MIM quer a F1, mas pode não ser o momento certo

Por a 3 Fevereiro 2023 10:17

A FIA abriu agora formalmente o processo de avaliação de candidatos a uma equipa de Fórmula 1 e a Monaco Increase Management, não coloca de parte a possibilidade de lançar uma candidatura, mas talvez possa equacionar outras possibilidades.

Desde 2019 que Salvatore Gandolfo, o homem por detrás do projecto, vem a apontar o desejo de entrar na categoria máxima do desporto automóvel.

O italiano é um gestor de carreiras de pilotos, tendo no seu portfolio nomes como Pascal Wehrlein e Alex Palou, actualmente piloto da McLaren.

Gandolfo juntou esforços com o falecido Adrian Campos para montar uma equipa de Fórmula 1 que operaria a partir das instalações da equipa de Fórmula 2 e Fórmula 3 do espanhol, com o intuito de ingressar na grelha de partida em 2021, ano em que, originalmente, deveria ser introduzido o novo regulamento técnico – que acabou por ser adiado por um ano devido à pandemia da COVID-19.

A morte de Campos no início de 2021 não esmoreceu a vontade do italiano, que continuou firme na sua vontade em ingressar no mundo dos Grandes Prémios, sendo essa uma forma de colocar na Fórmula 1 os pilotos da sua companhia – a Monaco Increase Management.

No entanto, Jean Todt e Stefano Domenicali nunca mostraram grande vontade em abrir a grelha de partida a mais equipas para lá das dez que competem desde 2016.

A situação ficou ainda mais dificil para alguns projectos quando entrou em vigor o actual Acordo da Concórdia que prevê o pagamento de duzentos milhões de euros por parte uma nova equipa às restantes como forma de compensar a diluição dos prémios monetários que estas recebem.

Esta foi uma medida que não foi bem acolhida por Gandolfo, que depois deu boas-vindas à possibilidade de a FOM poder ‘esquecer’ este fundo em determinadas situações.

Contudo, a chegada de Mohamed Ben Sulayem à presidência da FIA alterou significativamente a situação relativamente ao seu antecessor, Jean Todt, tendo no final do ano passado anunciado a abertura de um processo para avaliar candidatos a ter uma equipa na Fórmula 1, que foi aberto oficialmente no passado dia 2 de Fevereiro.

Apesar da boa vontade do líder da entidade federativa, o fundo de anti-diluição não será ‘esquecido’, uma vez que as equipas actuais não estão dispostas a perder dinheiro, estando até a pressionar a FIA e a FOM para que o valor suba de duzentos para seiscentos milhões de euros, o que poderá criar entraves a projectos que não estejam financeiramente sustentados.

Talvez por isso, a Monaco Increase Management é cuidadosa quanto à possibilidade de apresentar a sua candidatura, muito embora reafirme o seu interesse de ingressar na categoria máxima do desporto automóvel. “Nunca desistimos da ideia de entrar na Fórmula 1, mas isso deveria acontecer em razoáveis condições favoráveis. Como se pôde ver, enquanto o Jean Todt ‘reinou’, não abriram vagas. A situação poderá ter melhorado com Mohamed Ben Sulayem e estaremos atentos a todas as oportunidades, seja com o actual painel de equipas, seja fora deste”, afirmou ao ‘AutoSport’ um responsável da companhia sediada em Monte Carlo, Mónaco.

De acordo com estas palavras, neste momento, apesar do desejo de fazer parte da grelha de partida, os custos associados poderão ser demasiado altos para Salvatore Gandolfo, que terá de encontrar um investidor forte, de preferência uma grande marca de automóveis, ou pensar em comprar uma equipa, cujo valor nunca será inferior a seiscentos milhões de euros.

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