CPR, Miguel Barbosa: “Agora é continuar a trabalhar para ser campeão nos ralis”

Por a 6 Janeiro 2018 16:37

Miguel Barbosa falou aos microfones do 16 Válvulas, onde respondeu às questões do AutoSport, e do Gonçalo Cabral, claro, fazendo um balanço de 2017 e projetando o futuro nos ralis.

Miguel Barbosa realizou em 2017 o seu segundo ano nos ralis, numa temporada em que o piloto português considera que evoluiu. Barbosa ficou satisfeito com os resultados, e destaca a primeira vitória no Nacional de Ralis, com o triunfo na prova reservada ao campeonato português, no Rali Vinho Madeira: “2017 foi um pouco como esperava, com alguns altos e baixos, um ano onde acho que a nossa performance foi melhor do que em 2016, mas onde tivemos alguns dissabores, que não tivemos no primeiro ano, também porque no primeiro ano tínhamos uma abordagem mais cuidadosa. Já estava à espera de algumas batidas, que fazem parte desta aprendizagem. Acabámos o ano em terceiro no campeonato e alcançámos a nossa primeira vitória no Nacional de Ralis [Rali da Madeira], o que foi um marco e que me deixou bastante satisfeito. Existiram muitos ‘se’, correu como correu e tivemos o infortúnio de desistir no Rali de Portugal com um problema técnico, que nos tirou uma pontuação importante, mas fomos perdendo pontos ao longo do ano. Foi um ano de altos e baixos, mas no geral acho que foi uma temporada positiva e que me deixa confiante para o que aí vem” começou por dizer Miguel Barbosa, que falou também dos pontos fortes e fracos da temporada de 2017:

“Sabemos onde estamos a perder e onde temos que melhorar. Temos que ter consciência que a nossa concorrência é forte, quer em quantidade, quer em qualidade, e, portanto, temos que ter noção que vai ser um campeonato muito competitivo, talvez o campeonato nacional mais competitivo. De qualquer maneira, nunca me preocupei em olhar para o lado, preocupo-me com o meu trabalho e foi sempre assim ao longo da minha carreira. Sei o que tenho que melhorar, estamos todos a trabalhar como um só e estou otimista, acho que o que fizemos até aqui é positivo nesta nossa estreia nos ralis, e estou confiante para o futuro, sabendo as dificuldades que nos esperam”.

O piloto analisou ainda os seus dois primeiros anos nos ralis. “Estou bastante satisfeito com esta aventura. Já fui sete vezes campeão de Todo o Terreno, duas de velocidade e lancei o repto aos meus patrocinadores para tentar ser campeão de ralis. É um projeto a três anos, vamos agora para o terceiro ano, é um projeto ambicioso, dada a concorrência que enfrentamos, mas é também um projeto diferente e que vai em linha com tudo o que temos vindo a fazer ao longo da nossa carreira e que traz um grande retorno aos nossos patrocinadores. Não posso estar mais satisfeito, fui muito bem acolhido nos ralis, já tinha a curiosidade de fazer ralis há muito tempo, despertam uma grande paixão nos portugueses. Acho que foi uma grande aposta e no momento certo. Agora é continuar a trabalhar para ser campeão nos ralis”.

Quanto à luta pelo título em 2018, Miguel Barbosa tem consciência da dificuldade do desafio que enfrenta, mas isso também ser de motivação adicional: “Em tudo o que entro é para ganhar, mas temos que ter consciência quando é que estamos preparados para o fazer e da concorrência que temos e temos que ter presente que é uma modalidade totalmente nova para nós, também temos consciência de que 2018 será bastante difícil, mas isso motiva-nos. Acho que em 2018 podemos ter condições para lutar pelos lugares cimeiros, mas o título é uma junção de vários fatores ao longo do ano e das muitas provas e muito pode acontecer. Sentimos que estamos cada vez mais preparados, sinto que ainda nos falta algum caminho de preparação e de evolução, mas estamos a trabalhar para isso e acho que 2018 será ainda melhor do que 2017. Ficámos em terceiro e, como tal, faltam dois lugares para o objetivo”.

Quanto a idas ao estrangeiro, continua a não estar prevista nenhuma prova fora de Portugal para Miguel Barbosa e Miguel Ramalho, algo que é perfeitamente compreensível quando ‘por cá’ se têm provas do mais alto nível: “O nosso projeto é nacional, o que incluiu fazer o Rali de Portugal, da Madeira e dos Açores e vamos fazer estas três porque são muito boas a nível de retorno de patrocinadores. Temos a sorte de ter três provas desta envergadura no nosso campeonato, mas não temos mais nenhuma prova deste nível prevista”.

O regresso de Armindo Araújo é um dos pontos fortes para a temporada de 2018, e Miguel Barbosa também falou do tema. “Em primeiro lugar, é de salutar a vinda de mais uma marca para o CPR. Sempre defendi que as marcas são essenciais para o desporto automóvel e é de salutar o regresso da Hyundai e logo com dois carros, é o ponto mais positivo de todos. O Armindo dispensa apresentações e acho que o seu regresso é muito positivo porque vai chamar mais media, mais público, mais tudo, porque é muito conhecido. Acho que vai lutar sempre pela vitória e pelo campeonato e só vejo pontos positivos neste regresso”.

Miguel Barbosa vai continuar com o Fabia R5 em 2018. “É um carro que gosto bastante, é campeão do mundo e acho que a Skoda tem feito um excelente trabalho. Estou satisfeito a todos os níveis e estou bastante motivado e satisfeito com o apoio que tenho da Skoda”. Mudança de carro no futuro? “Não. Estou bastante satisfeito com tudo o que tenho da Skoda. Claro que depende também dos patrocinadores, isso também é muito importante. Mas digo o mesmo que digo desde que cheguei aos ralis, não há nenhum R5 mau, cada carro tem as suas características, mas todos são bons. A Skoda nunca parou de evoluir, assim como a Ford, a Citroën vai lançar um carro novo, existe muita oferta de qualidade. Cabe a cada piloto escolher o que acha melhor e o bom desta categoria é que todos os carros permitem lutar por vitórias, e depende muito do estilo do piloto, do piso, de tudo”, disse Miguel Barbosa, que participou no final do ano na Baja de Portalegre, no que foi um regresso casual ao TT: “Sim, foi bom voltar ao Todo o Terreno, tenho uma paixão enorme pelo TT, foi onde fiz grande parte da minha carreira e é uma modalidade muito amada em Portugal. Em Portalegre, foi uma grande festa e só foi pena o resultado desportivo. Fez-me perceber que tinha saudades do TT e deu para matar um pouco o bichinho”.

Numa altura em que o Dakar está a arrancar e depois de por lá ter andado, Barbosa falou da possibilidade de regressar, depois de ter sido 12º em 2011: “Tenho interesse em voltar a participar no Dakar, fiz três participações e no primeiro ano ganhamos a categoria rookie, no meu terceiro ano fui 12º da geral e fiquei com a sensação de que poderia fazer muito mais, mas infelizmente com a mudança para a América do Sul deixou de fazer sentido para nós, europeus, participar, a não ser envolvidos em equipas oficiais. É ‘A’ prova, é como os Jogos Olímpicos do Todo o Terreno, estão os melhores pilotos, as melhores equipas. Tive a sorte de poder participar nas duas versões, ou seja, em África e na América do Sul, e a segunda não fica em nada a dever à original, e ainda trouxe uma vantagem, o público. Mas na minha participação na América do Sul deu para perceber que não trazia retorno aos meus patrocinadores e, assim, deixa de fazer sentido participar, tive de optar por outros projetos. Agora, ficam saudades de voltar a participar no Dakar”, disse, terminando, com uma análise ao TT em Portugal: “O TT português é como sempre achei, tem boas provas, bons pilotos e boas máquinas e é considerado um dos melhores campeonatos nacionais a todos os níveis. É sempre possível fazer mais e melhor, mas tivemos um bom campeonato, tenho um carinho bastante, espero que em 2018 venhamos a ter mais um excelente campeonato”.

CLIQUE AQUI para ouvir a entrevista do 16 Válvulas na íntegra

 

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