José Pedro Fontes: “Encaro o futuro dos ralis com preocupação”
O momento dos ralis é forte, com um campeonato nacional competitivo. Mas o futuro não parece ser tão risonho com poucos jovens para assumir o lugar das estrelas do presente, onde se inclui José Pedro Fontes, que não escondeu a preocupação:
“Encaro o futuro dos ralis com preocupação. Se antes não via preocupação por parte das pessoas, já começo a sentir esse cuidado e já há um programa da Federação, que é um passo nesse sentido. Temos de nos virar para os jovens e pensar como os podemos apoiar. Temos feito a nossa parte com a Peugeot Rally Cup Ibérica e muito me entristece que não haja mais jovens a apostar neste tipo de competição, querendo entrar logo para as categorias de topo. Eu também corri nas competições monomarca no começo da minha carreira. Não podemos querer ir logo para a Universidade. Entristece-me que alguns jovens não façam uma aposta séria neste tipo de troféus para mostrar a sua valia com armas iguais para depois dar o salto. Por vezes, em Portugal, há a mentalidade de começar pelo topo e isso acaba por ser contraproducente. A Federação deve pensar num programa de incentivos para os jovens, as equipas têm de ajudar a fazer esse trabalho, as marcas também têm de ajudar. Vai haver uma grande mudança no desporto, com a eletrificação e talvez possamos ter os meios necessários para fazer programas de apoio na base, para os jovens. Vêm lá uma mudança e as mudanças podem trazer muitas coisas.”
Fontes não tem medo da adversidade e encara a eletrificação como uma oportunidade que deve ser aproveitada. Relembrou que no desporto motorizado tudo muda depressa e a adaptação é palavra chave:
“Sou piloto há 30 anos, todos os anos estava despedido ao final da época e todos os anos continuei a correr. A nossa vida no motorsport é assim. Todos os anos temos de enfrentar crises de todos os tipos e o desporto vai-se reinventando. Acima de tudo, tem de haver uma estratégia clara dos desafios que temos pela frente e como ultrapassá-los. Vamos continuar a ter corridas de automóveis sejam elas de que tipo forem. Fomos a primeira equipa a trazer um carro totalmente elétrico para competir num rali. Fizemos um rali regional da Catalunha com um Corsa elétrico. Em 2009 já tinha proposto um troféu elétrico a uma marca. Um piloto de automóveis vive de conduzir rápido e ganhar. Se usamos gasolina, gasóleo, hidrogénio ou baterias isso não preocupa. Quando o diesel foi introduzido falou-se em sacrilégio, depois toda a gente queria guiar os diesel de Le Mans ou os Mini do Dakar e agora ninguém se importa com o diesel. A eletrificação vai percorrer o mesmo caminho.”
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Hoje em dia há jovens que querem começar logo na categoria principal e depois passam a vida a “chorar” que não têm patrocínios.
No fundo querem que alguém aposte neles para mostrarem o seu valor, mas o certo seria primeiro provar o que valem e depois então ter alguém que aposte neles.
Nunca tive a sorte ou a oportunidade de me sentar atrás de um volante de um carro de competição. O problema foi sempre o mesmo €€€, e não ter um Pai trocínio ou um amigo influente. Isto é muito giro falar, os jovens querem logo dar o salto…mas o problema é sempre o mesmo, dinheiro. Basta ver o exemplo do Miguel Campos, para voltar aos ralis tem de ir para um projeto monomarca. Estou a falar de um antigo campeão nacional de ralis absoluto e de produção e vice-campeão europeu.
No money, no funny. É isto, os ralis em Portugal.
Concordo com o JPF e estes 2 primeiros comentários… No meu tempo já havia pessoal a entrar logo com “grandes bombas”, mas eu contentava-me a ganhar a classe, mesmo quando não tinha concorrência! O Peugeot Rally Cup parece ser fantástico, mas caro para o “comum dos mortais” (Nos anos ’80 era tudo mais acessível…)
Depois há o problema muito bem exposto no video nesta secção da ACOR: como comentei vale a pena ver de principio ao fim apesar de um pouco longo!