GP Itália F1, Max Verstappen desfaz sonho dos ‘tifosi’

Por a 4 Setembro 2023 16:45

A Ferrari fez sonhar em Monza, mas a razão foi mais forte e Max Verstappen liderou a dobradinha da Red Bull no Grande Prémio de Itália, conquistando a sua décima vitória consecutiva, décima segunda da temporada, um novo recorde.

‘Il Tiempo della Velocità’ é um circuito único no calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, com apenas seis verdadeiras curvas separadas por longa rectas, privilegiando a velocidade de ponta, o comportamento nas curvas de baixa e tracção.

Tem apenas quatro curvas de média velocidade, as duas de Lesmo, a Variante Ascari e a Parabólica, o que esbatia a superioridade do Red Bull RB19 face ao Ferrari SF-23.

Para além disso, a ‘Scuderia’ levou para ‘o seu Grande Prémio’ um pacote aerodinâmico de baixo arrasto, colocando todos os seus trunfos num bom resultado e tentando contrariar o ascendente da formação de bandeira austríaca.

Desde a primeira sessão de treinos-livres que era evidente que a Ferrari estava mais competitiva em Monza que em Zandvoort, tendo por base da sua performance a sua superior velocidade de ponta, apenas inferior à da Williams, aliada a um bom comportamento nas curvas de baixa velocidade.

Por seu lado, a Red Bull tinha um pacote de maior apoio aerodinâmico, logo mais arrasto, perdendo para os carros de Maranello nas retas, mas recuperando tempo no complexo de Lesmo, Variante Ascari e Parabólica Alboreto.

A forma como ambos os carros geravam o seu tempo por volta era bastante diferente, mas na linha de meta a diferença era quase imperceptível e desde a segunda sessão de treinos-livres que Carlos Sainz se assumia como o mais rápido em pista, lançando a sua candidatura à pole-position para o Grande Prémio de Itália deste ano.

Com o Autodromo Nazionale Monza repleto de ‘tifosi’, os dois pilotos da Ferrari lutaram pela melhor posição da grelha de partida, acabando o espanhol por ser o mais forte, ao bater Verstappen por 0,013s ao passo que Charles Leclerc, depois de ter escolhido um caminho de afinação mecânica errado na sexta-feira, chegava a terceiro a 0,067s do seu colega de equipa, tendo adoptado o set-up deste.

Sergio Pérez bateu na segunda sessão de treinos-livres, na Parabólica, e na terceira falhou a parte final devido a uma fuga de óleo na unidade de potência Honda do seu monolugar, obrigando a Red Bull a montar um V6 turbohíbrido já com alguns quilómetros e menos performante.

Nestas condições, o mexicano não ia além de quinto e Verstappen parecia exposto aos dois pilotos da Ferrari.

Em Monza o DRS não é tão potente como em outros circuitos – a asas traseiras são tão pequenas que quando é activado o sistema de redução de arrasto a diferença é muito ligeira – o que poderia deixar Verstappen em dificuldades para ultrapassar Sainz, caso este mantivesse o comando no arranque.

Para além disso, o neerlandês poderia ainda estar exposto a Leclerc, que alinhava no lado limpo da pista.

Do lado da Red Bull estava a facilidade do RB19 Honda em gerir os pneus, maximizada pelo facto de ter maior apoio aerodinâmico relativamente ao Ferrari SF-23 na sua configuração para Monza.

Este era o cenário para a corrida de cinquenta e uma voltas do domingo passado e muito embora houvesse no ar o desejo de se poder ver a Ferrari bater a Red Bull, racionalmente esperava-se que, mais tarde ou mais cedo, Max Verstappen impusesse a sua lei.

Depois do arranque ter sido atrasado em mais de vinte e cinco minutos devido à paragem em pista de Yuki Tsunoda, que teve problemas na unidade de potência do seu AlphaTauri, a corrida teve o seu início, tendo Carlos Sainz concretizado a sua pole-position na liderança, seguido por Verstappen e Leclerc, ao passo que Pérez não conseguia suplantar George Russell, mantendo-se no encalço do Mercedes.

Nas primeiras voltas o espanhol conseguia manter a liderança, apesar do bicampeão mundial rodar na sua traseira, percebendo que os pneus traseiros do Ferrari mostravam desde cedo um desgaste superior ao do seu Red Bull, o que foi confirmado por Giampiero Lambiase na décima volta.

Era uma questão de tempo até que Verstappen ascendesse ao comando para desapontamento do mar de ‘tifosi’.

No início da décima quinta volta, Sainz, pressionado pelo seu perseguidor, queimava a travagem para a primeira chicane, o que o impediu de acelerar rapidamente para a recta seguinte.

Verstappen não precisava de mais nenhum convite colocou o seu carro do lado esquerdo do Ferrari, o que o deixou em vantagem para a travagem para Variante della Roggia, consumando a ultrapassagem para a liderança.

O Bicampeão Mundial esmagava assim o sonho dos ‘tifosi’, caminhando decisivamente para o seu décimo triunfo consecutivo sem ameaças, estampando uma vez mais o domínio que está a exercer este ano, o que o deixa a poucos passos do seu terceiro título mundial.

Os pilotos da Ferrari teriam ainda que se vergar perante Pérez que, mesmo com uma unidade de potência menos performante, conseguia ascender a segundo, ao ultrapassar Sainz a cinco voltas da bandeira de xadrez.

No final o espanhol terminava em terceiro, apesar dos ataques do seu colega de equipa, tendo Leclerc ficado em quarto, naquele que foi o melhor resultado da ‘Scuderia’ este ano.

A Ferrari saiu de Monza derrotada, mas tinha feito sonhar os ‘tifosi’ e os adeptos da Fórmula 1 no geral, tendo tentado tudo para que pudesse ultrapassar a impossibilidade de bater Max Verstappen e a Red Bull e isso é o que se espera de todas equipas – que tentem a sua sorte e o impossível.

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