GP Arábia Saudita F1: Notas AutoSport

Por a 7 Dezembro 2021 17:05

Por Fábio Mendes e Pedro André Mendes

Encerramos a análise ao GP da Arábia Saudita com as notas aos pilotos e equipas

 Red Bull – Foi mais louco do lado de fora da pista

A corrida foi louca e será uma das mais lembradas desta época fantástica e a Red Bull esteve no meio do furacão. No entanto, o comportamento da equipa foi bem melhor dentro de pista, mesmo com todas as controvérsias associadas a Max Verstappen, do que fora.

A Verstappen temos de apontar alguns exageros na luta com Lewis Hamilton, mas se nos colocarmos na pele do neerlandês, compreendemos algumas das manobras. Quer conquistar o título mundial e embora diga que não sente a pressão, todas as suas jogadas ao volante têm em mente essa conquista. Não é desculpar o piloto, mas já vimos outros a fazer pior e não lutavam pelo campeonato. Fica apenas o registo do erro que atirou por terra a sua pole position… até à entrada para a última curva, aquela volta foi magistral. Quase sentimos estar dentro no carro e sermos nós a pilotar entre os muros. Quase!

Sergio Pérez, e não nos referimos ao azar de ter sido tocado e bater no muro, esteve uns furos abaixo do seu rendimento nas últimas provas. Em comparação com Valtteri Bottas, o wingman de Verstappen esteve mais apagado.

Red Bull – nota 8

Max Verstappen – nota 8

Sergio Perez – nota 6

Mercedes – Terceira seguida em fim de semana de aflição controlada

No papel tudo correu como era esperado. A pista favorecia as caraterísticas da Mercedes e Lewis Hamilton fez a pole, venceu a corrida e assinou a volta mais rápida. Mas na realidade foi muito diferente. A Mercedes começou bem o fim de semana, mas a Red Bull conseguiu aproximar-se do andamento da equipa germânica e apenas o erro de Verstappen evitou uma pole para a Red Bull. Mas a Mercedes manteve a cabeça fria num fim de semana tenso e conseguiu afastar-se da Red Bull no campeonato de construtores. Lewis Hamilton voltou a fazer uma grande exibição. Manteve a cabeça fria, atacou quando tinha de atacar, evitou incidentes maiores e chegou ao fim na frente. Se era preciso mais uma prova que Hamilton está na melhor forma da época, essa foi dada em Jidá. Chega à última do ano em igualdade pontual e com tudo para poder festejar o inédito oitavo título. Valtteri Bottas teve um fim de semana complicado especialmente no domingo, mas voltou a provar que é o melhor dos “nº2” e conseguiu in extremis o terceiro lugar final. Bom fim de semana da equipa, que não tremeu com a excelente resposta da Red Bull

Mercedes – nota 9

Lewis Hamilton – nota 9

Valtteri Bottas – Nota 8

Alpine – Ocon gosta de confusão

Mais uma excelente prova de Esteban Ocon, que nas duas corridas mais caóticas do ano conseguiu um excelente resultado. Na Hungria festejou a vitória, na Arábia Saudita esteve perto de regressar ao pódio. Excelente nas largadas, conseguiu sempre ganhar posições e graças à confusão entre Hamilton e Verstappen chegou a liderar a corrida. Sabia que aquela luta não era dele e foi realista, tentando defender o terceiro lugar. Perdeu o pódio nos últimos metros da corrida, um resultado inglório para o francês que parece agigantar-se quando ocupa os lugares da frente. Para Fernando Alonso, o momento mais alto do fim de semana foi a expressiva reação à volta de Verstappen. Em pista, apesar dos bons arranques, não vimos os mesmos argumentos que o asturiano apresentou no Qatar. Este resultado anima ainda mais a Alpine, que não entusiasmou inicialmente com o ritmo, mas que conseguiu tirar partido das escaramuças para amealhar mais pontos importantes.

Alpine – nota 8

Esteban Ocon – nota 9

Fernando Alonso – nota 5

McLaren – Boa decisão estratégica

A McLaren decidiu mandar parar Lando Norris e deixar Daniel Ricciardo durante o primeiro Safety Car, após o acidente de Mick Schumacher. Foi a melhor decisão tomada, que resultou num acumular de pontos superior à Ferrari. Foi apenas mais um ponto, mas caso tivessem parado os dois carros ao mesmo tempo, aconteceria o mesmo a Ricciardo que a Norris: ter ficado no fundo do pelotão no retomar da corrida.

Quase nem demos conta de Ricciardo na corrida, mas o piloto australiano aguentou Valtteri Bottas atrás de si durante grande parte da corrida e os pneus não deram para mais. Lando Norris teve de fazer um resto de corrida de trás para a frente, para terminar no 10º posto e conquistar um pontinho.

McLaren – nota 8

Daniel Ricciardo – nota 8

Lando Norris – nota 8

Alpha Tauri – Faltam adjetivos para Gasly

O Senhor regularidade. Sempre nos pontos, sempre perto do top5, sempre longe dos problemas. A época de Pierre Gasly não está a ser tão vistosa quanto a de 2020, mas talvez seja até melhor, olhando à maturidade e qualidade em pista. O francês voltou a assinar uma excelente exibição, mais uma. Já Yuki Tsunoda precisa de um pouco de sorte. A evolução é clara e o japonês tem pormenores de grande piloto, mas falta-lhe sangue frio, maturidade e mais alguma inteligência em pista. Mostrou bom andamento mas embrulhou-se em lutas de forma desnecessária. Precisa de uma boa pausa de inverno para regressar mais forte.

Alpha Tauri – nota 7

Pierre Gasly – nota 8

Yuki Tsunoda – nota 6

Ferrari – Perderam luta direta com McLaren

Pelo primeiro treino parecia que a Scuderia conseguia ser superior à McLaren. Charles Leclerc apanhou um susto com o seu acidente, mas teve alguma sorte por não ser preciso substituir chassis, nem caixa de velocidades. Carlos Sainz perdeu por duas vezes o controlo do Ferrari na qualificação e entre a sorte de não bater e danificar seriamente o carro, teve a infelicidade de ser eliminado na Q2.

Na corrida, Sainz começou ao ataque e foi dos mais ativos durante as primeiras voltas, antes do acidente de Schumacher. No caos após esse acidente, os dois pilotos terminaram atrás de Daniel Ricciardo e Pierre Gasly, nos 7º (Leclerc) e 8º (Sainz) lugares. A equipa perdeu um ponto para a McLaren, mas podiam ter perdido bem mais caso os danos no carro de Leclerc fossem mais extensos e Sainz tivesse batido durante a qualificação.

Ferrari – nota 7

Charles Leclerc – nota 6

Carlos Sainz – nota 7

Alfa Romeo – A última sinfonia de Giovinazzi

Se Giovinazzi tem feito mais exibições destas durante o ano, não havia argumentos para lhe roubar o lugar. O italiano fez uma excelente corrida, bateu-se contra carros de maior valia e conseguiu impor-se numa pista difícil. Uma grande prestação do italiano que se despede assim da F1 da melhor forma (se mantiver o nível na última). Kimi Raikkonen… já está na reforma. Foi um grande piloto, rápido e com caráter, mas em pista já falha em lutas onde não falharia e fora da pista a postura pouco agradável para quem tenta falar com ele ou quer saber mais, já cheira a exagerado. Quem quer estar na F1 sabe que precisa de falar com a comunicação social. Não gostar é legítimo, mas o mínimo de profissionalismo exige-se. A persona do piloto que não se importa está agora demasiado vincada e nota-se que está nesta reta final a pilotar apenas pelo gosto da velocidade e mais nada. Mas ficam as grandes recordações de Raikkonen em pista.

Alfa Romeo – nota 7

Antonio Giovinazzi – nota 9

Kimi Raikkonen – Nota 4

Aston Martin – Péssima qualificação

Se pensarmos que a Aston Martin é a mesma Racing Point de anos anteriores, até arrepios nos dá, de tão maus resultados apresentados em comparação com outras épocas. Na Arábia Saudita a qualificação correu extremamente mal, com Sebastian Vettel e Lance Stroll eliminados na Q1, apenas à frente dos dois Haas. Na corrida louca do dia seguinte, conseguiram subir algumas posições e intrometeram-se em algumas lutas com adversários. Foi numa dessas lutas que Vettel perdeu parte da asa do monolugar e teve de abandonar a corrida mais tarde.

Lance Stroll terminou em 11º, mas ficou claramente atrás do endiabrado Antonio Giovinazzi e com pouca vantagem para Nicholas Latifi.

Aston Martin  – nota 4

Lance Stroll – nota 6

Sebastian Vettel – nota 6

Williams – A homenagem possível a Sir Frank

Foi uma exibição como muitas outras em 2021. George Russell foi brilhante na qualificação, mas na corrida tanto ele como Nicholas Latifi largaram mal (um problema recorrente na equipa) e caíram muitas posições. Russell ficou cedo fora de prova e Latifi foi fintando as adversidades e terminou em 12º, um resultado positivo para o canadiano. A época da Williams está “feita” e os pontos que queriam marcar já foram conquistados. Resta aprender e preparar 2022.

Williams – nota 5

George Russell – nota 6

Nicholas Latifi – nota 6

Haas – Esquecer o reino saudita e passar para Abu Dhabi

A equipa norte-americana não terá as melhores memórias de Jidá. Ficaram sem os seus dois carros em incidentes diferentes: Mick Schumacher forçou o andamento para tentar chegar a George Russell e perdeu a traseira do carro, embatendo nas proteções do traçado e Nikita Mazepin foi um passageiro quando bateu forte na traseira do Williams do piloto britânico, numa das muitas curvas cegas da pista.

Fica o registo de terem estado mais perto do ritmo dos Williams, principalmente Schumacher, que disse ainda ter o objetivo de pontuar na última prova do ano. Será muito difícil, mas numa época louca como esta nunca se sabe.

Haas – nota 4

Mick Schumacher – nota 5

Nikita Mazepin – nota 5

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6 Comentários
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necax007
necax007
2 anos atrás

Notas marotas…

831ABO
831ABO
2 anos atrás

Só dois reparos. Um, pouco importante, a propósito de um erro muito comum que é o uso indevido da expressão «meio do furacão». Esta expressão, que é mais uma importação literal do inglês («eye of the hurricane»), é mal empregue porque o furacão, no seu centro, não tem turbulência. A metáfora «estar no centro do furacão» tem o sentido de manter a serenidade quando tudo à volta está em agitação. O que não foi o caso da Red Bull… Outro é a nota do Sebastian Vettel. Fez uma grande corrida, com um carro cujo desenvolvimento estagnou, e estava nos pontos… Ler mais »

ZeCambota
ZeCambota
2 anos atrás

Lá estão estes pseudo-especialistas a reafirmar que “Sergio Pérez, e não nos referimos ao azar de ter sido tocado“. Ser tocado??? Oh coisinhos… vão rever as imagens do acidente, ninguém, ninguém vai tocar no Sérgio, não sei se essa vossa afirmação é por desonestidade ou por idiotice pura, mas qualquer pessoa que tenha visto as imagens com os olhos abertos vê que o Sérgio vem de trás do Leclerc, entala-o completamente contra as barreiras e depois É O SEU PNEU TRASEIRO ESQUERDO QUE VAI TOCAR NA ZONA DE TRÁS DO PNEU DO LECLERC. Expliquem-me lá como é que um carro… Ler mais »

917/30
2 anos atrás

De acordo de um modo geral com as notas embora o 8 de Bottas seja exagerado, um 7 e não mais que isso. Acho piada a alguns mestres da ilusão que falam da grande corrida do Vettel…O alemão ganhou algumas posições quando outros foram mudar de pneus e apenas se destacou de Stroll porque este mudou de pneus numa fase de safety car, coisa que o alemão fez durante a bandeira vermelha! Por outro lado, pobre Vettel quando os seus fãs dão destaque ao facto de bater Stroll…uau, deve ser um feito digno de registo!!

Last edited 2 anos atrás by Haters...coisa mais estúpida não há!
*RPMS*™
Reply to  917/30
2 anos atrás

A vetelada fica toda satisfeita por baterem o Stroll, é bom sinal! É sinal que já se habituaram à mediocridade…

Cumprimentos

Cágado1
2 anos atrás

É recorrente e demonstra bem a orientação do AS: o Leclerc fica à frente do Sainz, mas o Sainz com um carro igual tem melhor pontuação. Um dia hão de explicar esse critério.

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