sierra RS Cosworth.

Há menos tempo… no tempo, durante o Dakar de 2009, Sainz estava na frente da prova, com mais de 27 minutos de avanço para o segundo classificado, quando um erro numa nota do road book o levou ao abandono: um desaterro não assinalado precipitou o VW Touareg numa vala ao lado da estrada e o seu navegador, Michel Perin, teve que se evacuado de helicóptero, com uma omoplata partida. No local, estavam a proceder-se a escavações arqueológicas e as autoridades locais tinha pedido aos homens do Dakar para rodearem o sítio, o que eles se ‘esqueceram’ de fazer… Sainz vingou-se no ano seguinte, ganhando a prova com autoridade.

Foi a primeira vez que Sainz abandonou no Dakar, mas não a primeira vez que conheceu o azar. Em 2006, ano de estreia, estava a caminho de subir ao pódio, quando ficou pendurado numa duna, atrasando-se. Tudo pior quando se enganou logo a seguir, perdendo 35 minutos…

O homem das areias sul-americanas

Carlos Sainz estreou-se no Dakar em 2006, com a VW. Ao volante de um Race Touareg, estava a caminho do pódio quando ficou plantado numa duna e se atrasou. No ano seguinte, venceu a Taça FIA de TT, após vencer o Transibérico – ao mesmo tempo que se candidatava, à presidência do seu amado Real Madrid, perdendo. Em 2009, esteve pela primeira vez quase a ganhar a prova, mas novo acidente adiou a vitória para o ano seguinte, onde esteve imperial, pela primeira vez com Lucas Cruz ao lado. Em 2011, na despedida da VW, foi 3º no Dakar.

Regressou em 2013, com um ‘buggy’ de duas rodas motrizes, mas problemas mecânicos levaram-no ao abandono, na sexta etapa, após ter ganho a primeira. Repetiu no ano seguinte, mas teve um acidente e desistiu na etapa 10.

Pouco depois, em março, ficou a saber-se que estava ligado a um projeto ambicioso: a Peugeot queria regressar à prova onde tinha sido feliz, através de um novo carro, baseado no 2008 – o 2008 DKR, com tração apenas às rodas traseiras. De novo, não foi feliz, desistindo após levantar voo ao acertar numa rocha, quando seguia a fundo, capotando várias vezes!

Mas como sabemos o espanhol é persistente, e apesar de ter demorado algum tempo, venceu mais duas vezes. Depois de 2010, venceu também em 2018 e 2020, assegurando a sua terceira vitória no Dakar, curiosamente, todas com carros diferentes (Volkswagen, Peugeot e Mini). E Portugal também entra nesta história, já que a seu lado, Paulo Fiúza tornou-se no primeiro português no pódio do Dakar, nos autos.

Pai babado

Carlos Sainz é hoje mais facilmente ‘encontrável’ num ‘paddock’ de F1 do que nas assistências de um rali do WRC. Tudo porque, desde que o seu filho Carlos Jr., nascido em 1 de setembro de 1994, em Madrid, está na F1, agora como piloto da McLaren, o ex-campeão do Mundo de Ralis tem sido presença assídua a seu lado.

Na verdade, desde cedo que apoiou a carreira de Carlos Jr., acompanhando-o atentamente a partir do ‘karting’. Foi ele quem mexeu muitos dos cordelinhos que levaram o filho à esfera da Red Bull Junior Team; foi ele que o apoiou na luta contra o ‘Doktor Marko’, quando este decidiu ‘trocá-lo’ por Daniil Kvyat – tal como fez, ao mesmo tempo, com António Félix da Costa. Os seus conselhos foram tão bons que Carlos Jr. acabou por levantar a cabeça e vencer o título de FR 3.5 V6, nas World Series by Renault, o que o catapultou diretamente para a F1, sendo anunciado na Toro Rosso em 28 de novembro de 2014. Por isso, compreende-se bem a sua alegria com a forma positiva como Sainz Jr. está a vingar na F1, onde já soma mais de 100 Grandes Prémios, 56 com a Toro Rosso, 25 pela Renault e agora 21 com a McLaren, com quem já somou um pódio.

AS 26 VITÓRIAS

Carlos Sainz é o 4º piloto com maior número de triunfos no WRC – 26, entre 1990 (Acrópole) e 2004 (Argentina). Apenas Sébastien Loeb (78), Marcus Gronholm (30) e Sébastien Ogier (27) têm mais vitórias no seu palmarés.

03-06/06/1990 – 37. Acropolis Rally (Toyota Celica GT-4)

30/06 – 03/07/1990 – 20. Rothmans Rally of New Zealand (Toyota Celica GT-4)

22-27/08/1990 – 40. 1000 Lakes Rally (Toyota Celica GT-4)

25-28/11/1990 – 46. Lombard RAC Rally (Toyota Celica GT-4)

24-30/01/1991 – 59. Rallye Monte Carlo (Toyota Celica GT-4)

05-09/03/1991 – 25. Rallye de Portugal – Vinho do Porto (Toyota Celica GT-4)

28/04 – 01/05/1991 – 35. Tour de Corse – Rallye de France (Toyota Celica GT-4)

26-30/06/1991 – 21. Rothmans Rally of New Zealand (Toyota Celica GT-4)

23-27/07/1991 – 11. Rally YPF Argentina (Toyota Celica GT-4)

27/03 – 01/04/1992 – 40. Safari Rally (Toyota Celica Turbo 4WD)

25-28/06/1992 – 22. Rothmans Rally New Zealand (Toyota Celica Turbo 4WD)

08-11/11/1992 – 28. Rallye Catalunya – Costa Brava (Toyota Celica Turbo 4WD)

22-25/11/1992 – 48. Lombard RAC Rally (Toyota Celica Turbo 4WD)

29-31/05/1994 – 41. Acropolis Rally (Subaru Impreza 555)

21-26/01/1995 – 63. Rallye Monte Carlo (Subaru Impreza 555)

08-10/03/1995 – 29. TAP Rallye de Portugal (Subaru Impreza 555)

23-25/10/1995 – 31. Rallye Catalunya – Costa Brava (Subaru Impreza 555)

10-12/05/1996 – 21. Bank Utama Rally Indonesia (Ford Escort RS Cosworth)

08-10/06/1997 – 44. Acropolis Rally (Ford Escort WRC)

19-21/09/1997 – 22. Rally Indonesia (Ford Escort WRC)

19-21/01/1998 – 66. Rallye Monte Carlo (Toyota Corolla WRC)

24-27/08/1998 – 28. Rally New Zealand (Toyota Corolla WRC)

07-10/09/2000 – 28. Cyprus Rally (Ford Focus RS WRC’00)

16-19/05/2002 – 22. Rally Argentina (Ford Focus RS WRC’02)

27/02 – 02/03/2003 – 4. Rally of Turkey (Citroën Xsara WRC)

15-18/07/2004 – 24. Rally Argentina (Citroën Xsara WRC)

CARLOS SAINZ

Nome: CARLOS SAINZ Cenamor

Nascimento: 12 de abril de 1962 (58 anos)

Local de nascimento: Madrid

Nacionalidade: Espanhol

Estreia na competição: 1979 (Formula Ford); 1980 (Ralis)

Primeiro rali no WRC: Rali de Portugal 1987

Último rali no WRC: Rali da Acrópole 2005

Ralis do WRC: 196

Vitórias no WRC: 26

Primeira vitória no WRC: Rali da Acrópole 1990

Última vitória no WRC: Rali da Argentina 2004

Pódios no WRC: 97

Classificativas ganhas no WRC: 757

Pontos no WRC: 1.242

Título WRC: 2 (1990/1992)

Outros títulos: Campeão de Espanha de Ralis (1987/1988); Campeão Ásia-Pacífico de Ralis (1990); Corrida dos Campeões (1997); FIA Cross-Country Rally World Cup (2007)

Marcas no WRC: Ford (1987-88/1996-97/2000-2002); Toyota (1989-92/1998-99); Lancia (1993); Subaru (1994-95); Citroën (2003-2005)

PALMARÉS

WRC (1987-2005)

1987 – 3 Ralis (Ford Sierra RS Cosworth). 35º CM (7 pontos)

1988 – 5 Ralis (Ford Sierra RS Cosworth). 11º CM (26 pontos)

1989 – 7 Ralis (Toyota Celica GT-4). 2º RAC; 3º Mil Lagos/San Remo. 8º CM (39 pontos)

1990 – 11 Ralis (Toyota Celica GT-4). 4 vitórias (Acrópole/Nova Zelândia/1000 Lagos/RAC). 2º Monte Carlo/Córsega/Argentina/Austrália; 3º San Remo. 1º CM (162 pontos)

1991 – 12 Ralis (Toyota Celica GT-4). 5 vitórias (Monte Carlo/Portugal/Córsega/Nova Zelândia/Argentina; 2º Acrópole; 3º RAC. 2º CM (143 pontos)

1992 – 10 Ralis (Toyota Celica Turbo 4WD). 4 vitórias (Safari/Nova Zelândia/Catalunha/RAC); 2º Monte Carlo/Argentina; 3º Portugal/Austrália. 1º CM (144 pontos)

1993 – 9 Ralis (Lancia Delta HF Integrale). 2º Acrópole. 8º CM (35 pontos)

1994 – 9 Ralis (Subaru Impreza 555). 1 vitória (Acrópole); 2º Córsega/Argentina/San Remo); 3º Monte Carlo/1000 Lagos. 2º CM (99 pontos)

1995 – 7 Ralis (Subaru Impreza 555). 3 vitórias (Monte Carlo/Portugal/Catalunha). 2º RAC. 2º CM (85 pontos)

1996 – 9 Ralis (Ford Escort RS Cosworth). 1 vitória (Indonésia); 2º Suécia/Argentina/San Remo; 3º Acrópole/Austrália. 3º CM (89 pontos)

1997 – 14 Ralis (Ford Escort WRC). 2 vitórias (Acrópole/Indonésia); 2º Monte Carlo/Suécia/Córsega/Nova Zelândia; 3º RAC. 3º CM (51 pontos)

1998 – 13 Ralis (Toyota Corolla WRC). 2 vitórias (Monte Carlo/Nova Zelândia); 2º Suécia/Portugal/Argentina/Finlândia/Austrália. 2º CM (56 pontos)

1999 – 14 Ralis (Toyota Corolla WRC). 2º Suécia/Portugal/Acrópole/Austrália; 3º Safari/Córsega/Finlândia/China. 5º CM (44 pontos)

2000 – 14 Ralis (Ford Focus RS WRC’00). 1 vitória (Chipre); 2º Monte Carlo/Acrópole; 3º Portugal/Catalunha/Nova Zelândia/Córsega. 3º CM (46 pontos)

2001 – 14 Ralis (Ford Focus RS WRC’01). 2º Monte Carlo/Portugal; 3º Suécia/Argentina/Chipre. 6º CM (33 pontos)

2002 – 14 Ralis (Ford Focus RS WRC’02). 1 vitória (Argentina); 3º Monte Carlo/Suécia/Acrópole/RAC. 3º CM (36 pontos)

2003 – 14 Ralis (Citroën Xsara WRC). 1 vitória (Turquia); 2º Argentina/Acrópole/Córsega; 3º Monte Carlo. 3º CM (63 pontos)

2004 – 15 Ralis (Citroën Xsara WRC). 1 vitória (Argentina); 3º México/Chipre/Finlândia/Alemanha/Itália/França/Catalunha. 4º CM (73 pontos)

2005 – 2 Ralis (Citroën Xsara WRC). 3º Acrópole. 13º CM (11 pontos)

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas AutoSport Histórico
últimas Autosport
autosport-historico
últimas Automais
autosport-historico
Ativar notificações? Sim Não, obrigado