GP do Azerbaijão F1: C6 regressa a Baku

Por a 17 Setembro 2025 00:01

A temporada de Fórmula 1 aproxima-se do seu terço final, e a capital do Azerbaijão, Baku, conhecida como a Cidade dos Ventos, prepara-se para acolher mais um Grande Prémio. Esta metrópole, a maior do Mar Cáspio e da região do Cáucaso, tem sido um palco regular para a Fórmula 1 desde 2016, com a única exceção de 2020.

Curiosamente, a sua estreia em 2016 foi designada como Grande Prémio da Europa, apesar da localização geográfica asiática do Azerbaijão.

Análise aos compostos Pirelli

Para o Grande Prémio do Azerbaijão, a Pirelli selecionou o trio mais macio de compostos da sua gama de 2024, um nível mais suave em comparação com o ano anterior. O composto C6 volta a ser o Macio, já tendo sido utilizado em Imola, Mónaco e Montreal. O C5 será o Médio e o C4, o Duro.

Num circuito citadino caracterizado por baixos níveis de aderência e desgaste, a manutenção da mesma escolha de 2024 teria limitado as estratégias a uma única paragem. Com a seleção atual, e considerando que a nova gama de pneus é menos suscetível a fenómenos de granulação, abre-se a possibilidade de estratégias de duas paragens. A experiência recente em Monza e ao longo da temporada demonstrou a eficácia das equipas na gestão dos pneus, o que sugere que não haverá grandes discrepâncias estratégicas entre os pilotos. Apesar de ser um traçado urbano, Baku possui retas de grande extensão onde os monolugares atingem velocidades máximas elevadas, impondo cargas verticais significativas aos pneus.

Estratégias de pneus na edição de 2024

Na edição de 2024, a maioria dos pilotos (14) iniciou a corrida com o composto C4 (Médio), enquanto os restantes optaram pelo C3 (Duro). Entre os dez primeiros da grelha, apenas Lando Norris (McLaren) e Alexander Albon (Williams) escolheram o composto duro. Antes da partida, a estratégia de uma única paragem parecia ser a predominante. Contudo, Lance Stroll, Max Verstappen e Pierre Gasly realizaram uma segunda paragem. Stroll fê-lo devido a um furo, e Verstappen na tentativa de assegurar o ponto extra pela volta mais rápida, tal como Gasly, que fez o stint mais longo da corrida (50 voltas com o Duro) antes de montar os Macios na penúltima volta.

O traçado urbano de Baku

O circuito urbano de Baku, com 6,003 quilómetros, serpenteia entre a cidade velha e a parte mais moderna da capital azeri. O traçado inclui 20 curvas, muitas delas a 90 graus. A reta da meta é suficientemente larga para permitir que três carros se alinhem lado a lado, mas em zonas como a curva 8, no coração da cidade antiga, a pista estreita-se para apenas sete metros de largura.

Como é comum em circuitos citadinos, a margem de erro é mínima, e um pequeno erro de pilotagem pode ter consequências significativas. Por esta razão, a intervenção do Safety Car é uma possibilidade real, tanto na qualificação quanto na corrida. As velocidades em Baku variam drasticamente: o recorde não oficial de velocidade máxima num evento de Fórmula 1 foi estabelecido aqui por Valtteri Bottas, que atingiu 378 km/h na qualificação de 2016, mas existem secções mais lentas percorridas a apenas 60 km/h. Esta particularidade torna complexa a tarefa dos engenheiros na definição do nível de carga aerodinâmica, exigindo um compromisso eficiente para garantir competitividade tanto na qualificação como na corrida.

O desafio do arrefecimento dos pneus

Em Baku, a superfície dos pneus está sujeita a ciclos constantes de aquecimento e arrefecimento, com variações de temperatura muito acentuadas ao longo da volta, devido às diferentes características das secções do traçado. Nas zonas mais estreitas da cidade velha, os pneus são submetidos a um maior esforço, o que provoca um aumento da temperatura da borracha. No entanto, esta temperatura desce drasticamente no troço que vai da saída da curva 16 até à travagem para a curva 1, percorrido praticamente a fundo, já que as curvas nesse setor são meros desvios ligeiros.

No eixo dianteiro, as temperaturas podem atingir os 90 °C, mas no final da longa reta podem cair para os 40 °C. Esta variação acentuada pode surpreender o piloto na zona de travagem, seja em qualificação, em luta direta na corrida, ou de forma mais significativa num recomeço após a entrada do Safety Car. Outro fator a considerar em Baku é a influência dos edifícios que ladeiam o circuito, projetando sombra sobre a pista e reduzindo a temperatura do asfalto, tal como o vento que sopra frequentemente na região.

Estatísticas do Grande Prémio do Azerbaijão

Até à data, realizaram-se oito Grandes Prémios nas margens do Mar Cáspio, com sete vencedores distintos. Sergio Pérez é o único piloto a vencer por duas vezes, ao volante da Red Bull em 2021 e 2023. A equipa de Milton Keynes é a mais bem-sucedida, com mais dois triunfos de Daniel Ricciardo em 2017 e Max Verstappen em 2022. A Mercedes soma três vitórias, conquistadas por Nico Rosberg em 2016, Lewis Hamilton em 2018 e Valtteri Bottas em 2019. Na edição de 2024, Oscar Piastri cruzou a meta em primeiro lugar, garantindo a vitória para a McLaren.

No que respeita às pole positions, Charles Leclerc é o dominador claro, tendo sido o mais rápido na qualificação em quatro anos consecutivos, de 2021 a 2024, mesmo em momentos em que o seu carro não parecia suficientemente competitivo para tal feito. Os outros pilotos a conquistar a posição cimeira da grelha foram Rosberg (2016), Hamilton (2017), Sebastian Vettel (2018) e Bottas (2019). Relativamente aos pódios, Pérez lidera com cinco presenças, seguido por Vettel com três. Entre as equipas, a Mercedes soma sete presenças no pódio, a Red Bull seis e a Ferrari cinco.

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