Lotus 56 Pratt & Whitney: Vulcânico e efémero

Por a 24 Abril 2020 19:00

Em 1968, Colin Chapman juntou-se a Andy Granatelli, criando ambos um dos carros mais espantosos que surgiram, primeiro nas Indy 500 e, mais tarde, na F1 – o Lotus 56. Siglado Mk 56, era um chassis desenhado de propósito para acolher uma turbina Pratt & Whitney, oriunda da indústria aeronáutica e utilizada especialmente em helicópteros. Além disso, usava pneus simétricos e possuía tração integral.

O carro nasceu para competir nas Indy 500, mas depressa se revelou tão difícil de conduzir, que os pilotos o alcunharam de… “vulcânico”. Na verdade, nos primeiros testes levados a cabo na oval, Mike Spence, o piloto inglês contratado para substituir Jim Clark, que tinha morrido num acidente de F2 em Hockenheim, um mês antes, não sobreviveu a um choque com o muro de Indianapolis. Tinha 32 anos. Apesar da tragédia, Chapman não desistiu e, na largada para a prova, duas semanas mais tarde, lá estavam três Lotus 56. Um, na pole position, tripulado por Joe Leonard; outro, a seu lado, com Graham Hill ao volante. Na 11ª posição, Art Pollard.

Mas os carros revelaram-se tão rápidos, como frágeis. Leonard estava na frente da prova, em luta com o Eagle de Bobby Unser quando, a nove voltas do fim, se rompeu uma peça da bomba de carburante da turbina, que custava um dólar e, no caso, custou o triunfo a Chapman. Os outros dois carros também desistiram. O Lotus 56 não voltou a correr, excetuando três anos mais tarde, quando surgiu, adaptado à F1, no GP da Holanda, pelas mãos de Dave Walker. Com tração total e turbina, poderia ter ganho na estreia, à chuva, se o jovem britânico não se tivesse despistado, sendo de imediato despedido por Chapman.

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can-am
can-am
3 anos atrás

Este monolugar inaugurou a forma em cunha que depois viria a ser adoptada na F1 pelo modelo 72 e posteriormente se tornaria universal até hoje. Mas meter uma turbina dum helicóptero num leve carro de corrida provou não resultar. A origem do fabuloso Lotus 72 está neste carro,que era rápido em recta,mas obviamente menos dos que tinham frentes envolventes, mas a forma em cunha gerava um apreciável apoio vertical. Depois vieram as asas à frente e atrás,os radiadores de lado, e o monolugar moderno estava inventado !

josemj
josemj
3 anos atrás

Uma reportagem interessante mas com um final cheio de erros. Dave Walker não era britânico, era australiano. Ele não esteve nem perto de vencer aquele GP da Holanda de 1971 na chuva, totalmente dominado por J. Ickx e sua Ferrari. Não ! Ele não foi demitido por Chapman na ocasião. Em 1971 os pilotos oficiais da Lotus eram E. Fittipaldi e R. Weisel. Ele participou apenas desta prova em 1971, porque só nesta ocasião a Lotus correu com um terceiro carro. Ele era apenas uma espécie de piloto reserva em treinamento. No ano seguinte, 1972 correu toda a temporada ao… Ler mais »

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