GP Arábia Saudita F1: A noite mais louca do ano (destaques da corrida)

Por a 5 Dezembro 2021 20:59

O cenário estava montado para uma corrida agitada. Um traçado citadino exigente, intenso, onde o erro seria pago nas proteções da pista, e com o potencial para muitos acidentes na corrida. As suspeitas confirmaram-se e a corrida foi caótica e emocionante, com muitos motivos de destaque.

Lewis Hamilton venceu a corrida, uma das mais duras da sua carreira. O britânico já enfrentou grandes nomes da F1, mas a luta com Max Verstappen atingiu proporções inimagináveis. A intensidade que ambos colocaram em pista hoje foi tremenda e proporcionou um grande espetáculo, algumas vezes para lá do limite. Hamilton teve altos e baixos durante a corrida e se no primeiro arranque esteve bem, no segundo também, mas a agressividade de Verstappen não lhe permitiu lucrar e na terceira largada ficou a perder. Beneficiou do andamento superior do seu Mercedes para se aproximar de Verstappen e a partir daí foi o talento de ambos a falar mais alto. Hamilton levou a melhor e fez uma grande prestação e por isso chega a Abu Dhabi em igualdade com Max Verstappen.

Max Verstappen fez também uma grande corrida, mas fica a sensação que exagerou na defesa da sua posição. Por duas vezes acabou fora de pista na defesa da sua posição e quando tentou ceder o lugar a Hamilton, não facilitou a vida e o incidente podia ter sido mais grave. Não foi um Brake Test como alguns lhe chamam, mas também não foi a melhor forma de ceder a posição ao adversário. Verstappen é isto mesmo, quer se goste ou não, mas por vezes andar no limite significa que se ultrapassa esse limite e hoje o #33 terá feito isso um par de vezes. Na F1 queremos lutas intensas mas também justas. Mas há que destacar também a forma como Verstappen aguentou um Mercedes mais rápido e o mostrou um compromisso tremendo. Pérez foi o elo mais fraco da Red Bull. Na primeira curva ia comprometendo a corrida de Max, mas no grande incidente da noite podia talvez ter dado mais espaço a Leclerc evitando o toque. A Red Bull ficou “manca” enquanto a Mercedes conseguiu bons pontos com dois carros.

Valtteri Bottas teve uma tarde complicada e quando a confusão começou perdeu muito, caindo para quinto lugar, mas conseguiu recuperar até ao terceiro lugar, conquistando pontos importantes para a equipa. Bottas não fez uma corrida brilhante mas soube responder à adversidade e o pódio é um prémio merecido. Esteban Ocon foi uma das estrelas da noite. Foi o piloto que melhor aproveitou as largadas e depois de ter começado em nono, chegou à frente da corrida. O andamento do seu Alpine não lhe permitiu aguentar Bottas, mas defendeu-se até ao último metro, como “um leão”. Excelente prestação de um piloto que cresce a cada vez que está nos lugares da frente. Já Fernando Alonso teve uma noite para esquecer com pouco andamento, um susto e um resultado pouco expressivo.

Daniel Ricciardo compensou o mau sábado tendo a sorte do seu lado. O facto de não ter parado na primeira interrupção beneficiou-o, ao contrário de Lando Norris que foi o piloto que mais perdeu. Ricciardo fez uma boa corrida e conquistou um bom resultado para a McLaren. Lando Norris teve o azar do seu lado. Parou assim que o Safety Car entrou e estava com uma boa estratégia para conseguir um resultado interessante, mas a bandeira vermelha prejudicou Norris que se viu no fundo do pelotão com o resto da concorrência sem necessidade de parar para troca de pneus.

Pierre Gasly conseguiu evitar os problemas e fez mais uma boa corrida, na toada habitual. Pouco exuberante, mas muito eficiente. Gasly tem rapidez e inteligência em pista e isso viu-se mais uma vez. Já Yuki Tsunoda teve uma noite à imagem da sua época. Bom ritmo, rapidez tremenda mas erros que denotam muita inexperiência e pouca capacidade mental.

A Ferrari fez uma corrida mediana ao nível de resultado final, mas os pilotos deram tudo em pista. Carlos Sainz fez uma boa recuperação que foi sendo atrapalhada com tantas interrupções, enquanto Charles Leclerc foi perdendo a cada recomeço, recuperando em pista. A Ferrari tinha capacidade para mais, mas os recomeços prejudicaram a Scuderia.

Antonio Giovinazzi fez uma grande corrida. Andou sempre no top 10, mostrou um ritmo excelente que o colocou à frente de carros teoricamente mais fortes. O italiano está a despedir-se em grande da F1. Já Kimi Raikkonen cometeu um erro com Vettel, numa luta desnecessária naquela zona da pista que comprometeu a sua corrida e a de Vettel.

A Aston Martin teve um péssimo fim de semana. Pouco andamento, uma corrida complicada para Sebastian Vettel que ainda lutou por pontos, tendo o azar do seu lado, com os toques de Tsunoda e Raikkonen. Lance Stroll conseguiu uma boa prestação, olhando ao ritmo do seu carro e ficou perto dos pontos.

A Williams conseguiu o 12º lugar com Nicholas Latifi, beneficiando dos azares alheios, e George Russell ficou eliminado tal como aconteceu aos pilotos da Haas que ficaram de foram depois de acidentes, sem muito para contar.

Quanto ao Circuito de Jidá, as sensações são mistas. Se por um lado a pista é um desafio exigente que os pilotos pareceram apreciar em qualificação, em corrida fica claro que este traçado torna incidentes muito prováveis. O espetáculo foi emocionante, mas não foi uma boa corrida de F1, com apenas os incidentes a darem o tempero à prova. É uma filosofia quase oposta à que era usada há alguns anos na construção de novos circuitos. Faz sentido esta pista estar no calendário mas há certamente alguns acertos a fazer para evitar que o caos de hoje tome outras proporções. Era este o espetáculo que queríamos ver? Não! Era este o espetáculo que esperávamos hoje? Infelizmente sim.

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