Fórmula 1: Será Kubica a opção certa para a Williams?

Por a 5 Dezembro 2017 20:22

É a vaga que falta definir para termos a grelha de 2018 completa. Será que Robert Kubica vai fazer o regresso à F1, depois do pesadelo que viveu e das dificuldades que tem de enfrentar diariamente?

O discurso de Kubica na gala de entrega de prémios Autosport deu algumas indicações sobre o positivismo do polaco nesta fase. O piloto admitiu que enfrenta mais dificuldades no dia a dia do que especificamente no carro e que tanto o corpo como a mente se adaptam com facilidade a novas situações. Kubica deu a entender que está preparado para o regresso à F1. Mas será que pode ser competitivo?

 

2017 foi um ano em recheado de testes para Kubica, tendo começado na Renault, primeiro com carros anteriores a 2014 e por fim testando os novos turbo-hibridos. A equipa guardou os resultados em segredo e ficamos sem saber se o polaco passou o teste ou não. A verdade é que a hipótese Sainz materializou-se e não se ouviu falar mais de Kubica na Renault.

Veio depois o interesse da Williams, que precisava de um piloto para o lugar de Massa. Di Resta, que teve uma prestação interessante na Hungria quando chamado a substituir Felipe Massa, Sirotkin e Kubica foram os homens falados para a vaga. Di Resta não rodou no último teste do ano (esteve na Hungria com um carro de 2014) e apenas Kubica e Sirotkin tiveram lugar, juntando-se a Lance Stroll.

É aqui que as coisas se complicam. A melhor volta de Kubica com menos combustível foi 1:39:4, enquanto que a melhor volta de Massa foi 1:38:5 na qualificação do seu último GP. Mas agora é preciso tentar entender as diferenças pois Kubica testou com os pneus de 2018 e não há termo de comparação com as borrachas que Massa usou. Além disso a temperatura da pista também tem influência e Kubica testou com temperaturas mais altas o que torna a pista mais lenta, sem referir que o polaco usou um motor já em fim de vida e obviamente com um modo de potência mais baixo.

Nos stints longos, Kubica foi 0.6 segundos mais rápido que Massa em média, mas surge o problema de comparação pois não é publico ainda o quão mais rápidos são os pneus do próximo ano, embora os ultra-macios usados no teste sejam mais macios ainda que os homónimos de 2017.

Nos stints curtos, equivalentes a qualificação, Kubica não conseguiu mostrar o mesmo nível competitivo e fez um segundo acima de Massa, com os híper-macios, que tecnicamente serão mais rápidos que os ultra-macios usados na qualificação. É preciso notar, no entanto, que Stroll fez o mesmo tempo que tinha feito na qualificação, o que pode ser indicativo que a pista estava de facto mais lenta (não podemos acreditar que o piloto não encontrou mais umas décimas em relação à qualificação).

A conclusão que se pode tirar a olho nu é que Kubica tem andamento para a corridas, mas que lhe falta ainda alguma velocidade de ponta para a qualificação. Será do carro? Será dos novos pneus que têm de ser tratados de forma muito diferente ao que estava habituado (não esquecer que o traçado de Abu Dhabi é complicado e que se o piloto abusar das borrachas nos dois primeiros sectores, vai invariavelmente perder tempo no 3º). Será que as suas limitações não permitem apresentar mais? No teste da Hungria Di Resta foi mais rápido que o polaco em simulação de qualificação.

Há ainda muitas dúvidas que precisam ser esclarecidas, mas os engenheiros da Williams têm certamente a informação necessária para tomar a decisão correta.

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4 Comentários
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so23101706
so23101706
6 anos atrás

Um piloto que não compete na F1 há oito anos e tem problemas físicos manifestos a liderar uma equipa que tem como segundo piloto um pagante com um ano de experiência (e que não correu assim tão bem)? Tudo isto numa equipa que não ganha um GP há cinco anos e não tem um título há vinte anos? Postas as coisas deste modo, contratar o Kubica parece uma decisão completamente irracional, se não mesmo suicida, mas há aqui outros factores. O primeiro é que a Williams está vinculada à Martini por um contrato que obriga a que um dos piloto… Ler mais »

2fast4u
2fast4u
6 anos atrás

O Di Resta está a 100% fisicamente e não parou há tanto tempo, e a mim pareceu-me ter mais dificuldades que o Kubica em termos de andamento.
Eu não tenho dúvidas em relação ao talento especial que o Robert tem, e acredito que a força de vontade é uma arma poderosa.
Para mim a questão será sempre se aguenta fisicamente um GP, principalemente os mais duros, e nunca se terá andamento.

Donadel
Donadel
6 anos atrás

A Williams precisa de um primeiro piloto que seja isso mesmo e não um piloto “reformado” a 8 anos, com problemas físicos… Gosto do Kubica, era o meu piloto preferido quando estava na F1, mas tenho a plena consciência que nunca mais vai ser o mesmo e nunca mais vai ter o andamento que teve quando estava nas suas melhores capacidades… A Williams tinha de abrir os cordoes a bolsa e ir buscar um piloto com nome, como fez a McLaren em ir buscar o Alonso. Para trazer a equipa ao de cima outra vez. Se a Kubica se confirmar,… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  Donadel
6 anos atrás

Muito bonito, “a Williams tinha de abrir os cordões à bolsa…”. Mas qual bolsa? Comparar a situação financeira da Williams com a da McLaren, é o mesmo que comparar a beira da estrada com a estrada da Beira.

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