Tração total em equação para a Fórmula 1

Por a 27 Outubro 2017 15:15

Já falámos do passado de forma detalhada na possibilidade da configuração de 4 rodas motrizes passar a ser uma realidade na Fórmula 1 a partir de 2020. Para os novos regulamentos, está-se a ponderar o uso de uma configuração semelhante ao que existe nos Híbridos do WEC, com motores elétricos dianteiros, para recuperação e aplicação de energia elétrica.

Os sistemas de tração integral não são novidade na F1 mas desde 1982 que estão banidos da competição. Mas para que a F1 se mantenha como a categoria rainha quer na competição quer na inovação, o sistema de tracção integral terá de ser equacionado pois a indústria automóvel caminha nesse sentido.

O que parece certo é o aproveitamento das atuais unidades motrizes, para que as equipas não tenham de gastar rios de dinheiro na investigação e desenvolvimento de novas unidades. Para compensar a falta de inovação desse lado e para manter a F1 como o pináculo da tecnologia, a utilização de motores elétricos no eixo dianteiro poderá trazer um elemento diferenciador e que possa atrair novas marcas. As marcas do grupo VAG (Porsche e Audi) estão familiarizadas com o uso desta configuração e tem motorizações que podem ser adaptadas à realidade atual da F1. Como os rumores da entrada na F1 por parte da Audi e da Porsche são cada vez mais fortes, o uso deste sistema poderia ser um chamariz para pelo menos uma delas. Provavelmente a Porsche!

A maioria dos construtores estão a desenvolver carros de tração integral com motores individuais para cada roda / eixo e é por muitos considerado o futuro do automóvel. Os LMP1 Híbridos já mostraram a eficiência deste sistema e a Porsche conseguiu extrair 400 cv dos motores eléctricos do eixo dianteiro, um número que dificilmente será atingido na F1, caso se opte por essa via, por restrições de peso e de acomodação da tecnologia. Mas a introdução deste sistema na F1 poderia fomentar o desenvolvimento e melhoria da tração integral. Não há modalidade como a F1 para ir além dos limites conhecidos. Lembram-se dos níveis de eficiência dos motores antes e depois de 2014?

O grande problema que se coloca nesta decisão é a questão central da F1 neste momento… os custos. Desenvolver um sistema deste género poderá ser dispendioso o que prejudicará logo as equipas mais pequenas e colocará em causa a premissa de uma F1 mais ‘barata’. Além disso, esta tecnologia poderá dar uma vantagem difícil de alcançar a médio prazo às equipas que consigam um sistema mais eficiente. Poderemos ter um caso semelhante ao das novas unidades motrizes que só agora começam a atingir níveis equiparados em todos os construtores, com a Mercedes a ter o domínio completo durante quatro anos. Repetir isso seria um golpe para as aspirações de uma F1 mais atrativa para novos públicos. É preciso ponderar muito bem que caminho seguir para que esta situação não se repita e ter uma F1 competitiva.

[soliloquy id=”336804″]

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
9 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
chicanalysis
6 anos atrás

Quando eu falei nisso aqui mesmo, há umas semanas atrás, levei na cabeça. O problema da F1 é que a maior parte dos adeptos parecem só defender a evolução desde que não se mude nada.Depois lamentam-se que a modalidade vai morrendo aos poucos.
Mesmo a opção híbrida já é uma estagnação pois as marcas já assumiram que se trata de um remendo (muito caro, por sinal)

nuz18t
nuz18t
Reply to  chicanalysis
6 anos atrás

Como é que a opcao híbrida é uma estagnacao, quere uma F1 electrica, com painels solares, kinetic e velas, ou uma F1 nuclear?

chicanalysis
Reply to  nuz18t
6 anos atrás

Aceito qualquer uma dessas soluções desde que os carros sejam os mais rápidos e evoluídos de todas as modalidades.

nuz18t
nuz18t
Reply to  chicanalysis
6 anos atrás

E sao, nos circuitos que a F1 corre e a actual duracao das corridas nenhuma modalidade é mais rápida que a F1.

chicanalysis
Reply to  nuz18t
6 anos atrás

Pois, e isso só acontece porque (ao contrário do que muita gente defendia)não ficaram agarrados aos V8. Evoluiram.

nuz18t
nuz18t
Reply to  chicanalysis
6 anos atrás

Eu nao sou contra a evolucao, mas te que se ver os pros e os contras, uns gostam outros nao, compensa ou nao compensa… e caso ainda nao tenha reparado nao ha baterias que aguentem um gp inteiro a debitar 600kw ou mais sem um motor de combustao, nao é a falta de tecnologia, sao mesmo as baterias que ainda nao sao capazes. E tambem o facto de que todo o mundo gira á volta do petrolio, exepto o planeta porque nao tem dono e ninguem lho pode cobrar gravidade, senao tambem o adaptavam a petrolio…

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
6 anos atrás

Já tinha sugerido esta ideia há 3 anos atrás.

chicanalysis
Reply to  Frenando_Afondo™
6 anos atrás

E sobreviveste ?

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
Reply to  chicanalysis
6 anos atrás

Ainda cá estou, por isso parece que sim. A menos que seja um white walker e não saiba.

últimas FÓRMULA 1
últimas Autosport
formula1
últimas Automais
formula1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado