CPR, Manuel Castro: “Gostava de lutar pelos cinco primeiros lugares em todos os ralis”

Por a 11 Janeiro 2018 17:59

Depois duma época entre o céu e o inferno, Manuel Castro está de regresso em 2018 para deixar para trás muito do que sucedeu o ano passado, fazendo nova aposta no Hyundai i20 R5, reforçando-a mesmo, com a aquisição deu um segundo carro que alugará a quem o quiser pilotar em ralis. Tendo em conta tudo o que se passou em 2017, não foi certamente um ano fácil, mas para a frente é que é o caminho e é isso que Manuel Castro pretende fazer. Em declarações ao nosso parceiro 16 válvulas, Manuel Castro falou sobre o passado, presente e futuro: “2017 foi um ano muito caricato para mim, desde logo por ter estreado um carro em Portugal, o novíssimo Hyundai i20 R5, por termos trabalhado a comunicação como nunca tinha sido feito nos ralis em Portugal, e, infelizmente, devido a algumas peripécias durante a temporada que nos impossibilitaram de fazer o campeonato completo, tal como queríamos, e que nos deixaram um amargo de boca que não foi fácil de superar. De positivo deixámos o mais interessante, como a competitividade do carro, como ficou provado em algumas especiais, o ritmo não foi sempre o melhor, também por azares alheios à equipa. Sabíamos que era um ano 0, um carro novo, com poucos quilómetros em terra, e fomos um pouco vítimas disso, mas estávamos cientes de que podia acontecer. Sou persistente nas minhas decisões e não vamos desistir. No geral, acabou por ser um ano positivo, apesar dos dissabores” começou por dizer.

Muitos outros pilotos deveriam colocar os olhos no que faz Manuel Castro, que mostra claramente que sem grandes meios, pode-se fazer coisas interessantes, e que as ‘realidade’ de hoje, as redes sociais, tratam de potenciar. Por exemplo o vídeo que fez com os seus patrocinadores JOM e AEG. Se não o tem feito, nunca estaríamos aqui e agora a falar dos seus patrocinadores, mas a verdade é que estamos e isso é o melhor elogio que se pode dar ao seu trabalho: “Sem dúvida, diria que ‘less is more’, devo ser dos pilotos do Nacional de Ralis com menor orçamento, não é segredo, mas acho que com pouco se pode fazer muito, e acho que aquilo que a minha gestora de comunicação e marketing tem feito desde o final de 2016, quando iniciámos o trabalho para 2017, desde logo com o anuncio do i20 R5 para a nova temporada. Aquele incêndio no Rali de Portugal não nos deixou fazer mais, mas mesmo assim decidimos acabar o ano com uma forma de fazer diferente, fomos à procura de parceiros que quisessem fazer um projeto diferente e felizmente a JOM e a AEG alinharam nesta ideia e fizemos um vídeo diferente, onde as pessoas participavam e em que até podiam ganhar uma máquina de lavar da AEG e também oferecer um curso de rali que se vai realizar em breve. Tenho noção que com mais meios ainda se pode fazer mais, mas quando existe vontade as coisas acontecem. Fizemos vários vídeos com os ralis que fizemos ao longo de 2017 e é algo diferente. Já sabemos que os portugueses adoram ralis, mas nem todos podem ir a todos e queremos mostrar como são as coisas a quem não foi, e a quem foi também, assim como chegar a quem quer conhecer melhor o desporto automóvel. Todo este trabalho foi feito com poucos meios e temos noção que podíamos fazer melhor caso tivéssemos mais meios, mas mesmo assim acho que fizemos um excelente trabalho. Quisemos valorizar quem nos apoia e é por isso que fazemos isso e vamos continuar a trabalhar nesse sentido e esperamos conseguir mais apoios para fazer muito mais, porque ideias não nos faltam. Espero que os adeptos gostem. Acho que muitas outras marcas podiam fazer mais, não sei por que não o fazem, mas acho que deviam”, disse Manuel Castro, que fez um balanço da sua época desportiva:

“Iniciámos no Serras de Fafe, em que fomos obrigados a desistir por defeito de uma peça que os Hyundai tinham e que foi imediatamente resolvido pela marca. Depois, nos Açores, fomos muito competitivos, conseguimos estar sempre entre os quatro ou cinco primeiros do nacional e era apenas a minha terceira vez lá e com poucos quilómetros de testes no carro. Lembro-me que, aqui, o ano passado foi perguntado o que achava da mudança para o R5, sabia que seria difícil porque os meus adversários já estavam muito mais habituados aos R5, e realmente foi, mas mesmo assim a adaptação correu bem, consegui alguns bons tempos, o que me deixou animado, mesmo sabendo que podia melhorar. O Rali dos Açores também foi bom, apesar das peripécias logo a abrir com o capot não estar bem preso e partir-me o para-brisas e perdemos 2m40s. Fez-me começar muito atrás, apesar de depois ter conseguido recuperar e terminar em sexto no CPR, mas ainda podíamos ter estado melhor. Já sabíamos de antemão que o carro era melhor no asfalto do que na terra e pude comprovar isso no CAM. O carro é fantástico em asfalto, mesmo com chuva tem muita estabilidade, o que me deixa ainda com mais vontade para 2018. Como sabem, adquirimos um novo i20 R5, com o chassis 35, que é totalmente igual ao outro, só tem um mapa do motor diferente que permite mais potência e mais binário e nota-se bastante esta diferença. Agora tenho de ver em terra onde posso melhorar. Já temos alguns quilómetros de trabalho e temos evoluído, infelizmente não pude fazer mais quilómetros pelo motivo que todos conhecem e que foi alheio à nossa equipa. Acho que é um carro que pode provar em Portugal que pode ganhar, fruto de A, B ou C e já o fez em asfalto. Na terra foi melhorado pela Hyundai Motorsport e acredito que temos todas as condições para ter um carro muito competitivo; foi por isso que avançamos para a compra de um segundo carro, mesmo sem o apoio do importador, apesar de termos tentado” disse.

A transição do Skoda Fabia S2000 para o Hyundai i20 R5, já se sabia que não seria fácil, e para quem o viu a pilotar o S2000, sabe o que pode esperar quando a adaptação ao R5 estiver concluída: “O facto de ter feito seis provas no Skoda S2000 e de me ter adaptado muito rapidamente com muito poucos quilómetros de testes fez com que pudesse andar logo bem com o carro, com o Hyundai, e devido a alguma falta de peças foi mais difícil a início, mas nos Açores acho que já consegui andar bem e dar algum espetáculo – são carros diferentes que não permitem estilos de condução semelhantes. Em Mortágua, tive muitas dificuldades e nunca consegui ser muito competitivo a nível de tempos, mas acabei por dar espetáculo. Falta-nos perceber ainda um pouco melhor as afinações. Acredito que em 2018, e com mais trabalho, consiga ser ainda mais competitivo”.

Outro dos pontos interessantes passa por saber quem vai correr com o segundo carro em 2018: “Neste momento temos algumas possibilidades, uma delas será muito interessante e que eu, como gestor da Racing 4 You, estou muito interessado, porque é um piloto muito rápido, campeoníssimo e que permitia a internacionalização da equipa, penso que em duas semanas será possível saber. Se não for esta opção, existem outras, quer para o Nacional, quer para o Regional da Madeira, mas uma coisa posso garantir: o carro vai estar à partida do Serras de Fafe”, disse Manuel Castro, que falou também dos objetivos para 2018: “É difícil fazer previsões. Não me querendo desculpar, mas tudo depende dos orçamentos, ter uma viatura igual à minha mas com apoios diretos ou indiretos da marca pode ser uma vantagem, mesmo que o orçamento não seja muito maior. É sempre difícil para um privado poder ombrear a nível de testes, mas gostava de lutar pelos cinco primeiros lugares em todos os ralis”, referiu Manuel Castro, que também falou sobre o regresso de Armindo Araújo com a Hyundai, a que se junta Carlos Vieira, atual campeão nacional:

“É um bom desafio, ter um regresso de um nome como o Armindo Araújo é muito bom para todos os envolvidos, porque a expressão mediática do Armindo é muito grande e poderá colocar vários meios de comunicação a olhar para o nosso campeonato. O CPR está muito pujante mas falta alguma divulgação, que até pode trazer mais marcas e empresas ao nosso campeonato. A nível técnico, claro que é um desafio, por ter outros pilotos com carros iguais, ainda para mais com o campeão nacional e com o Armindo Araújo, que é o piloto com melhor palmarés internacional em Portugal. Não nos podemos esquecer que os orçamentos não são iguais para todos os pilotos, mas acredito que com trabalho se pode chegar lá. Tinha dito antes que 2017 seria um ano de aprendizagem e que em 2018 gostaria de lutar pelo campeonato, obviamente que para isso preciso de um maior budget, mas tenho a certeza que se fizer um bom trabalho vou lutar não só contra esse dois Hyundai, mas também contra os outros carros, tenho sempre a ambição ao máximo e tenho de trabalhar para lá chegar”, disse. Já internacionalização só até Espanha, se possível:

“Já pensei ir ao campeonato espanhol de asfalto, não sei se será possível este ano, mas gostava de fazer uma prova lá, porque é muito competitivo e se surgir a oportunidade vou tentar agarrar, se não vou focar-me em Portugal, porque é onde os meus parceiros precisam de ser promovidos. As marcas precisam de ser acarinhadas e estou a trabalhar nesse sentido. Os adeptos precisam de acariciar estas marcas para que eles percebam que vale a pena apostar nos ralis”, acrescentou Manuel Castro, que confessou também que a questão do incêndio do seu carro no Rali de Portugal, já está resolvida, pois chegou a acordo com a Panta: “Não foi o melhor acordo que poderia ter feito, mas dessa forma encerro um assunto que muito me transtornou e incomodou” concluiu o piloto de quem se espera ter em 2018 condições de explanar tudo o que de bom já lhe vimos fazer ao volante de um carro de ralis e bem merece, pelo que passou e todo o esforço que fez…

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