CRÓNICA: O acidente no Rali de Santo Tirso

Por a 1 Maio 2016 11:01

O Rali de Santo Tirso ficou marcado por um acidente que deixou algumas maleitas físicas em alguns dos intervenientes. Tudo aconteceu quando um concorrente, numa zona muito rápida, falhou uma curva à direita e – tal como poderá ver já na parte final do vídeo anexo – o carro saiu em derrapagem, muito depressa, para a zona onde estavam aparentemente bem colocados os espectadores.

Tal como o Presidente da FPAK, Manuel de Mello Breyner disse à Agência Lusa, os feridos resultantes do acidente no Rali de Santo Tirso não terão sido atingidos pelo veículo em despiste, mas vítimas da confusão que muito naturalmente existe nestas situações quando as pessoas se percebem que o carro vai sair de estrada e tentam fugir por todos os meios que têm. Esta é uma situação muito habitual nos ralis, e por muito que as organizações façam, e neste caso, não tendo sido perfeita, não parece haver muito a dizer quanto à colocação das grades de proteção, a verdade é que os acidentes no desporto automóvel são, muitos deles totalmente imprevisíveis. Tal como disse Manuel de Mello Breyner: “as provas estão mais seguras e o público, regra geral, segue as indicações, mas o desporto automóvel é perigoso e há sempre uma componente que não se consegue controlar”.

Ora, é precisamente neste ponto que Manuel de Mello Breyner toca, que é importante reforçar. Muitos se queixam da excessiva preocupação pela segurança no Vodafone Rally de Portugal, com as zonas em que é permitida a permanência de público a serem quase 100 por cento incólumes à existência de um acidente mais grave. Muitos se queixam que ficam longe dos carros e da emoção, mas quando sucedem acidentes como o de ontem em Santo Tirso, felizmente sem consequências de maior, é que as pessoas percebem que esta questão da segurança tem que ser vista duma forma muito mais forte que a emoção que se perde de ver os carros mais ao longe.

Se o ACP tem meios para, no Rali de Portugal, manter as pessoas protegidas quase a 100 por cento, as organizações mais pequenas têm que contar com o seu bom senso na distribuição dos meios que têm à sua disposição para tornar seguras as suas provas, mas precisam muito, mas mesmo muito, do bom senso dos espetadores, quando as coisas correm menos bem do lado de um concorrente e este sai de estrada.

É completamente impossível sem a colaboração das pessoas que os ralis sejam 100 por cento seguros para os espetadores, a componente de imprevisibilidade é sempre muito grande num acidente, e este que sucedeu no Rali de Santo Tirso é bom exemplo disso. A escapatória é ampla, o piloto tinha muito espaço para sair em frente, mas mesmo assim não chegou.

Este vídeo deve ser passado e repassado, os adeptos devem passar esta mensagem a toda a gente que possam. Quando forem ver um rali falem uns com os outros, façam perguntas, olhem para a estrada, vejam donde surgem os carros, vejam se é uma zona rápida, tentem perceber para onde o carro se pode despistar na grande maioria dos casos, vejam onde são os locais perigosos. Desconfiem. Olhem para trás e percebam para onde podem fugir se precisarem. Nem sempre as fitas ou grades que delimitam os troços de rali ou TT podem ser confiáveis a 100 por cento. Como neste caso. Normalmente são colocadas por pessoas com alguma experiência, mas não há mal nenhum em desconfiar. A cada frase que cumpra deste ‘check list’ reduz uma boa percentagem de ter problemas.

Os ralis são um desporto de grandes paixões, de grande emoção, mas nunca se esqueça que acima disso tudo, há aquela fantástica frase que todos lemos quando vamos para a praia: “Há mar e mar, há ir e voltar”. Na praia, como nos ralis, Os ‘nadadores salvadores’ podem não ser suficientes para o proteger, é bem melhor que aprenda você a proteger-se a si próprio…

Veja bem o vídeo, veja bem a distância e o local onde as pessoas ficaram feridas. Quando um carro entra em despiste, nunca se sabe muito bem onde ele vai parar, depende da velocidade que traz, a dinâmica do acidente pode ‘mandar’ o carro para várias direções, basta perceber que quando o carro se atravessa, quando as rodas ganham alguma aderência o carro pode estar ‘virado’ para o pior sítio. Neste caso, felizmente havia muito espaço em frente…

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