GP Grã-Bretanha F1/2º pelotão: Agilidade estratégica dá superioridade a Alonso

Por a 4 Julho 2022 17:08

Fernando Alonso ganhou a corrida do Segundo Pelotão no Grande Prémio da Grã-Bretanha, uma prova em que a Mercedes deu um salto competitivo e em que o espanhol foi o protagonista juntamente com Lando Norris.

Silverstone foi o palco escolhido pela generalidade das equipas para apresentarem novos componentes aerodinâmicos para os seus monolugares, apenas a Alpha Tauri se apresentou em Inglaterra com um carro igual ao que tinha em Montreal, o que poderia alterar o equilíbrio de forças que se tem vivido atrás das duas equipas que discutem os títulos este ano.

As condições climatéricas instáveis que se viveram no circuito britânico não ajudaram as equipas a descobrir os seus novos pacotes aerodinâmicos, com a chuva a fazer-se sentir na primeira sessão de treinos-livres e na qualificação, mas a primeira conclusão que se pôde alcançar foi de que a Mercedes tinha dado um passo em frente quanto à competitividade do W13, dando um salto do Segundo Pelotão para a luta com a Ferrari e a Red Bull, pelo menos, em Silverstone.

Com a Alfa Romeo a sentir algumas dificuldades em tirar o máximo proveito do seu monolugar, Valtteri Bottas não passou à Q3 por ter realizado a sua melhor volta no momento errado, foi a Alpine e a McLaren que assumiram o protagonismo na luta pela primazia no Segundo Pelotão.

Com a qualificação a disputar-se com a pista molhada, Fernando Alonso poderia ser uma ameaça às equipas da frente, como aconteceu no Canadá, mas com a pista a secar progressivamente, o espanhol realizou a sua volta demasiado cedo, acabando por ficar na 6ª posição e batido por Lando Norris.

Guanyu Zhou e Nicholas Latifi a acompanharam estes dois pilotos na ascensão à Q3, para além dos homens das três equipas mais fortes, mas não se esperava que se imiscuíssem no duelo entre o inglês e o espanhol ao longo das cinquenta e duas voltas previstas para o Grande Prémio da Grã-Bretanha.

A corrida representava uma grande incógnita para as equipas, dado terem realizado apenas duas sessões de treinos com a pista seca, sendo possível realizar a prova com uma ou duas paragens nas boxes, dado que o pneu dianteiro esquerdo, muito solicitado pelas curvas de alta de Silverstone, poderia ser um problema.

No arranque, com a pista seca, Fernando Alonso foi melhor que Lando Norris, chegando mesmo a digladiar-se com Sérgio Pérez, mas a corrida seria imediatamente interrompida devido ao incidente que se verificou no meio do pelotão.

Com George Russell, Pierre Gasly e Guanyu Zhou a baterem-se pelo mesmo espaço, o Alfa Romeo levantou voo e foi bater nas redes do fundo da escapatória da Curva 1 capotado, imobilizando-se o chinês entre os pneus de proteção e as redes.

Mais atrás, com a confusão instalada, Alex Albon entrou em pião, devido um toque ligeiro de Sebastian Vettel, embatendo violentamente no muro que delimita as boxes da pista, colhendo Esteban Ocon e Yuki Tsunoda, tendo estes dois seguido para as boxes para reparações, conseguindo continuar em prova.

Com dificuldades em retirar o piloto da formação de Hinwil do seu monolugar e com muitos carros parados em pista, o Mercedes, o Alfa Romeo e o Williams, foram mostradas bandeiras vermelhas.

A corrida seria retomada com base na grelha de partida formada pela qualificação sem os pilotos que abandonaram e então Norris arrancou melhor, superiorizando-se, inclusivamente, a Lewis Hamilton, ao passo que Alonso perdia um lugar para Pierre Gasly.

Porém, o Alpha Tauri não tinha andamento para o Alpine e, na 5ª volta o espanhol suplantava o francês, lançando-se na perseguição ao inglês da McLaren que, contudo, tinha ainda Hamilton no seu escape.

Então, Alonso estava a 2,5s de Norris e chegou a estar a menos de 1,5s do inglês, que, entretanto, fora ultrapassado pelo seu conterrâneo, mas até às trocas de pneus a distância entre ambos voltou a estender-se até aos 2s, o que dificultava o ‘undercut’, uma vez que, com a pista fria, os pneus duros, escolhidos pela generalidade dos pilotos para terminar a prova, tinham dificuldades em chegar à temperatura correta de funcionamento.

Ainda assim, o veterano da Alpine tentou surpreender o seu adversário, ao parar na 33ª volta, mas com este responder na seguinte, tudo ficou na mesma, não parecendo que Alonso pudesse suplantar Norris.

No entanto, tudo mudaria na 37ª volta, quando Esteban Ocon parou na antiga reta da meta, precipitando o aparecimento do Safety-Car.

A possibilidade de montar pneus macios com um baixo custo apresentava-se a todos os pilotos, mas a McLaren demorou mais de 65s a tomar uma decisão desde que o Aston Martin conduzido por Bernd Maylander entrou em pista, o que acabou por ser demasiado tarde para Norris, que quando foi chamado às boxes, já tinha passado a entrada para o “pit-lane”.

Alonso não falhou a oportunidade e quando o inglês passou pelas boxes uma volta depois, subiu ao 5º lugar da geral e à liderança do Segundo Pelotão.

A prova voltou a bandeira verde a 10 voltas do fim e o piloto da Alpine não deu qualquer veleidade ao seu perseguidor, impondo-se sem problemas na linha de meta.

Com um andamento muito semelhante entre os dois pilotos, foi a agilidade estratégica da Alpine e de Alonso que levou de vencida a McLaren e Norris.

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