Encontro de irmãos
Em algumas famílias, as habilidades de uma pessoa levam os parentes a querer imitá-la. Por vezes, a genética dá origem a mais um campeão, outras vezes não. Hoje em dia, são os pais e filhos que “está a dar”. Jos Verstappen e Max Verstappen na F1, e Harri e Kalle Rovanpera no WRC…
Não é incomum a existência de famílias de pilotos de automóveis. O gosto pelas corridas transmite-se como um vírus, e esse gosto partilhado nasceu muito cedo, principalmente entre irmãos, de idades aproximadas e com interesses semelhantes.
Os primeiros casos foram os irmãos Marcel e Louis Renault, em França, e Louis e Gaston Chevrolet, emigrantes suíços a viver nos Estados Unidos.
A Fórmula 1 é um clube mais exclusivo e nem sempre é fácil ter membros da mesma família a correr ao mesmo tempo. Peter e Graham Whitehead, dois pilotos amadores, correram juntos no GP da Grã-Bretanha de 1952. Jimmy Stewart fez uma única prova do Mundial em 1953, doze anos do seu mais famoso irmão Jackie se estrear, e Ricardo Rodríguez morreu numa prova extra-campeonato um ano antes de Pedro iniciar a sua carreira com a Lotus.
Seria preciso esperar até 1972 para vermos dois irmãos a fazer uma época inteira de F1 ao mesmo tempo: Emerson e Wilson Fittipaldi.
Embora seja três anos mais novo, Emerson começou a correr com a Lotus em 1970, ganhando uma corrida no ano de estreia. Wilson começou em 1972 com a Brabham, no mesmo ano em que Emerson foi campeão, e deixou a F1 em 1975 para gerir a equipa Copersucar.
Depois dos Scheckter, os próximos a correrem juntos foram os Schumacher.
Michael e Ralf são os únicos irmãos que ganharam na F1, e também os únicos com hipóteses de ganhar ao mesmo tempo. A primeira vitória de Ralf foi no GP de San Marino de 2001, no mesmo ano em que Michael venceu o seu quarto título.
Fora do mundo da F1 (ou pelo menos um dos irmãos), também não é incomum encontrar irmãos talentosos. Mais recentemente, temos os gémeos Tom e Tim Coronel na Holanda, Jörg e Timo Bergmeister na Alemanha, Dario e Marino Franchitti na Escócia, Katsutomo e Toshihiro Kanihishi no Japão e Kyle e Kurt Busch nos EUA, Simon e Mitch Evans, Enzo e Pietro Fittipaldi, Charles e Arthur Leclerc, Greg e Leo Mansell, Colin e Alister McRae, Charles e Arthur Pic,
Tomas e Toby Scheckter, Henning e Petter Solberg.
Os ‘manos’ Schumacher
Ralf Schumacher é um caso de um piloto rápido que tem que viver na sombra do seu irmão. Vencedor do GP de Macau de 1995 (o seu irmão fê-lo em 1990), Ralf apenas conseguiu seis vitórias na F1, enquanto Michael ainda é recordista, com sete títulos de campeão.
Em Portugal também
Não é difícil encontrar exemplos de irmãos a correr nas pistas portuguesas. Bernardo e Domingos Sá Nogueira, Jorge e Alcides Petiz, Mêquêpê e Pêquêpê, Miguel e João Ramos, exemplos não faltam. Existe até um recorde internacional que pertence a portugueses: Pedro, Manuel e Tomaz foram a primeira (e ainda são a única) equipa de três irmãos a correr no mesmo carro nas 24 Horas de Le Mans, o que fizeram em 1997 e 1999. Em gerações mais recentes, os exemplos mais famosos são Pedro e Tiago Petiz (filhos de Jorge Petiz) e Duarte e António Félix da Costa.