24 Horas de Le Mans 1955: O dia que mudou as corridas

Por a 29 Março 2020 09:56

O dia 11 de Junho de 1955 é a data mais infame do desporto automóvel. Nessa tarde de sol brilhante e céu azul, pelas 18h28m, aconteceu a pior tragédia de sempre que se abateu sobre o desporto motorizado. Palco: a pista de La Sarthe, onde decorriam as 24 Horas de Le Mans. Uma edição que se previa como das mais espetaculares de sempre, com a Mercedes a juntar-se aos habituais Jaguar, Maserati e Ferrari, num plantel que incluia quase todos os melhores pilotos mundiais da altura. Desde o início da corrida, as despesas foram feitas por Eugenio Castellotti (Ferrari) e Mike Hawthorn (Jaguar), enquanto Juan Manuel Fangio (Mercedes), atrasado na partida – em espinha, em que os pilotos tinham que atravessar a pista a correr, saltando então para dentro dos seus carros! – batia recordes atrás de recordes, na tentativa de se chegar à frente.

Então, sucedeu a tragédia. Nunca se percebeu muito bem a responsabilidade dos dois pilotos entretidos num duelo fraticida (Hawthorn e Fangio) e até a legalidade do combustível usado pela Mercedes permanece um mistério. O facto é que, na altura em que o argentino se aproximava do piloto da Jaguar, este decidiu entrar de repente nas boxes, quando seguia mesmo em frente da sua entrada, a mais de 240 km/h. A manobra surpreendeu Lance Macklin (Aston Martin), que tinha sido acabado de dobrar e que, para evitar o Jaguar a cruzar a sua trajetória, guinou para a esquerda. Com isso, colocou-se directamente no caminho de outro Mercedes, o nº 20, então pilotado por Pierre Levegh, convidado pela fábrica para pilotar o terceiro “flecha de prata”, aos 50 anos e que, na ocasião, estava a perder uma volta para os líderes. Sem qualquer possibilidade de evitar a colisão como Aston Martin, Levegh sinalizou Fangio, levantando o braço, antes de colidir com a traseira do carro de Macklin. O Mercedes levantou voo e, de acordo com alguns testemunhos, explodiu no ar, antes de cair em pedaços sobre a multidão das tribunas. 81 pessoas morreram na ocasião, bem como o próprio piloto, o último a ser identificado; 16 morreram mais tarde, nos hospitais. Depois do acidente, as corridas nunca mais foram as mesmas. Diversas provas foram canceladas nesse ano e, desde então, nunca mais existiram competições na Suíça, proibição que ainda hoje se mantém.

Avançando rapidamente para 2018, a visão rígida da Suíça face ao automobilismo começou a desmoronar-se. Para permitir que a corrida de Fórmula E de Zurique acontecesse, o governo fez uso de seu direito de fazer uma exceção. Foi este o ponto de viragem para a visão francamente antiquada do país sobre o desporto? Não! Atualmente, a Suíça continua a ser o único país que se opõe à maioria dos tipos de corridas de automóveis.

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