GP do México F1: O que está a prejudicar a Red Bull e favorecer a McLaren? Talvez o arrefecimento
Depois de uma série imparável de quatro vitórias em cinco corridas, a Red Bull não apresentou a competitividade das últimas corridas no México, especialmente na qualificação, onde Max Verstappen nunca foi uma verdadeira ameaça a Lando Norris. Andrea Stella, diretor da McLaren, considerou que a queda de rendimento da Red Bull na qualificação para o Grande Prémio da Cidade do México não traduz uma tendência, mas sim um episódio isolado.
Segundo Stella, o desempenho do MCL39 foi beneficiado pelo investimento realizado no sistema de refrigeração do carro, permitindo manter eficiência aerodinâmica sem compromissos significativos. Contudo, Stella sublinhou que o México não é uma pista representativa para avaliar o equilíbrio de forças, dado que o compromisso entre arrefecimento e carga aerodinâmica pode alterar decisivamente o rendimento.
We’re halfway through FP1 ⏱️
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— Oracle Red Bull Racing (@redbullracing) October 24, 2025
McLaren cautelosa
Com quatro corridas ainda por disputar — incluindo duas sprint — Stella mantém-se prudente, reconhecendo que Verstappen continua em plena luta pelo título e que a McLaren terá de manter a consistência para defender as posições de Norris e Piastri.
“Este é um circuito em que a qualidade do sistema de arrefecimento é importante, porque se for necessário comprometer a aerodinâmica para obter arrefecimento suficiente, a perda de eficiência aerodinâmica pode ser significativa”, disse à imprensa. “Portanto, o México não é um lugar para julgar um automóvel, porque pode haver uma implicação no arrefecimento que pode determinar significativamente o desempenho.”
“Certamente, deste ponto de vista, vemos o retorno do investimento que fizemos no carro de 2025, no próprio sistema de refrigeração, na engenharia e na tecnologia”, acrescentou. “Vamos ver o que a Red Bull vai fazer [na corrida]. Tenho a certeza que, mesmo que a Red Bull não seja o carro mais rápido nesta corrida, serão muito rápidos para o resto da temporada. Portanto, eles estão na disputa, e precisamos de nos concentrar em nós próprios e garantir que somos mais rápidos do que eles.”
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— McLaren (@McLarenF1) October 25, 2025
O que provoca os problemas de arrefecimento?
A cidade do México está a 2.240 m de altitude, o que implica um ar muito mais rarefeito do que se estivesse ao nível do mar. Para os carros de F1, maravilhas da engenharia, esta mudança é drástica. Com 20% a 23% menos e oxigénio, os carros são equipados com as asas típicas de circuitos de elevada carga aerodinâmica como Mónaco, mas apresentam valores de apoio aerodinâmico semelhantes aos de Monza, onde são usadas asas muito mais pequenas. A menor densidade diminui assim o arrasto (daí o DRS e o cone de aspiração não serem tão eficientes), a carga aerodinâmica e a capacidade de arrefecimento do ar.
É normal vermos equipas com dificuldades em arrefecer travões no Autódromo Hermanos Rodriguez e essa dificuldade reflete-se nas unidades motrizes. Como o ar é menos denso, tem menos capacidade para arrefecer os componentes dos monolugares e obriga as equipas a aumentarem as “guelras” colocadas na carroçaria para promover maior fluxo de ar e arrefecimento.
A Ferrari, uma das equipas que mais teve de “abrir” a tampa do motor para arrefecer a unidade motriz, mostra bem a necessidade de arrefecimento nesta pista. Basta comparar a configuração do carro em Singapura (à esquerda), uma pista já exigente com as temperaturas, e a do México, com aberturas bem mais acentuadas.


Comparemos agora a tampa de motor da Red Bull também em Singapura (à esquerda) e no México (à direita):


No caso da McLaren, as aberturas são bem menos pronunciadas, quer no caso de Singapura (esquerda), quer no caso do México (direita):


Assim, a McLaren leva vantagem na gestão térmica da sua unidade motriz e não compromete tanto a sua eficiência aerodinâmica. A gestão térmica dos pneus parece ser também fulcral nesta pista, que tem registado temperaturas do asfalto acima dos 45 ºC.
A corrida pode dar-nos um cenário diferente, mas depois da McLaren ter encontrado um bom equilíbrio no carro de Lando Norris, a teoria diz que o monolugar #4 tem boas probabilidades de se destacar. Mais ainda com os stints longos feitos no TL2, que mostraram tempos por volta muito competitivos e regulares. Mas a corrida pode contar uma história diferente.
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