GP Brasil F1: Notas AutoSport

Por Pedro André Mendes e Fábio Mendes

Chega ao fim a análise ao GP do Brasil com as notas AutoSport aos pilotos e equipas:

Mercedes – Contra tudo e contra todos

A Mercedes começou o fim de semana com uma troca estratégica do motor de Lewis Hamilton, sabendo que o piloto teria de dar mais na corrida, para recuperar as cinco posições de penalização .Nunca esperavam que no sábado o piloto tivesse de largar de último para a sprint de qualificação. Se em pista ambos os pilotos e as estratégias funcionaram, tanto no sábado como no domingo, fora de pista vimos em Toto Wolff uma imagem da Mercedes que não é comum. Percebe-se que depois de todo stress do fim de semana, o austríaco tenha tido um momento de descompressão e se tenha “esquecido” de quem é, mas pede-se a um responsável de equipa que seja mais discreto e que não aponte o dedo para a câmara numa cara de poucos amigos e manda toda a gente passear (por outras palavras). Tirando isso, nada a apontar à Mercedes.

Mercedes – Nota 9.5

Lewis Hamilton – Nota 10

Valtteri Bottas – Nota 9.5

Red Bull – Estrago minimizado em Interlagos

Esperava-se uma Red Bull igualmente forte em Interlagos, uma pista que costuma sorrir à Red Bull, mas a equipa austríaca foi apanhada de surpresa por uma Mercedes fortíssima. Max Verstappen fez tudo o que estava ao seu alcance para ficar à frente de Hamilton mas não teve carro à altura para isso. Sergio Pérez também apresentou-se em bom nível mas não teve andamento para Verstappen e muito menos para os Mercedes. Um fim de semana de sensações mistas na Red Bull. Se por um lado conseguiram minimizar o estrago, por outro levaram um golpe que não pode ser esquecido e numa pista onde seriam teóricos favoritos foram “encostados a um canto”, o que certamente irá afetar a moral.

Red Bull – Nota 8

Max Verstappen – Nota 9

Sergio Pérez – Nota 8

Ferrari – Começa a faltar uma vitória

De novo superior à McLaren. Lando Norris ainda tentou a ultrapassagem a Carlos Sainz nos primeiros metros da corrida, mas o risco não compensou e ficou no fundo do pelotão. Com Norris muito longe e Daniel Ricciardo posteriormente a abandonar a prova, o duo da Ferrari teve apenas que controlar a corrida de Pierre Gasly, que perto do fim ainda conquistou duas posições aos homens da Alpine. Terminaram a corrida com 18 pontos, adicionados ao ponto conquistado por Sainz na Sprint, num total de 19 pontos contra o único ponto com que Norris terminou a corrida. São 31 pontos de vantagem da Ferrari, num super competitivo “mini-campeonato” entre as duas estruturas míticas da Fórmula 1. Depois dos adversários terem vencido uma prova e terem ficado perto de repetir o feito, parece estar a faltar à Scuderia uma vitória, quase em jeito de celebração pelo ascendente na parte final da época sobre a concorrência. Sainz tem que ter uma nota ligeiramente superior, porque a defesa do terceiro lugar na Sprint contra Sergio Perez, com pneus quase no arame, foi excelente e o piloto merece ser recompensado por isso, mesmo tendo terminado a corrida de domingo atrás do companheiro de equipa.

Ferrari – Nota 9

Charles Leclerc – Nota 8

Carlos Sainz – Nota 9

AlphaTauri – Valha Gasly

Pierre Gasly é, possivelmente, um dos pilotos que mais cresceu esta época, dando seguimento ao excelente ano de 2020. Não venceu como no ano passado, mas tem provado ser um piloto constante. Se a AlphaTauri tivesse outro Gasly, estaria na luta com Ferrari e McLaren, sem dúvida. Ao francês faltou um melhor arranque na Sprint, onde perdeu algumas posições depois de uma boa qualificação. Conseguiu recuperar na corrida, também em resultado de uma estratégia bem delineada pela equipa.

Yuki Tsunoda tem que fazer mais. Sim é um rookie, um estreante que não conhece algumas das pistas e está pressionado, mas quem está na Fórmula 1, está sempre pressionado. Nunca vai estar descansado e se isso acontecer, é muito mau sinal. A tentativa de ultrapassar Lance Stroll foi mal executada, levando o adversário a ter de abandonar a corrida após os danos sofridos. Foi penalizado e bem.

AlphaTauri – Nota 8

Pierre Gasly – Nota 8

Yuki TSunoda – Nota 4

Alpine – Boa colheita de pontos

Numa época definitivamente marcada pela pouca competitividade do carro, comparado aos mais diretos adversários na luta no meio da tabela, acabar com dois carros no pódio tem de ser considerado positivo para a Alpine. Esteban Ocon conseguiu terminar à frente de Fernando Alonso desta vez, mas ambos merecem destaque pela boa prestação. No entanto a prestação de Ocon foi positiva e um bom tónico para o que lá vem ainda, pois o francês estava a ficar há muito tempo arredado das boas prestações.

Alpine – Nota 7

Esteban Ocon – Nota 8

Fernando Alonso – Nota 7

Aston Martin – Sebastian Vettel esteve bem

Faltaram apenas os pontos, mas o par da Alpine e depois Lando Norris, atiraram Sebastian Vettel para fora dos pontos, num fim de semana em que o alemão esteve em boa forma. Embora na qualificação Vettel e Lance Stroll tivessem sido eliminados na Q2, o canadiano esteve alguns furos abaixo do companheiro de equipa. Na corrida, nada a fazer depois do toque de Tsunoda, abandonando a prova.

Aston Martin – Nota 6

Sebastian Vettel – Nota 7

Lance Stroll – Nota 6

McLaren – Terceiro lugar por um canudo

Não está fácil a vida da McLaren. A equipa ficou sem argumentos após a atualização da Ferrari e tem perdido pontos a um ritmo alarmante. Nem Ricciardo, com uma má corrida sprint (desistência por problemas no motor na corrida principal), nem Norris, com o furo no arranque (e uma boa recuperação), conseguiram estar ao nível dos homens da Ferrari, apesar da Mclaren ter mostrado argumentos para, pelo menos, incomodar a Scuderia. Com uma diferença de prestações tão grande e com a distância pontual entre ambas, parece que a Ferrari vai levar a melhor, mas ainda temos três corridas e tudo pode acontecer.

McLaren – Nota 6

Lando Norris – Nota 6

Daniel Ricciardo – Nota 5

Alfa Romeo – Kimi podia ter sido mais feliz

Kimi Raikkonen apresentou um ritmo interessante ao longo do fim de semana, e não fosse aquele toque na corrida sprint com Antonio Giovinazzi, podia ter sonhado com os pontos. Largou da via das boxes e mesmo assim conseguiu terminar à frente do colega de equipa que não teve nem o andamento,nem a estratégia para fazer melhor. Giovinazzi já levou guia de marcha e as últimas prestações fazem os responsáveis da Alfa não se arrependerem da decisão, apesar do italiano valer mais.

Alfa Romeo – Nota 6

Kimi Raikkonen – Nota 6

Antonio Giovinazzi – Nota 4

Williams – Fim de semana fraco

Ao ler as declarações de Jost Capito, que disse esperar que a McLaren consiga pontuar para não permitir aos pilotos da Alfa Romeo que cheguem ao top 10, ficamos a saber que a equipa atravessa um mau momento e que não deverá repetir os feitos atingidos já esta época.

George Russell foi batido por Nicholas Latifi na qualificação, mas na corrida o britânico foi mais forte e conseguiu ficar na frente do companheiro de equipa e até de Antonio Giovinazzi. Ainda assim, depois de Kimi Raikkonen ter tido uma saída de pista e um pião, no toque com Giovinazzi, a Williams permitiu que o piloto adversário terminasse na frente de Russell.

Williams – Nota 5

George Russell – Nota 6

Nicholas Latifi – Nota 5

Haas – Mazepin das lágrimas ao sorriso

Nikita Mazepin tem finalmente razões para sorrir. Visivelmente emocionado no final da qualificação, onde errou e perdeu a sua potencial melhor qualificação do ano, conseguiu recompor-se e na corrida foi, pela primeira vez, melhor que Mick Schumacher. A melhor prestação do russo nesta sua época de estreia, contra um Schumacher abaixo do que nos habituou esta época. 

Haas – Nota 4

Nikita Mazepin  -Nota 6

Mick Schumacher – Nota 4