Sondagem da Semana: A F1 deve ser apenas entretenimento ou também evolução tecnológica? – Resultados

Por a 16 Janeiro 2021 15:30

A discussão sobre os motores tem sido uma constante desde a introdução das unidades híbridas na F1. As unidades motrizes são autênticos hinos à tecnologia e à engenharia, mas retiraram um pouco de brilho ao espetáculo com um som menos estridente. Os custos de evolução e manutenção destes motores também têm sido fortemente criticados e a sua complexidade tem assustado novos construtores.

A F1 já tem a nova era preparada, com uma revisão completa do conceito aerodinâmico dos carros, mas falta agora olhar para os motores do futuro. Como serão os motores a partir de 2025? A F1 está decidida em caminhar pela estrada da sustentabilidade e em 2030 quer ser neutra em emissões de carbono e para isso os seus motores tem forçosamente de ter tecnologia que permita esse objetivo. No entanto há vontade de simplificar a unidade. Por outro lado os fãs suspiraram de saudades quando viram o R25 de Fernando Alonso a gritar pelo circuito de Abu Dhabi.

O desafio que lançamos esta semana é um já antigo. Deve a F1 dar primazia ao espetáculo, esquecendo a relevância técnica? Ou a F1, para ser o pináculo do automobilismo não pode deixar a evolução tecnológica? É possivel combinar entretenimento e evolução?

O resultado é claro e esmagador. 75.7% dos leitores que votaram acreditam que a evolução tecnológica tem de fazer parte da F1, algo que sempre pautou a competição. 24.3% acreditam que a F1 deve ser apenas entretenimento. Não deixa de ser curioso que neste tipo de tópico vemos sempre vários comentários a defender o regresso dos V10 e que a F1 deve ser apenas entretenimento. Nesta votação vemos uma tendência claramente oposta.

Desde a sua génese que a F1 se tornou no pináculo do automobilismo. O motivo é simples: o entusiasmo pelas velocidades estonteantes, a admiração pelos destemidos pilotos e claro, a admiração pela tecnologia. A história da F1 conta com pilotos, mas também com génios da engenharia cuja sede de vencer fez caminhar a tecnologia a um ritmo que a industria não conseguira, nem quereria acompanhar. Nomes como Colin Chapman, Gordon Murray, John Barnard, Patrick Head, Adrian Newey, entre outros, são incontornáveis na história da F1 pelo seu talento e capacidade de encontrar soluções onde outros viram apenas problemas.

O jogo do rato e do gato, as zonas cinzentas das regulamentações, a forma engenhosa como as equipas encontram performance, são um espetáculo dentro do próprio espetáculo. Certamente que é algo que não é apreciado por todos e qualquer fã prefere boas lutas em pista do que tramas técnicas, mas a F1 sem isso… deixa de ser F1.

O mundo vive um momento definidor, em que de uma vez por todas temos de aceitar que a forma como vivemos atualmente não é sustentável a médio prazo. É preciso fazer algo, mudar mentalidades, encontrar soluções. A F1 pode e deve ser esse veículo. Se em 5 anos duplicaram a eficiência do motor a combustão, algo que se pensava impossível, se em dois meses encontraram soluções para ajudar pessoas vítimas de COVID 19, do que serão capazes os engenheiros da F1 se lhes for proposto ajudar a salvar o planeta, usando como pano de fundo a competição automóvel? Não é impossível nem utópico pensar que a competição não pode dar à mão à inovação. A F1 com mais ou menos dificuldade sempre o fez e nesta fase deve fazê-lo de forma ainda mais vincada.

Vox Pop

Frenando_Afondo™ 

Gastar milhões apenas para entretenimento e retorno desse investimento apenas para efeitos de marketing parece-me muito pouco para uma “montra” como é a F1.

As equipas investem barbaridades na F1, por isso conseguirem retorno através da venda de novas tecnologias – tecnologias que podem ajudar a transição mais rapidamente para energias menos poluentes – parece-me algo muito mais positivo a longo prazo. Ganham em pista e fora dela.

Depois temos a questão de que a F1 é o pináculo do desporto motorizado, todas as equipas querem bater a seguinte através da utilização de tecnologias actuais refinadas ao máximo, para melhorar a sua eficiência. Como querem usar novas tecnologias, melhorá-las para conseguir extrair o máximo para bater o rival. Esta competição só vai ajudar a acelerar o desenvolvimento e refinamento de novas tecnologias e combustíveis. Por exemplo, fala-se agora (finalmente) de a F1 passar a usar combustíveis sintéticos o menos poluentes possível, algo que vai ajudar todas as indústrias que ainda não têm alternativas eléctricas viáveis a fazer uma transição e conseguir cumprir os requisitos de CO2 que vão sendo impostos pelos países.

Se a F1 quiser só ser um desporto de entretenimento não só vai perder a sua essência como passa a ser irrelevante, sendo mais uma modalidade que parou no tempo e não trás nada de relevante para a sociedade a longo prazo. A F1 é hoje em dia considerada importante por todas as tecnologias que já desenvolveu para a indústria no passado, se tirarmos isso, o que é a F1? Apenas mais uma modalidade no desporto motorizado. E os milhões que gastam todos os anos passam a parecer para lá de ridículos, passam a ser um desperdício de capital, apenas injectado para ter um retorno de marketing e nada mais.

jo22101626 

A Formula1 não é apenas o topo do desporto motorizado, mas também o topo de um dos setores mais importantes do mundo, que é o setor automóvel, sendo que a evolução num desporto com estas características não pode parar de evoluir. Como se diz parar é morrer e como tal a evolução tecnológica é das coisas mais importantes, até porque é isso que distingue este belo desporto dos demais, são centenas de pessoas a remar para o mesmo lado, um verdadeiro trabalho de equipa como não há igual no desporto. Claro que o espetáculo é apreciado, mas não pode ser exclusivamente isso. O facto de por exemplo os carros serem mais lentos nestas épocas que se seguirão é algo que não sou muito adepto

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2 Comentários
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Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
3 anos atrás

Se não houvesse evolução ainda víamos carros com motor a frente e sem asas. A evolução vai trazendo o entretenimento. Ninguém deixou de ver a f1 porque os híbridos fazem menos barulho. Quanto muito usam isso como desculpa. É como aqueles em Portugal que dizem que deixaram de ver a f1 porque sem o senna e o prost não tinha graça e nunca mais viram f1. Ainda hoje oiço isso muito. Mas a verdade é que deixaram de ver a f1 porque já havia os canais privados e já não eram obrigados e ver a f1 a hora do almoço.… Ler mais »

Não me chateies
Não me chateies
3 anos atrás

A fórmula 1 do futuro se seguir muito tecnológica deixa de ter interesse, porque o futuro da indústria automóvel não inclui condutores humanos, nem volantes e pedais. A F1 actual não é um desporto equitativo e não é desde os anos 50. A F1 pode ser entertenimento e continuar a ser um desporto monomarca com igualdade de oportunidades para os melhores pilotos. No atletismo houve evolução do calçado, se os atletas tivessem de usar calçado desenhado e projectado pelos clubes, alguns ainda estariam a correr com sapatos de cabedal.

Last edited 3 anos atrás by Não me chateies
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