GP do Bahrein F1 2005: a corrida mais ‘quente’ da história da F1

Por a 4 Fevereiro 2024 11:07

No GP do Qatar de F1 do ano passado os pilotos de Fórmula 1 tiveram problemas com o calor, e este ano até há regras para o evitar, mas sabe qual foi a corrida mais ‘quente’ da história da F1? Foi o GP do Bahrein de 2005…

Ao longo dos 75 anos da F1, foram muitas as corridas assoladas por muito calor, mas houve uma que se destacou. O GP da Argentina de janeiro de 1955 foi o primeiro a chegar aos 40 graus à sombra, a corrida de Reims 1959, em França, também chegou à marca dos 40 graus, até a superfície da pista começou a derreter, a F1 foi a Dallas, e em julho de 1984, a pista começou a desintegrar-se com temperaturas do ar de cerca de 40 graus. Imagine-se no asfalto: 66 graus.

Durante anos, o GP da Malásia celebrizou-se como o “Grande Prémio mais quente do ano”, mas ali a elevada humidade distorceu a impressão. Singapura é considerada pelo menos tão cansativa, apesar de as corridas se realizarem à noite. Mas o recorde é do Bahrain 2005: 42.5º. Fernando Alonso venceu com o Renault, com uma temperatura de 56 graus na pista. Foi a segunda vitória consecutiva de Alonso, em 2005, e também a primeira vez que Tiago Monteiro terminou no top 10 na Fórmula 1.

Depois do domínio vermelho, até 2004, a Fórmula 1 passou a viver o seu período azul e amarelo. Por outras palavras, depois da Ferrari ter dominado os acontecimentos nos últimos anos, era a vez da

Renault ser a equipa mais forte, com os seus pilotos a dividirem as vitórias nas primeiras três corridas da temporada.

No Bahrain, sob um calor sufocante, Fernando Alonso manteve a cabeça fria, controlou a fogosidade de Michael Schumacher nas primeiras 12 voltas da corrida e, depois do abandono do alemão, limitou-se a controlar o andamento de Trulli, ganhando-lhe tempo nos momentos cruciais da prova, antes dos dois reabastecimentos, para não correr quaisquer riscos.

Foi também a primeira de Monteiro no top 10. Tiago Monteiro conseguiu pela primeira vez terminar um GP entre os primeiros, no final daquela que definiu como «a corrida mais difícil da minha vida.» Na base destas dificuldades estiveram os pneus da Bridgestone, que não suportaram bem a distância e obrigaram o piloto português a um enorme esforço para ficar na pista na fase final da prova:

«As últimas 20 voltas foram muito complicadas, pois os pneus traseiros já não tinham qualquer aderência e apesar de eu ter acertado o controlo de tracção quase para o limite da sua utilização, o problema manteve-se, ao ponto de ter terminado a corrida com os braços muito doridos, tantas as correcções que tive de fazer nas últimas voltas.» Isso acabou por tornar um pouco frustrante uma corrida em que o resultado acabou por satisfazer o piloto da Jordan: «Estou contente por ter terminado o meu terceiro GP, e este resultado é encorajador para a equipa, sobretudo depois do Narain ter abandonado tão cedo. Nas últimas voltas estava a pedir mais abandonos, pois os lugares pontuáveis não estavam assim tão longe, mas o décimo lugar já é bom, sobretudo por se ter tratado duma corrida difícil. Como tive de voltar a colocar o controlo de tracção perto do limite máximo isso fez com que não tivesse aceleração nenhuma nas últimas 20 voltas e quando os pilotos da frente me dobravam eu nem perdia muito nas travagens, mas em aceleração era muito frustrante vê-los ir embora.” De negativo, a nível pessoal, apenas o facto de «ter seguido em frente na primeira curva à 11ª volta, para não fazer pião, o que permitiu ao Friesacher ultrapassar-me. E a primeira volta podia ter sido melhor se o Albers não estivesse com espírito suicida, pois ia-me levando em frente na primeira curva, fazendo-me perder três lugares.»

Para Monteiro o outro aspecto positivo foi o de ter mostrado que pode bater o indiano Karthikeyan em qualificação: «O primeiro dia de treinos não foi muito bom, porque tinha um novo engenheiro para a electrónica e a comunicação não foi perfeita. Acabei por utilizar os acertos de electrónica do meu companheiro de equipa no Sábado, o que melhorou bastante a situação. Mesmo assim fui muito cauteloso a aquecer os pneus e paguei o preço com uma grande perda de tempo para o Narain.» No domingo a situação alterou-se e depois duma volta de muito bom nível o português bateu Karthikeyan, qualificando-se na 16ª posição da grelha: «Podia ter feito melhor, sem um pequeno erro na primeira curva. Desta vez foi o Narain que errou mais e ficou atrás de mim, mas o mais encorajante foi ver que a distância para os Sauber foi bem menor do que na Malásia.»

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