GP Itália F1: Notas AutoSport (Parte I)

Por a 4 Setembro 2018 17:03

Chegou ao fim a ronda europeia da F1. A partir de agora as equipas do Grande Circo vão pegar nas bagagens e ir para o outro lado do mundo, num périplo que os levará à Ásia e às Américas, para as restantes sete provas do campeonato 2018, que ficará para a história como um dos mais entusiasmantes e recheado de surpresas, além de ser a única época em que todos os pilotos marcaram pontos. Em Monza o “mar vermelho”  dos Tifosi foi silenciado pela força da técnica e da estratégia germânica e Hamilton saiu mais líder do que alguma vez imaginou.

 

Mercedes – Provavelmente, a melhor vitória da época

O que tínhamos visto em Spa deixava no ar a impressão que em Monza a Mercedes iria sofrer ainda mais. Com a Ferrari muito forte e a jogar em casa, era pouco provável que a Scuderia deixasse escapar a oportunidade de reeditar uma vitória em Monza, algo que não acontece desde 2010. E o fim de semana começou a confirmar isso, com a Mercedes um degrau abaixo da Ferrari nos treinos e na qualificação. Mas no domingo tudo mudou. A Mercedes encontrou performance no carro, Lewis Hamilton fez uma exibição soberba e a estratégia foi gizada ao milímetro. Hamilton esteve fortíssimo soube atacar na altura certa e beneficiou do excelente trabalho de equipa dos engenheiros e do seu colega. Uma vitória inteiramente merecida quer pelo que fez em corrida, quer pela qualificação, em que conseguiu fazer sombra aos Ferrari. O homem está muito forte. Já Valtteri Bottas cumpriu escrupulosamente o seu papel de “wingman”. Sem andamento para os homens da frente, andou entretido com Verstappen e bloqueou Raikkonen o tempo necessário para deixar Hamilton chegar-se ao monolugar da Scuderia. Fez o que se esperava dele mas… para o potencial que mostrou no passado, deixa a desejar. A Mercedes esteve em grande, e a forma como os dois Mercedes fizeram a volta de honra em formação, foi um rude golpe na Ferrari. Mostraram mais uma vez que são fortíssimos, mesmo sem o melhor carro.

Lewis Hamilton: Nota 10

Valtteri Bottas: Nota 7

Mercedes: Nota 10

 

Ferrari:  O desperdício do costume, agora em casa

Era para ser um fim de semana de sonho, mas por pouco não foi um pesadelo. A Ferrari era claramente favorita, tinha o carro mais forte para a pista em questão, tinha o apoio de milhares de fãs. Era o fim de semana perfeito para lançar a ofensiva final ao título. Mas como a Ferrari costuma fazer ultimamente, desiludiu e deixou escapar uma oportunidade de ouro. O recorde batido por Raikkonen na qualificação serviu apenas para confirmar o andamento dos treinos que indicava uma Ferrari muito forte… talvez forte demais para a concorrência. Mas a pole de Kimi incomodou Vettel, que evitou polémicas em público, mas não escondeu o desagrado. Uma equipa que luta pelo título e quer um piloto campeão tem de dar pelo menos uma tentativa ao seu nº1 para fazer a pole, mais ainda quando a distância do segundo piloto é de mais de 80 pontos para o líder. Nas duas tentativas na Q2, Kimi saiu à frente. Segundo Vettel, é uma regra estabelecida… cada piloto vai alternando na frente da qualificação a cada corrida. Mas faria sentido contornar essa regra em Monza. Assim Vettel largou de segundo, mediu mal a sua defesa ao ataque de Hamilton e acabou no fim do pelotão. Mais um erro do alemão, que podia e devia ter medido melhor as consequências da manobra na segunda chicane. É o quarto erro em 2018 que custa muitos pontos. Raikkonen fez o que pôde com a estratégia dada. A Ferrari temeu o “undercut” e fez entrar o finlandês mais cedo que os  Mercedes. Abusou das borrachas nas primeiras voltas e pagou o preço no final. Levou a bandeira da Ferrari ao pódio, mas foi claramente uma tarde de desilusão. A Ferrari não poderá ser menos que perfeita se quiser destronar a Mercedes no que resta do campeonato.

Kimi Raikkonen: Nota 9

Sebastian Vettel: Nota 6

Ferrari: Nota 7

 

Red Bull: Atitude de Verstappen outra vez em causa

Podia ter sido mais uma tarde tranquila para Max Verstapen mas o holandês fez o costume… exagerou na defesa da sua posição e foi penalizado com isso. Queixou-se que a direcção de corrida não deixa os pilotos lutarem, mas pelo que temos visto em 2018 o critério está muito mais brando, no entanto não pode ser brando ao ponto de não penalizar o #33. Tem um talento enorme, mas se continuar com esta atitude, a Red Bull vai ter dias complicados. Um nº1 não pode fazer o que ele fez. Quanto a Ricciardo um problema na embraiagem levou a mais uma desistência, segunda consecutiva e quarta nas últimas seis provas. Está numa maré de azar tremenda e assim é difícil colocar em pista toda a sua qualidade.

 

Max Verstappen: Nota 7

Daniel Ricciardo: Nota 6

Red Bull: Nota 7

 

Force India: Mais uma excelente prova

Em duas corridas passaram de zero pontos para 32, estando à frente da Toro Rosso, Sauber e Williams. A McLaren está apenas a 20 pontos de distância, o que não é muito dada a forma recente da equipa. Pérez teve uma qualificação para esquecer, mas conseguiu subir várias posições e acabou em sétimo, logo atrás de Ocon que esteve muito bem na qualificação e em corrida não desiludiu também (será criminoso se não estiver na F1 em 2019). Ocon tentou passar Grosjean, mas apenas uma desclassificação do francês (fundo plano irregular depois de uma queixa da Renault) fez o que ele não conseguiu fazer durante toda  a prova. Já Pérez teve um encontro com Magnussen que acabou como seria de esperar… com peças a voar e alguma irritação, mas conseguiu chegar aos pontos, um prémio merecido. Foi uma excelente tarde para a Force India que mostrou mais uma vez estar em forma, após os tumultos do verão.

Esteban Ocon; Nota 8

Sergio Pérez: Nota 8

Force India: Nota 8

 

Renault: Mais uma desilusão

Começam a acumular más provas e o protesto contra a Haas  e o fundo plano ilegal vem numa altura em que a equipa americana está a morder os calcanhares dos franceses. Hulkenberg cumpriu o castigo de Spa mas não conseguiu chegar aos pontos e Sainz acabou 8º com a penalização de Grosjean. A Renault mostrou estar longe da Force India e Haas, muito por culpa do motor também e tem de fazer muito melhor se quiserem manter o quarto posto, que agora está em risco.

Carlos Sainz: Nota 7

Nico Hulkenberg; Nota 6

Renault; Nota 6

 

(Continua)

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