GP do Japão F1: O (confuso) filme da corrida

Por a 9 Outubro 2022 09:51

Já sabíamos que por vezes, do Japão, surgem coisas estranhas, mas a atribuição do título 2022 de F1 terá sido das mais estranhas da história. Max Verstappen venceu a corrida e quando cruzou a linha de meta, não era campeão, mas uma penalização (e uma parte do regulamento que não era tida em conta), após a corrida mudou as contas e Verstappen acabou por se sagrar campeão.

O filme da corrida

Um manto de nuvens cobria a pista de Suzuka na hora do arranque da corrida, com a pista a apresentar-se muito molhada. Fantasmas do passado eram relembrados com estas condições, mas a F1 deu luz verde à corrida, com a visibilidade a ser quase nula. 

Max Verstappen e Charles Leclerc digladiaram-se nos primeiros metros da corrida, com os dois em luta acessa na primeira curva, com Verstappen a levar a melhor sobre Leclerc. Mas o caos instalou-se com vários incidentes. Sebastian Vettel não conseguiu evitar um toque na entrada da primeira curva e acabou na caixa de gravilha, regressando à pista, mas pouco depois, Carlos Sainz perdeu o controlo do seu carro e embateu contra as proteções de pista, acabando ali com a sua corrida. Também Pierre Gasly apanhou um susto grande e após danificar a asa dianteira no arranque (um painel foi atirado para a pista no incidente de Sainz, e o piloto francês colheu o painel), mas passou perto de um trator que estava em pista para recuperar o carro de Sainz, o que nos trouxe à memória imagens sombrias e motivou um ataque de nervos do piloto francês. Zhou Guanyu também fez um pião e Alexander Albon desistiu com um problema no Williams na mesma zona onde bateu Sainz.

Os pilotos regressaram às boxes, isto com três voltas cumpridas e esperaram que a pista fosse limpa e as condições melhorassem ligeiramente. O procedimento de arranque foi recomeçado passado largos minutos, mas foi novamente suspenso, com as condições da pista ainda a não reunirem as melhores condições, depois dos sustos da primeira volta. 

A espera foi longa e entediante, mas quando faltavam 60 minutos para o fim do evento (que pode ter apenas 3 horas) a direção de corrida lançou o aviso de que faltavam 10 minutos para o recomeço da prova, que já dificilmente chegaria a 50% das voltas programadas cumpridas. 

Os carros regressaram à pista e foram dando voltas atrás do Safety Car, que desligou as luzes a 43 minutos do final imposto, com seis voltas já cumpridas. O recomeço da prova deu-se sem problemas, com Verstappen a afastar-se de Leclerc. Sebastian Vettel foi o primeiro a parar para colocar pneus intermédios. O spray levantado pelos pneus era intenso ainda, mas as condições de pista era aceitáveis. Lando Norris parou na volta seguinte, tal como Valtteri Bottas, numa altura em que Hamilton dizia que as condições de pista ainda exigiam pneus de chuva. 

Verstappen, Leclerc e Pérez entraram para as boxes para colocar pneus intermédios, e a Red Bull fez um trabalho excelente, com uma paragem dupla. Do pelotão, Fernando Alonso, Daniel Ricciardo e Mick Schumacher ficaram em pista com pneus de chuva, à pesca de um Safety Car, mas Alonso parou uma volta depois, numa altura em que Verstappen passou Mick Schumacher. Os tempos por volta iam caindo cada vez mais. Schumacher ia perdendo posições sem possibilidade de se defender, sendo o único em pista com pneus de chuva, acabando por parar pouco depois.

Na frente da prova, Verstappen ia cavando o fosso para Leclerc, com Pérez já longe do monegasco. A primeira luta interessante era entre Esteban Ocon e Lewis Hamilton, pelo quarto posto, com o britânico a perseguir o piloto da Alpine. 

Um pouco mais atrás, George Russell ia galgando posições (com excelentes manobras), enquanto Leclerc questionava se a paragem fazia sentido, começando a perder performance nos seus pneus que se desgastavam muito nesta fase.

Ocon mantinha a defesa aos ataques de Hamilton e logo atrás, Sebastian Vettel defendia-se de Fernando Alonso. A questão que se colocava a pouco menos de 15 minutos do fim, era se os intermédios iriam aguentar até ao fim, com vários pilotos a questionarem a validade de uma nova paragem. Alguns pararam mesmo mas nos lugares da frente não se via grande vontade de o fazer, pois a posição em pista era valiosa. 

Quando faltavam oito minutos, Alonso entrou para as boxes, para voltas finais de faca nos dentes. Regressou em décimo, como Lando Norris, Nicholas Latifi, George Russell, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Esteban Ocon, Sergio Pérez, Charles Leclerc e Max Verstappen. 

Pérez começou a “apertar” com Leclerc nas últimas voltas, com o monegasco sem pneus para aguentar o impeto do mexicano. O relógio chegou ao fim e a vantagem de Verstappen era de 25 segundos sobre Leclerc, que segurava o segundo posto dos ataques de Pérez. Leclerc defendeu-se com valentia e agarrou-se ao segundo lugar com unhas e dentes, mas na última volta, na entrada da última chicane, falhou a entrada e foi fora de pista. Regressou à pista numa manobra passível de ser penalizada.

Verstappen foi o grande vencedor, e estava preparado para fazer a festa do título apenas em Austin, mas uma parte esquecida do regulamento diz que se dão a totalidade de pontos a uma corrida que chega ao fim, enquanto todos faziam contas a pontos parciais por ter sido apenas cumprida pouco mais de 50% das voltas programadas. Para surpresa geral, foi feita a festa do título e Max Verstappen festejou o bicampeonato, com Sergio Pérez a assumir o segundo posto depois de uma penalização de 5 segundo a Leclerc, que baixou para terceiro.

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