GP do México de F1: Ricciardo aproveita problemas de Alonso no 2º pelotão

Por a 31 Outubro 2022 15:31

No Grande Prémio do México, uma vez mais, a Alpine parecia estar a caminhar para um triunfo no Segundo Pelotão, mas problemas técnicos nos dois carros, terminais no caso de Fernando Alonso, abriram a porta para o triunfo de Daniel Ricciardo.

O Autódromo Hermanos Rodríguez tem a particularidade de estar localizado a alta altitude, 2200 metros, o que pode provocar algumas alterações no equilíbrio de forças do plantel, mas talvez ninguém esperasse que, na qualificação, fosse Valtteri Bottas a impor o seu Alfa Romeo na luta pela primazia atrás das três grandes.

A performance do finlandês foi de tal ordem, que conseguiu colocar-se no sexto posto da grelha de partida entre os dois pilotos da Ferrari, que estavam em dificuldades no traçado mexicano.

Atrás de Bottas estavam os protagonistas habituais do Segundo Pelotão – Lando Norris, que bateu Fernando Alonso, tendo este voltado a impor-se ao seu colega de equipa. Daniel Ricciardo não passava à Q3, por pouco, arrancando de décimo primeiro, o que o deixava com possibilidades de ser um contendor na luta pela primazia atrás dos seis pilotos das equipas da frente.

Com uma longa recta até à primeira travagem, nem sempre é uma vantagem arrancar à frente no Autódromo Hermanos Rodríguez e Valtteri Bottas não conseguiu manter a sua posição, mais porque foi demasiado conservador na abordagem à primeira curva, sendo batido pelo oportunista Fernando Alonso, que já suplantara Lando Norris em aceleração.

Ao longo das primeiras dez voltas, o piloto da Alfa Romeo seguiu de perto o seu adversário da Alpine, mas daí para a frente foi perdendo ligeiramente o contacto.

Daniel Ricciardo, por seu lado, também não realizou um bom arranque, perdendo posições para Yuki Tsunoda e Guanyu Zhou.

A maioria dos pilotos do Segundo Pelotão arrancavam com pneus médios, e os homens da McLaren e da Alpine e Bottas não eram exceção.

Alonso, que realizou a sua paragem apenas na 40ª volta, com a pista livre à sua frente, abria uma vantagem confortável para o piloto da Alfa Romeo, que se cifrava em mais de quatro segundos, ao passo que a sua vantagem para o australiano da McLaren era de mais de dezoito segundos.

Tudo parecia encaminhar-se para mais uma performance notável da parte do bicampeão mundial de Fórmula 1.

Ricciardo estava num processo de gestão dos seus pneus médios, estendendo ao máximo o seu ‘stint’ com o intuito de montar borrachas macias, ao passo que a generalidade dos restantes pilotos trocava os pneumáticos marcados a amarelo por a branco.

Quando as passagens pelas boxes estavam concluídas, Alonso seguia na liderança do Segundo Pelotão, em sétimo, seguido por Esteban Ocon, Bottas, Zhou, que ainda não tinha parado, Norris, Tsunoda, que ainda não tinha trocado de pneus, e Ricciardo, que era apenas décimo terceiro a dezoito segundos do espanhol.

O francês da Alpine, que parara bastante antes do seu colega de equipa, não tinha andamento para Alonso, também porque era apoquentado por problemas de sobreaquecimento, e nem o finlandês da Alfa Romeo ou o inglês da McLaren pareciam constituir ameaças ao domínio do bicampeão mundial de Fórmula 1.

No entanto, a partir da 53ª volta, o V6 turbo híbrido gaulês de Alonso passou a funcionar apenas em cinco cilindros, o que o obrigava a perder mais de dois segundos por volta.

Uma vez mais, pela sexta vez este ano, o espanhol via a sua corrida comprometida por problemas técnicos, deitando por terra a possibilidade de conseguir um resultado de relevo.

O piloto da Alpine foi sendo ultrapassado até que na 66ª volta o motor do seu carro cedia em plena recta da meta, atirando-o para mais um abandono e precipitando uma situação breve de Safety-Car Virtual para recuperar o monolugar azul.

Ocon ficava no comando do Segundo Pelotão, mas, entretanto, Ricciardo já tinha iniciado a sua recuperação imparável, catalisada por os pneus macios que montara na sua passagem pelas boxes.

Com um desgaste inferior ao esperado, as borrachas marcadas a vermelho poderiam chegar à bandeira de xadrez, o que conferia uma vantagem evidente ao australiano da McLaren.

Ricciardo estava determinado e nem um difícil Tsunoda o iria atrasar, tendo forçado uma ultrapassagem que mandou o japonês para o abandono e garantiu ao recruta da equipa de Woking uma penalização de dez segundos.

Para ganhar uma posição, Ricciardo teria de ultrapassar o seu adversário e, depois, ganhar-lhe dez segundos, o que poderia ser um entrave à sua progressão real.

Porém, a vitalidade dos pneus macios mostrou que esta era a estratégia correcta e ninguém conseguiu suster o australiano.

No final, este ultrapassava, Norris, Bottas e Ocon, terminando com mais de doze segundos para o francês da Alpine, assegurando o sétimo lugar e o triunfo entre os protagonistas do Segundo Pelotão.

Pela primeira vez este ano, Ricciardo parecia o piloto a que estávamos habituados antes do seu ingresso na McLaren, mostrando-se, rápido e agressivo, que sempre foi a sua assinatura em pista.

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