GP de Portugal de F1: nem sempre é uma questão de dinheiro

Por a 8 Dezembro 2022 09:12

Surgiram vozes que apontavam para que Portugal pudesse regressar ao calendário da Fórmula 1, mas esta possibilidade acabou por não se verificar e, desta vez, talvez não tenha sido o dinheiro o problema, se é que alguma vez se chegou a essa fase das negociações.

Desde cedo ficou claro que muito dificilmente o Grande Prémio da China seria realizado em 2023, sendo o caminho mais óbvio o seu cancelamento pelo quarto ano consecutivo, devido à manutenção da política de casos zero, no âmbito da COVID-19, por parte do governo de Pequim.

Sendo a prova chinesa a terceira da temporada, duas semanas depois da prova da Austrália e duas antes da do Azerbaijão, a FOM não desejava um hiato tão extenso entre dois eventos logo no início da temporada.

Foi, portanto, que, quando o Grande Prémio da China foi oficialmente cancelado no início do mês, que surgiram rumores de diversas provas interessadas em ficar com a vaga criada pela ausência da corrida de Xangai.

Rapidamente foi aventado de forma mais ou menos informada um regresso a Portugal ou à Turquia, que foram eventos de recurso durante a COVID-19, e França, que perdeu a sua prova, mas na verdade a primeira opção da FOM foi tentar convencer, sem sucesso, os promotores azeris a antecipar o seu Grande Prémio em uma semana.

A decisão da entidade que gere os destinos comerciais da Fórmula 1 relacionava-se com questões logísticas, uma vez que a prova chinesa estava encravada entre a da Austrália e a do Azerbaijão, não sendo exequível ir da Oceânia para a Europa para depois apontar azimute à Ásia e, uma semana depois, estar em Miami.

Era, portanto, pouco provável que qualquer circuito do Velho Continente pudesse ocupar a vaga deixada pelo Grande Prémio da China, mesmo Istambul Park acabou por ficar de fora, apesar da sua maior proximidade com a Baku.

Isto não significa que não tenham existido contactos entre a FPAK, Autódromo Internacional do Algarve e a FOM, mas estes não passaram de uma fase exploratória, até porque do lado das equipas havia resistência a uma prova que obrigasse uma viagem à Europa entre os Grandes Prémios da Austrália e do Azerbaijão.

Claro que seria fantástico ter uma vez mais uma corrida de Fórmula 1 no Algarve, quer para os adeptos, que teriam uma vez mais a possibilidade ver os pilotos e carros da categoria máxima do automobilismo mundial, quer para a região algarvia que, numa época baixa, teria hotéis, restaurantes e empresas de rent-a-car na sua capacidade máxima, levando a um impacto económico superior aos 150 milhões de euros.

No entanto, desta feita não foram questões financeiras o principal óbice ao regresso do Grande Circo ao nosso país, muito embora sejam sempre um factor, e desde o início que esta ‘candidatura’ a um Grande Prémio de Portugal estava na prática condenada ao insucesso.

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leandro.marques
1 ano atrás

Fiquei com muita pena mesmo de não se realizar no Algarve. Estive presente na última prova do GP do Estoril e estava a considerar, agora que tenho a vida definida, ir novamente assistir a um GP no meu país. Ainda vou avaliar se irei à Catalunha ou a Spa.

Scb
Scb
1 ano atrás

Agora é dito que os contactos não passaram a fase exploratória e que era pouco provável que existisse prova de substituição (algo que a CS estrangeira a seu tempo dizia). No entanto o Autosport andou dias a dizer “está quase” “quando ler este artigo já poderá estar decidido”. Clickbaiting e mais um furo do sr das estatísticas

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