Joakim ‘Jo’ Bonnier: O gentleman voador


Joakim Bonnier nasceu numa pequena cidade sueca. Herdeiro do império editorial Bonniers Aktiebolag, não espanta que, muito jovem, se tenha tornado num “socialite” de fama internacional. Mudou-se para a Suíça, ainda antes desta ser moda. Também por isso, não espanta que desde cedo tenha sentido inclinação pelo desporto automóvel, onde na altura muitos dos jovens “play-boys” mundiais consumiam energia e dinheiro, na ânsia de darem nas vistas. Mas Jo Bonnier tinha mais qualidades que muitos deles. Começou a sua carreira pelos ralis e aperfeiçoou a pilotagem nas pistas de gelo. Muito rápido, conseguiu impressionar a Alfa Romeo, que lhe entregou uma concessão, da qual retirou um Disco Volante, para participar em provas para carros de “sport”.

E, como dinheiro era coisa que não lhe faltava, assim como entusiasmo, adquiriu um Maserati 250 F – então, o F1 mais competitivo e que estava na moda. Estreou-se aos 26 anos, em Monza, no Grande Prémio de Itália, desistindo com problemas de motor. Continuou com o Maserati no ano seguinte e, em 1958, conquistou os seus primeiros pontos no Mundial, ao terminar no 4º lugar o Grande Prémio de Marrocos, com um BRM. E foi neste carro que, no ano seguinte, conquistou aquela que viria a ser a sua única vitória, em 109 provas de F1 disputadas.

Aconteceu na difícil pista de Zandvoort, à beira-mar, na Holanda. Bonnier ainda continuou a pilotar carros de F1, mas sem veleidades de profissional, até 1971, ano em que esteve aos comandos de um McLaren. Mas foi nas provas de “sport” que “Jo” voou mesmo baixinho. O sabor da vitória conquistou-o na Targa Florio (1960 e 1963) e nas 12 Horas de Sebring (1962). Amante de Le Mans e da sua prova de resistência, onde participou por 13 vezes, foi na edição de 1972 que encontrou a morte, quando o seu Lola chocou com um Ferrari, voando e desintegrando-se no meio das árvores, na recta de Hunaudières.

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